Magneto – Testamento é uma história em quadrinhos que conta com roteiro de Greg Pak, desenhos de Carmine Di Giandomenico e foi lançada pela Panini em 2009.

Sobre a história

Max Eisenhardt era apenas uma criança quando deu-se início à Segunda Guerra mundial. O jovem judeu vivia com os pais e levava uma vida normal antes de todo esse terror começar. Bom filho, muito inteligente e com um futuro promissor, ele acaba despertando o ódio e a inveja dos outros garotos e precisa ser cauteloso, principalmente em um momento tão difícil. Mesmo sendo pequeno e fraco, ele possui uma grande determinação. Além de um grande afeto por uma cigana chamada Magda.

Não demora para que Max e sua família comecem a sofrer preconceito daqueles que vivem no mesmo local que eles e que se consideram superiores. Com a passagem dos anos esse preconceito apenas aumenta e a família começa a passar por diversas dificuldades. O discurso de ódio passa a fazer parte das suas vidas e eles sofrem na pele todo esse tormento. O medo toma conta das famílias e diversas injustiças são cometidas.

Sua família permanece unida, mesmo passando por diversos problemas. Vivenciamos com Max todo o mal que se acomete sobre eles e todo o drama sofrido. Acompanhamos sua história desde o começo até o momento que ele próprio acaba parando em um desses acampamentos e descobrimos o que o destino reserva para ele. Será que ainda existem pessoas boas em meio a todo esse sofrimento? O que acontecerá com sua família? Ele reencontrará pessoas que poderão ajudá-lo?


Minha opinião

Mesmo sabendo que tudo isso aconteceu há pouco tempo é sempre um ato extremamente difícil para mim e, acredito que para tantas outras pessoas, ler sobre as barbáries cometidas na segunda guerra. Essa história não deixa a desejar em nenhum momento, acredito que até foi muito leve em algumas partes. Começamos a trama vivenciando com Max, que já enfrenta desde muito novo um preconceito descabido dos colegas e até professores, sendo chamado de “verme judeu”. Ver essa figura do Magneto jovem, a bondade que havia nele e que foi morrendo aos poucos, nos leva a entender tudo que ele já passou e em como isso afetou e moldou o que ele se tornou posteriormente.

Ter fatos históricos trazidos e acompanharmos o que aconteceu conforme ele crescia, ajudou além de tudo a compreender um pouco da história desse momento tão difícil e constrangedor para a humanidade. Assistir tudo isso e não sentir o estômago embrulhar é algo impossível. Essa história nos leva a um misto de sentimentos. Desde vergonha até uma raiva por vermos na nossa frente e de maneira clara, tudo o que os nosso semelhantes foram capazes de fazer. Ficamos extremamente chocados com a propagação de ódio gratuito e totalmente descabido e que, incrivelmente, ainda não deixou de aparecer. Nos consideramos tão lúcidos e inteligentes, mas vemos, e para meu grande espanto, cada vez mais esse tipo de discursos. Ainda não evoluímos.

As humilhações sofridas, a crueldade empregada e o ódio puro adotado ainda marcam e mancham a nossa história. E creio que esse tipo de narrativa deve continuar a ser trabalhada, para que isso nunca caia no esquecimento. Mas sabemos que não é fácil fazermos ficção em cima de algo tão delicado. Essa história é pesada e ao terminá-la fiquei extremamente tocada e pensativa. Tantas humilhações sofridas por Max e os outros me fizeram com que eu visse Magneto com outros olhos. Uma frase que ele ouve de um dos poucos amigos que restam é uma das que mais me chocaram “apenas continue vivo”. O desespero e descrença eram tantos que essa acaba sendo a única motivação daqueles que estão sendo perseguidos.

As cores, de Matt Hollingsworth, são o elemento chave para a história. Juntamente com as ilustrações, elas passam todo esse clima pesado, melancólico e cheio de tristeza. Podemos sentir o desespero e a dor daqueles que sofreram na mão desses tiranos. O roteiro de Greg Pak está incrível. Toda a construção psicológica, juntamente com o horror sofrido pelos personagens, não deixa em nada a desejar. Ele não foca tanto em como surgiram os poderes de Max Eisenhard, mas em mostrar que Magneto também possuía uma parte humana, mas que infelizmente foi destruída devido a tanto horror sofrido.

A cronologia da trama parte do momento inicial em que Adolf Hitler, assume o título de Führer do estado alemão, e a liderança absolutista do país. Durante a leitura temos alguns textos explicativos contendo os fatos cronológicos da época. Toda a construção da história está excelente e serviu para conhecermos um outro lado de Max que virá a ser conhecido como Erik Lehnsherr (ou Magneto, se você preferir.). Essa HQ é indispensável para todos os fãs.

 

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MAGNETO – TESTAMENTO

Autor: Greg Pak

Editora: Panini

Ano de publicação: 2010

Para o mundo, ele é o maior terrorista mutante da história, inimigo jurado da espécie humana. Seu nome: Magneto. Porém, muito antes de iniciar sua cruzada pela supremacia do Homo superior, muito antes da Irmandade de Mutantes e dos confrontos com os X-Men de Charles Xavier, havia apenas um garoto. Um menino idealista e apaixonado, colhido na loucura e no horror da 2a Guerra Mundial. E foi num campo de concentração do 3o Reich, alimentando as fornalhas nazistas com os corpos de parentes e amigos, que esse jovem judeu conheceu a verdadeira vilania. O roteirista Greg Pak (Planeta Hulk) e o ilustrador Carmine Di Giandomenico (Homem-Aranha: Noir) retratam uma das maiores tragédias da humanidade pelos olhos de um dos mais carismáticos e controversos personagens da Casa das Ideias.

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