Macbeth é do autor Jo Nesbø. Ele foi lançado em 2019 pela Record.

Sobre o livro

Em 1970, a criminalidade e as drogas parecem ter tomado conta da cidade. A violência é lei, uma nova droga sintética está destruindo as pessoas e grandes criminosos parecem governar esse local. É em meio a esse cenário que o comisário-chefe Duncan busca uma nova alternativa para combater esse caos.

A escolha de Duncan para liderar a unidade de Crime Organizado é o bravo e destemido Macbeth. Querido pela população e temido pelos bandidos, ele parece ser a melhor escolha para combater dois famosos traficantes: Sweno e Hécate. No entanto, o que muitos não sabem, é que Macbeth é um ex-viciado que possui pouca empatia pelas pessoas.

“Todo homem tem um limite do que pode suportar antes de se dar por vencido, antes de quebrar qualquer juramente tatuado e fazer tudo, absolutamente tudo, que jamais imaginou que faria. Pois lealdade eterna é inumana, mas trair é humano.”

Após essa escolha, passaremos a conhecer um pouco mais desse mundo tão sujo e violento e veremos, de uma vez por todas, quem é o verdadeiro Macbeth. Será que podemos confiar em alguém que esteve tão próximo desse mundo? Será que seu comportamento frio e calculista poderá afetar suas decisões? E o mais importante: até onde ele é capaz de ir para agradar a sua amada Lady?


Minha Opinião

Há muito tempo tento criar uma afinidade com o autor Jo Nesbø. Sempre me recomendaram suas obras e, até o momento, ainda não havia encontrado alguma que me fizesse gostar da sua escrita. Será que encontrei isso em Macbeth? Infelizmente, não. Quando vi esse livro, pensei que amaria a história. Afinal, aqui temos uma espécie de releitura da famosa obra, de mesmo nome, do famoso escritor William Shakespeare. Mas muitos elementos me levaram a não ter uma boa experiência com esse livro.

Não sei se é a forma como autor escreve, suas diversas reviravoltas até entregar algo, seus personagens pouco cativantes ou tudo isso misturado. Só sei que não consigo sentir uma conexão com o autor e nem com suas obras. A trama é interessante, faz esse jogo com uma história conhecida, resgatando personagens e jogando com elementos originais inseridos em um contexto mais atual, mas, mesmo assim, entrega pouco.

Macbeth é largado de uma forma brusca na história e sentimos seus desenrolar durante a narrativa. Ele é um ex-viciado em drogas, exímio matador e, até o momento, muito correto e justo. Completamente apaixonado pela bela e provocativa Lady e pronto para realizar todos os seus desejos. Quando a história muda de figura, temos uma ruptura muito abrupta dele. Sua mudança ocorre de uma hora para a outra e senti falta de uma melhor exploração.

“Tinha de se tornar o outro Macbeth, o que havia enterrado muito fundo, o carniceiro enlouquecido que havia jurado nunca voltar a ser.”

São tantos personagens que fazem parte dessa história, que fica difícil explorar cada um. O que posso dizer é que eles foram muito bem contextualizados e trouxeram algumas semelhanças das suas origens. Não consigo afirmar que algum deles seja totalmente bom ou mau. Sinto que todos eles ficam nesse meio termo e se amparam nisso para justificarem suas ações. Acho que a falta de um “mocinho” me deixou incomodada com o desenrolar dessa narrativa.

Entretanto, gostei muito dessa exploração de um submundo do crime onde a violência reina e onde temos o lado mais vil e sujo do ser humano exposto. Você encontrará nessa leitura cenas fortes e muito reais que, diversas vezes, nos causam certo desconforto. O pior é saber que tudo isso acontece bem debaixo do nosso nariz e nem sonhamos a realidade enfrentada por essas pessoas. Descobriremos aqui que não podemos confiar em ninguém e que a traição, violência e morte parecem ser comuns para todos eles.

Essa trama conta com diversas mentiras, buscas desesperadas pelo poder e reviravoltas. Quando você menos esperar, alguma mudança aparecerá e você ficará sem ação com aquela revelação. Apesar de não me agradar por completo, reconheço a importância do autor e o quanto ele foi cuidadoso ao montar essa história e encaixar cada um desses personagens em uma realidade tão diferente da que eles se originaram. Assim como esse livro não funcionou comigo, pode ser que ele funcione com você.

 

MACBETH

Autor: Jo Nesbø

Tradução: Márcia Alves

Editora: Record

Ano de publicação: 2019

A sombria tragédia escrita pelo dramaturgo mais influente do mundo recontada por um dos maiores autores de thrillers policiais da atualidade. Em uma cidade industrial cinzenta e chuvosa na década de 1970, a polícia concentra todos os seus esforços em acabar com o tráfico de drogas e a violência, bem como a criminalidade que decorre disso. Duncan, o novo comissário-chefe, é um idealista e um visionário, a favor de uma gestão transparente e engajado na luta contra qualquer forma de corrupção. Ele é um sonho para a população. E um pesadelo para os criminosos. A missão da polícia não é nada simples. O mercado de drogas da cidade é comandado por dois homens – Sweno, líder de uma perigosa gangue, e Hécate, um mestre da manipulação, que tem ligações com as esferas mais elevadas do poder. Mas Duncan tem uma poderosa arma: Macbeth, o chefe do Grupo de Operações Especiais, um homem do povo. E também uma pessoa ambiciosa, influenciável e com tendências paranoicas e violentas. E, o que muitos não sabem, um ex-viciado. Uma presa fácil para Hécate. Quando uma operação para apreender um carregamento de drogas se transforma em um banho de sangue, Macbeth e sua equipe são encarregados de limpar a bagunça. Sua recompensa: poder, dinheiro, respeito. Infectado pela cobiça, culpa, tomado por alucinações e influenciado por sua amada Lady, Macbeth embarca em uma jornada sem volta de sangre e traição.

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