O Crepúsculo e a Aurora é o livro mais novo de Ken Follett com lançamento em 2020 pela Arqueiro se passando tempos antes de Os Pilares da Terra.

Sobre o Livro

Se passando perto dos anos 1000, a Inglaterra vivia sobre ataques vikings. E Edgar não foi a única vítima naquele dia. Prestes a fugir com a pessoa com quem amava, Edgar decide largar tudo: sua família, seu trabalho e sua aldeia para poder morar com ela, a mulher de seus sonhos que sofria nas mãos de seu atual marido.

Mas, na noite de sua fuga, os vikings chegaram e a vida de todos naquela aldeia mudou, principalmente a dele.

“Um momento depois, deu-se conta de que estava encarando algo ainda pior do que um monstro: um navio viking com uma cabeça de dragão na ponta da longa proa curva.”

Tendo que lidar com o que perdera, ele terá que aceitar o que os vikings fizeram com o futuro dele e de sua família. E quanto mais ele vê que sua vida caminhava para outro rumo, mais ele percebia que as pessoas podiam ser cruéis.

Nos arredores desta confusão, o monge Aldred sonha com um dia transformar sua abadia em um centro internacional de estudos. E do outro lado da Inglaterra, na Normandia, uma nobre verá sua vida mudar depois que conhecer um nobre inglês indignado com as invasões vikings, mas enfrenta inúmeros obstáculos, sendo o principal um bispo. As histórias de todos se entrelaçarão nas terras que deu lar, tempos depois, a cidade de Kingsbridge em Os Pilares da Terra enquanto lutam para fazer o bem no meio de um oceano de traições, mentiras, manipulações e ganancias por poder.

Minha Opinião

Agonia é o sentimento que mais presenciei nessa história. Sentia agonia pela injustiça que os personagens bons sofriam nas mãos dos personagens maus. Ao longo de todos os capítulos vemos inúmeras injustiças que queremos berrar para todo mundo o quão cruel que é mas ao mesmo tempo sentimos na pele dos personagens o quão injusto é a nossa realidade mesmo sendo uma história se passando na Idade Média.

Follett sabe mesmo nos agoniar. Ele faz a mesma coisa em Os Pilares da Terra e nas continuações seguintes. A história assim como em Os pilares da Terra se cruzam nos mesmos problemas: a traição, a mentira, a manipulação, a obsessão por poder e a vingança.

“Os vikings […] atacavam no litoral e nas margens dos rios. Incendiavam cidades, roubavam tudo que conseguiam carregar e matavam todo mundo, exceto homens e mulheres jovens, que capturavam para vender como escravos.”

O livro segue o mesmo ritmo em Os Pilares da Terra e Mundo Sem Fim (a continuação). O livro já começa de forma a tentarmos imaginar como seria a trajetória dos personagens, mas já havendo uma mudança drástica em suas vidas. Depois ao longo de toda a história vemos uma evolução dos problemas. Quanto mais você lê um novo capítulo, mais problemas aparecem e mais você fica angustiado com todas essas injustiças que vão surgindo. E mais ainda você quer terminar o livro logo para saber como será esse desfecho de uma história repleta de caos.

Ken Follett mantêm seu padrão nos livros que cria. Ele insere personagens magníficos e também altamente questionáveis fazendo com que suas histórias na Idade Média sejam mais reais mas ao mesmo tempo tomando um estilo de escrita muito atual e nem um pouco rebuscado permitindo com que cada um pudesse entender até os pequenos detalhes. Ele criou a Ragna como uma mulher guerreira, forte e ousada por enfrentar uma sociedade machista. Ele cria também o bispo Wynstam, o homem que iremos mais odiar por toda a história mas de longe sendo o único.

“- Eu quero me casar com Wilwulf!

– Você parece uma camponesa falando – ralhou a mãe. – Só que é uma filha de nobres, e não tem o direito de se casar com qualquer um que escolher.”

Por ser um autor muito direto nos momentos tensos da história e muito simplista ao narrar e ao mesmo tempo não nos deixando perdido com os inúmeros personagens, ele transforma um livro grande como este em uma grande novela, aquela que levamos um ano para vê-la.

E se é isso que procura, um livro que te tira da órbita da Terra e passa a se centrar no mundo fictício porém realista de Follett, esse livro é ideal. Ainda mais que é perfeito para aqueles que não conhecem o autor. Ter a oportunidade de conhecer o livro que antecede um de seus maiores sucessos, traz vantagem ainda mais para compreender como que uma cidade pode surgir e prosperar no meio do ódio e do amor.

Apesar de ser um autor que foca mais nas ficções históricas do século XX como a Segunda Guerra Mundial, eu vejo um grande potencial nas suas histórias se passando na Idade Média, apesar de serem muito poucas. Pois ele traz uma semelhança e uma zona de conforto para aqueles leitores de fantasia medieval que curtem George R. R. Martin, Brandon Sanderson ou Patrick Rothfuss. Apesar de nessa história não ter dragões, bruxos ou elfos, nesse livro tem vingança, traição, disputa pelo poder e uma essência da realidade crua e nua da Idade das Trevas.

​O CREPÚSCULO E A AURORA

Autor: Ken Follett

Tradução: Fernanda Abreu

Editora: Arqueiro

Ano de publicação: 2020

Em 997 d.C., a Inglaterra enfrenta ataques dos galeses de um lado e dos vikings do outro. Os homens que estão no poder fazem justiça de acordo com os próprios interesses, ignorando o povo e muitas vezes desafiando o próprio rei. Na falta de uma legislação clara, o caos reina absoluto. Nesse cenário de selvageria, a vida de três jovens se entrelaça de maneira brutal. Um construtor de barcos vê sua terra ser dilacerada pelos vikings e é forçado a se mudar com a família para um povoado inóspito. Uma nobre normanda desafia os pais para se casar com o homem que ama e, assim que chega à Inglaterra, se vê envolvida em uma constante e violenta disputa pela autoridade em que qualquer passo em falso pode ser catastrófico. Um monge sonha em transformar sua humilde abadia em um centro de estudos conhecido na Europa inteira. Todos eles lutam por um mundo mais justo, próspero e livre. E todos cruzam o caminho de um bispo inteligente e cruel que vai fazer o que for preciso para aumentar sua influência e sua fortuna. Com uma trama elaborada que une um extenso trabalho de pesquisa histórica a uma criatividade extraordinária, O crepúsculo e a aurora é um presente tanto para os leitores veteranos de Ken Follett quanto para quem deseja conhecê-lo.

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