Dirigido por Susana Garcia, protagonizado pelo Paulo Gustavo e estreado em 2019, se tornou sucesso de bilheterias nacional, sendo o filme com maior bilheteria da história do cinema brasileiro até agora.

A família está crescendo. Agora sua filha, Marcelina (Mariana Xavier) está esperando um filho. E não só isso, ela tem que aturar a mãe do noivo de seu filho Juliano (Rodrigo Pandolfo). Querendo ser a típica mãe participativa e ocupada, dona Hermínia (Paulo Gustavo) quer planejar o casamento de seu filho e o chá de bebê para seu futuro neto. Porém, com a ansiedade e os problemas de saúde vindo à tona, nada vai impedir que ela visite algumas vezes o hospital.

Se sentindo sozinha com a ausência dos filhos agora já crescidos e independentes, dona Hermínia é convidada pela sua vizinha para curtir um pouco a vida de uma mulher aposentada, de vida ganha e divorciada. Juntas vão se aventurar nos Estados Unidos com um inglês arranhado.

Depois da curtição, as coisas tendem a piorar. O nascimento do bebê; a interferência de sua rival, a mãe do noivo de seu filho, no casamento; ter que aturar suas irmãs Iesa (Alexandra Richter) e Lúcia (Patrícya Tavassos) e ainda suportar uma filha que agora se voltou ambientalista e que teve um filho antes do casamento.

O sucesso de bilheterias já diz muito sobre o filme. Sair sem fôlego do cinema foi muito comum para quem viu essa sequência ao longo dos anos. Dona Hermínia se supera como uma mãe preocupada, ansiosa, cuidadora e de personalidade forte. Há quem diga que ela represente muitas mães brasileiras.

O humor do filme nunca se perde. E acredito que nunca se perderá. Vendo e revendo o filme, você sempre se vê rindo das atrapalhadas de dona Hermínia e de seus ataques nervosos. E a história só melhora quando novos lugares são explorados como a Califórnia, nos Estados Unidos e Búzios, aqui mesmo em nosso país.

Trilha sonora satírica, ambientação diferente, nova história e novas perspectivas. Isso deu um novo passo para a história de Hermínia e sua família. Nos põe a refletir também: e agora? Depois dos filhos crescidos e independentes e da ausência de um marido, o que uma mãe solitária e aposentada faz? Par Hermínia, sua resposta é curtir a vida, participar dos planejamentos de seus filhos e, principalmente, ser uma avó.

Sendo uma mulher com renda e de vida ganha, sabemos que não é a realidade de muitas mulheres brasileiras, quanto mais de muitas mães brasileiras. Não temos a real noção de como são as mães brasileiras. Ou a maioria vive sobre a margem da miséria, do trabalho doméstico, da ausência de estudos e da violência doméstica, ou vivem sob negligências dos filhos e problemas de relacionamento. Há as que são bem-sucedidas, com renda, estudo e com boa relação com seus filhos e cônjuge. A dona Hermínia é um encontro de alguns desses aspectos. Não possui estudo, sempre foi doméstica, criou fortuna com o tempo, hora têm problemas com seus filhos, hora se da bem com eles.

Mudanças são visíveis em alguns personagens. A Marcelina, por exemplo, tem uma mudança radical de comportamento. Ao invés de ser aquela jovem com um temperamento parecido com a da sua mãe, se tornou uma pessoa calma, diferente e mais madura. Isso nos faz perder uma importante personagem que nos tira grandes risadas, mas por outro, podemos compreender o quão importante é esta transformação para entendermos as mudanças que ocorrem nas pessoas.

Sendo bem detalhista com o filme, como um grande espectador desta sequência, podemos encontrar um erro grosseiro nas filmagens desse filme. Assim como nos dois filmes anteriores que já estão resenhados aqui, há momentos de flashback em que vemos o passado da dona Hermínia como mãe de seus filhos ainda crianças. Observamos que, por toda a fase infantil de seus filhos, ela morou no mesmo apartamento que conhecemos no primeiro filme. No segundo filme, ela se muda para um novo apartamento. Já no terceiro filme, seu apartamento é outro, mais amplo e mais luxuoso, mas os flashbacks do seu passado não mais se ambientam no apartamento antigo. E sim, se ambientam nesse apartamento novo.

Este realmente é um erro grave, que apesar de não afetar em nada na história, gera atrito entre a coerência do passado com o presente. Podemos idealizar este erro (caso fosse proposital da produção) como se fosse um conflito na memória de dona Hermínia ao imaginar seus filhos crianças (uma memória de muito tempo atrás).

Esta sequência nunca deixou de perder sua essência: mostrar a importância do papel de uma mãe. E mais além do que isso, este filme em especial nos deixa uma importante mensagem: uma mãe, não necessariamente é definida pelo seu gênero ou pelo seu sangue.

MINHA MÃE É UMA PEÇA 3

Diretor: Susana Garcia

Elenco: Paulo Gustavo, Rodrigo Pandolfo, Mariana Xavier.

Ano de lançamento: 2019

Dona Hermínia vai ter que se redescobrir e se reinventar porque seus filhos estão formando novas famílias. Essa supermãe vai ter que segurar a emoção para lidar com um novo cenário de vida: Marcelina está grávida e Juliano vai casar.

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