
Se ultimamente você anda em dúvida do que assistir e não encontra nada legal, corre agora mesmo pra Netflix e comece a assistir Love, Death + Robots. Permeando por diversos gêneros – da sci-fi ao terror – esta série antológica de 18 episódios consegue apresentar tramas sucintas, originais e recheadas de críticas sociais, mistério e violência (por isso o +18 rsrs).
A novidade chegou no dia 15 de março à plataforma e já angariou uma grande quantidade de fãs (inclusive este que vos escreve). Produzida por ninguém menos que Tim Miller (Deadpool) e David Fincher (Clube da Luta, Garota Exemplar), a antologia renova as opções de entretenimento e encanta o espectador com sua minuciosa produção e detalhes artísticos.
Apesar da Netflix possui diversas séries antológicas, Love, Death + Robots se aproxima muito mais da aclamada Black Mirror do que de outras, já que cada episódio conta uma história totalmente nova e com seu próprio estilo de animação e traço. Aliás, além de ter um episódio que lembra e muito a ideia de Black Mirror (episódio “Para Além da Fenda de Aquiles”), a semelhança também fica bem notável na vinheta e som de abertura.

Suas histórias originais são bastante atrativas, mas o que me deixou de queixo caído mesmo foi o grau de realismo de algumas das animações. A série tem apenas um único episódio com atores reais (Era do Gelo) , porém, no episódio “13, Número da Sorte” eu questionava o tempo todo se o que eu estava vendo era puramente animação computadorizada ou se eram atores reais. Sério, o nível de realismo desse episódio é insanamente incrível. Me senti dentro das histórias de Philip K. Dick, duvido do que era realidade naquele momento!!
Entre os 18 episódios, o mais “fraquinho” para mim foi o “Quando o Iogurte Assumiu o Controle”. Fora esse, os demais são de um nível bem elevado, tanto em criatividade quanto em animação. Como não posso falar de um por um, separei pelo menos três que valem a pena serem destacados.

No episódio “Os Três Robôs” temos um momento de descontração da série, e também de altas doses de críticas. Nele, três robôs distintos andam pelas ruas do que um dia já fora uma cidade, onde há muito tempo a raça humana existia – agora já extinta por algum evento apocalíptico. Enquanto vagam pelos lugares, tentam entender como a raça humana era, como vivia e porque construía as coisas. Entre um diálogo e outro, uma das robôs comenta como a ganância e imbecilidade humana levou a espécie ao fim, sendo que possuíam um mundo rico, belo e grandioso ao seu redor. É um dos episódios mais sensacionais e o final é bem cômico.
Já o episódio Zima Blue utiliza a arte para criar uma narrativa bela, melancólica e emocionante. Nele, um famoso artista conhecido com Zima narra como foi sua chegada ao topo da fama, sua paixão pela arte e o porquê de em todas as suas artes sempre terem um retângulo azul. Enquanto vai revelando esse “mistério”, se prepara para o seu maior, mais belo – e último – trabalho artístico. É um episódio emocionante e com uma mensagem de conforto muito bem vinda.

Agora, o episódio que merece um troféu por ser estupendamente genial é o “Histórias Alternativas”. Um aplicativo chamado Multiversidade dá a possibilidade de criar histórias alternativas com fatos reais. E a simulação mais engraçada é a das possíveis mortes de Adolf Hitler. Sério, são seis simulações muito engraçadas e sarcásticas. E o melhor, foi baseado em um conto do escritor John Scalzi (o mesmo de A Guerra do Velho e Encarcerados).
Talvez seja uma bola fora o que vou dizer, mas acredito que Love, Death + Robots seja uma das melhores produções – senão a melhor – dos últimos meses na Netflix. Logo nos primeiros episódios já notamos a inventividade e dedicação proposta pela antologia (queria muito que o episódio “Para Além da Fenda de Aquiles” fosse estendida, achei a trama super tensa). Só resta saber se a união entre Tim Miller e David Fincher será duradoura o suficiente para nos trazer muitas e muitas novas temporadas. Até lá, o jeito é rever a série – mais uma vez.


LOVE, DEATH + ROBOTS
Criado por: Tim Miller e David Fincher
Gênero: Animação
Ano de publicação: 2019
Série antológica que reúne dezoito episódios animados com aventuras no espaço, lobisomens, alienígenas, guerra, cyborgs e muito mais. Love, Death + Robots é a nova aposta da plataforma e é indicada apenas para maiores de 18 anos.