O Céu Noturno em Minha Mente é da autora Sarah Hammond e foi publicado em 2016 aqui no Brasil pela Galera Júnior.

Sobre o livro

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Mikey Baxter sofreu um acidente quando era criança e a marca dos pontos está na parte de trás de sua cabeça como uma lembrança contínua de algo que ele não lembra direito. O que sabe é que o pai está preso e que ele não deve perguntar muito sobre o assunto para a mãe que claramente não quer dar explicações.

Em uma relação bem diferente, a mãe basicamente deixa o menino solto para que ele possa sair e passar horas e horas fora de casa com seu fiel companheiro e cachorro, Timmer. Porém esse menino de 14 anos tem um segredo, se ele se concentrar ou até mesmo do nada, quando por vezes perde o controle, ele acessa o Pra Trás e consegue ver cenas do passado e quem sabe até do futuro, cenas que ele não estava presente, cenas que ele não deveria ver.

“O Pra Trás é minha especialidade: vem como um filme da vida real e me mostra coisas que já aconteceram mesmo que eu não estivesse lá na época. Mas é sempre uma surpresa; nunca sei que parte do Pra Trás virá. Tenho de tomar cuidado e não ir longe demais, porque às vezes há coisas que não quero ver.”

Ele carrega isso desde o tal acidente que lhe deixou a cicatriz, mas não entende o porque e nem consegue fazer com que a mãe acredite em sua história. Porém, sua vida começa a mudar no dia em que ele está no galpão, um dos lugares que gosta, e acaba vendo o pai. Só que ao contrário de uma visão normal do Pra Trás, onde ele só assiste, dessa vez esse homem que ele achou estar distante e que imaginou que jamais veria novamente, interage com ele e algo muda.

Nesta mesma noite um crime acontece e Mikey usa o Prá Trás para tentar descobrir o que aconteceu. Logo pensa que seu pai pode estar envolvido nesse assassinato e que ele tem a chave para descobrir a verdade.

Minha opinião

Por ser um livro com o selo da Galera Júnior, apesar do nome e temática, achei que seria algo leve, mas não. O céu noturno em minha mente é denso, em vários pontos pesados e nos proporciona uma série de reflexões sobre as formas de ver as coisas do ponto de vista infantil e até adulto.

Um mesmo fato pode ter várias versões, dependendo dos olhos de quem o conta, mas normalmente a verdade é só uma, apesar de por vezes demorar a chegar. Mikey tem o poder de revisitar o passado e ver o que aconteceu com uma visão privilegiada, porém ele nem sempre compreende o “dom” que tem ou vê tudo o que precisa logo de cara.

“Como observo o Pra Trás, Timmer? O que acontece? […] O mundo rodopia e então começa. As pessoas do Pra Trás chegam. Elas só chegam.”

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O livro é um quebra cabeças e, ao mesmo tempo em que se torce para que o garoto consiga as respostas para os enigmas e para a solução do assassinato, vemos ele se meter em diversas situações duvidosas, com pessoas más, que se aproveitam da sua ingenuidade. Ele não tem amigos e portanto aceita as mãos que lhes são estendidas sem questionar. Assim, aos poucos, vamos descobrindo que ele pode estar seguindo por um caminho parecido aquele que levou o pai à cadeia, pela mão de pessoas que também estavam lá quando isso aconteceu.

É agoniante ver que ninguém olha para o garoto com atenção para entender o que se passa com ele, de como sua ingenuidade é usada e nunca questionada. De como ele vive solto, sem atenção de um adulto e isso é visto como algo normal pela mãe negligente que não vê o filho especial. Ao mesmo tempo em que apenas sabemos que ele tem esse dom diferente, o qual não é explicado exatamente de onde vem. É um elemento da narrativa pra compor uma outra história e ele não vai se justificar pra você ou querer designar os porquês.

Ir descobrindo o que aconteceu no presente e também os fatos do passado junto com Mikey foi super interessante. O livro, que possui menos de 300 páginas, vai e volta no tempo na cabeça do garoto para nos dar pistas e revelar no fim como tudo aconteceu. Apesar disso, achei um pouco simples demais a construção dos demais personagens, o que me levou a decifrar rapidamente a partir do meio do livro qual seria o desfecho principal, ficando a surpresa para realmente a parte do pai do garoto. Mesmo assim, é um livro interessante pra quem gosta de acompanhar histórias de mistério pelo ponto de vista de uma criança especial :)

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Mikey Baxter tem 14 anos, mas muitas coisas o diferenciam dos outros garotos da sua idade. Para começar, o pai está na prisão e a mãe se recusa a falar sobre o assunto. Ele sabe que, de alguma forma, isso está ligado à cicatriz em sua cabeça e ao fato de ele parecer ter mais dificuldade em entender certos assuntos do que os outros. Quando um misterioso assassinato ocorre em sua cidade e Mikey é o primeiro a chegar à cena do crime, ele não sabe o que pensar. O que o levou até ali? Quem teria matado o morador de rua da cidade, que parecia nunca ter feito mal a ninguém? E quem era o homem caipira que estava nos arredores?

 

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