Quando eu comecei a assistir Lucifer, há uns dois anos atrás, foi uma escolha consciente de que eu não deveria esperar muita coisa da série e encarar realmente como um guilty pleasure de entretenimento. Porém, até mesmo nesse caso e, talvez, exatamente por isso, me vi devorando temporada atrás de temporada.

Como Supernatural, por exemplo, onde o mesmo acontece, o clamor dos fãs acaba por sobrepor a necessidade de um roteiro bem escrito ou de inovação na tela. Afinal de contas, há pouca coisa mais velha que a história do anjo caído. Quando foi cancelado em 2018, foi exatamente esse clamor que fez a Netflix abraçar a ideia e dar o que eu considero um “presente” aos fãs.

Com apenas 10 episódios, a 4ª temporada chegou ao serviço de streaming em 8 de maio e o que posso dizer é que avancei sobre esses episódios como se fosse uma das grandes estreias do ano, exatamente por saber que iria encontrar ali um momento de diversão. Outro ponto importantíssimo, é o fato de que a 3ª temporada acaba em um ponto crucial da jornada do personagem que dá o nome a série, bem como de sua relação com Chloe.

Com um roteiro que se divide em três momentos diferentes dentro dos poucos episódios, considerei uma temporada de altos e baixos. Enquanto o primeiro problema apresentado é interessante, parece pouco crível que a personagem esperta da detetive teria seguido por aquele caminho, mesmo que psicologicamente abalada pelo que descobriu. E, quando isso “parece” se encerrar bem rapidamente, senti que as coisas seriam abruptas.

Aí, temos a entrada de uma nova personagem que, eu simplesmente não consegui me importar muito, pois achei mais como um “atrapalho” na trama do que realmente algo a agregar, que é nossa também velha conhecida de histórias: Eva. E você sabe porque ela traiu Adão né? Acabou se envolvendo com o mal. E quem mais mau aqui do que a representação do nosso Diabo?

A partir daqui temos uma confusão cômica em que apesar de parecer conectado com a personagem, Lucifer na verdade só queria ser aceito como ele é e é nela que ele encontra isso, enquanto todos nós sabemos que era isso que ele na verdade queria de Chloe. Pois a relação entre esses dois passa quase toda a temporada bastante abalada: 1) pelo desconforto da descoberta; 2) pelo arco inicial; e 3) pela presença dessa personagem que literalmente entra no caminho.

Em paralelo a isso temos os conflitos de Maze, Amanadiel e da Doutora, bem como um arco bem chatinho de Dan, que está ainda mais pistola com a presença de Lucifer e vai inclusive cruzar algumas linhas cruciais nessa temporada. Tenho pra mim que, se tivermos novas temporadas, é bem provável que ele vá, de alguma forma, se tornar uma pedra ainda maior no sapato, até descobrido tudo realmente.

No que diz respeito à produção em si, cenário, enquadramentos e trilha sonora, acho que a Netflix fez um bom trabalho em manter a série no mesmo estilo, adicionando algumas coisas suas também. Por ser um personagem bastante polêmico e super aberto à experiências, temos algumas cenas de nudes, principalmente da parte de trás do corpo de nosso protagonista, o que já foi bastante explorado também nos teasers que foram lançados pela Netflix pré estreia. Absolutamente nada a reclamar aqui, não é ladys (e os boys tbm)

Também temos um conflito mais religioso aqui, mas nada muito aprofundado, o que é condizente com a forma como a série trata as coisas. E, ver Lucifer tentar entender a si mesmo é, provavelmente um dos pontos fortes. Pra ele, toda a compreensão humana dos sentimentos sempre foi algo complexo e, na sua situação atual, esse entendimento se torna necessário para impedir coisas piores de acontecerem. Será que todas as sessões com sua terapeuta vão finalmente funcionar? Vou deixar pra vocês palpitarem.

Mantendo o humor e a cadência já trabalhados anteriormente, Lucifer se sustentou em sua nova temporada e, mesmo não tendo sido confirmada ou negada uma 5ª temporada, fechou o arco de forma onde podemos receber como um fechamento ou mesmo tempo em que ficam aberturas suficientes para se seguir em frente. Quem ai quer mais? Podem contar comigo, pois o sentimento final é que foram muito poucos episódios para matar a saudade.

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