Exit é um curta produzido por Daniel Zimbler, com lançamento em 2015.

Uma família está reunida na sua confortável sala de estar prestigiando uma bebida e conversando em uma época de festividades natalinas. De pé, um dos integrantes da família inicia um diálogo provocando um dos outros integrantes e tirando sarro dele. Porém, antes de iniciar uma discussão mais afrontosa, o mais velhos dos integrantes da família propõem contar histórias com fundos reflexivos. Todos concordam e assim as cortinas da sala são fechadas para que os ali presentes tenham uma maior imersão na história. O integrante mais velho começa então a narrar sua história, enquanto os demais presentes começam a terem estranhas sensações e pensamentos.

Este curta tem um elemento favorável à sua narrativa que os demais não tiveram: tempo. Em pouco mais de 12 minutos, a construção da história consegue criar uma imersão maior e convencer aos poucos o que vai ser apresentado na tela. Os personagens estão bem situados e caracterizados dentro da trama, nos passando a ideia de ser mesmo uma reunião em família, com alguns deles mais esnobes que outros. O figurino e o cenário também nos remetem há uma época passada, talvez século XVII ou XIX. O cenário é outro elemento favorável à história. Logo de início nos é apresentando um jardim com muros de árvores, porém coberto por uma fina e sombria névoa. Em seguida, vemos que tudo se passa dentro de um castelo e isso dá mais credibilidade à narrativa. Misturando esses elementos com maestria e com uma trilha sonora condizente e cortes e edições bem feitas, o resultado final é uma história curta, porém atraente, tanto aos olhos, quanto ao propósito.

Acertei em deixar este curta para ser visto por último, pois de todos é o que mais me chamou a atenção e que me deixou com perguntas ao terminar. Usando de elementos simples mas críveis, a história me prendeu a atenção desde o início para compreender o que estava acontecendo. Não há nenhuma apelação visual ou auditiva, pelo contrário, ouso dizer que ela transmite de forma pura a mesma essência que alguns dos contos de H.P. Lovecraft possui. Ela mexe com o psicológico do expectador ao propor experiências sensitivas e a imaginar situações claustrofóbicas, desesperadoras e terríveis onde nada nem ninguém está por perto para ajudar. Ilusão? Paranoia? Realidade alternativa? Verdade? Essas são apenas algumas das perguntas que o final não responde… e que me deixaram com um gostinho de quero mais.

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