O Espadachim de Carvão é do autor nacional Affonso Solano, e foi publicado em 2013 pela Editora Leya sob o selo Fantasy da Casa da Palavra.

Sobre o livro

O Espadachim de Carvão vai contar a história de Adapak, um jovem espadachim que é filho de um dos quatro deuses que são um, em Kurgala. Nesse mundo fantástico que possui uma mitologia única, onde cada uma desses deuses recebeu por outras duas entidades a permissão de criar continentes para viver e, depois de algum tempo se sentindo sozinho, Enki’ Nar, o Deus Voz, acaba criando seres para lhe fazer companhia levando seus irmãos fazerem o mesmo. Porém, aqueles que haviam lha dado permissão para criar os continentes não ficam felizes com a nova população e em uma tentativa falha de explicar e defender suas criações, Enki’ Nar acaba trancando as duas entidades em um quinto continente, criado especialmente pra eles. Esse fato cria um rompimento entre os irmãos e a partir dai, os seres criados passam a caminhar entre um lugar e outro livres da observação de seus pais deuses.

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Adapak começa a história fugindo de seres que o estão caçando, sem ao menos saber o motivo. E com ele, entre capítulos que intercalam o presente e o passado, vamos conhecer mais sobre a sua história e sobre a história de Kurgala, enquanto também tentamos descobrir quem o esta perseguindo e tentando matá-lo.


Capa e edição

Eu gosto bastante da capa desse livro e ela trás elementos importantes da história, como a caverna onde Adapak é criado e o próprio, com suas espadas. Ela parece um reflexo da introdução a um mundo complexo e denso.

Cada capítulo começa com uma pequena ilustração no topo da página, porém acho que não foi suficiente. Senti falta de ilustrações maiores, principalmente da fisionomia de alguns personagens, já que são raças desenvolvidas para a história, o que dificulta ao leitor imaginar corretamente como são esses seres. E é claro, faltou um mapa. Livro de fantasia tem que ter mapa gente. Sério.

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Minha opinião

Eu já queria ler esse livro a um tempinho, mas a vinda do autor a Porto Alegre para o lançamento e noite de autógrafos do segundo livro foi o impulso que eu precisava. Acabei lendo o primeiro volume super rápido e mesmo com algumas ressalvas gostei bastante da experiência.

O universo criado por Solano é bastante único e o autor se preocupou em dar amplitude para que próximas histórias pudessem ser desenvolvidas. Porém, toda a explicação de como as coisas funcionam em Kurgala vem em doses homeopáticas, o que me irritou um pouco. Quando eu mergulho em um mundo novo, quero saber o máximo sobre ele logo no início, para entender o desenrolar. Porém, em Espadachim de Carvão, vamos intercalar entre o presente e o passado e é só quando estamos nesse segundo é que recebemos aos poucos, parte da informação.

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Ao mesmo tempo em que o universo é amplo, algumas partes da história são extremamente rasas, como por exemplo a presença da personagem T’arish, interesse amoroso da juventude de Adapak. Pelo menos nesse primeiro livro, a inserção dela é completamente desnecessária e se fosse eliminada não diminuiria a história em nada. Com isso, ao longo do livro, fiquei esperando o momento onde a personagem fosse voltar e salvar o dia. Não aconteceu.

O que fez minha experiência com o Espadachim de Carvão menos empolgante do que deveria é que na primeira metade do livro o autor da uma dica do que é o final e eu saquei logo de cara, mas fiquei esperando que isso fosse revelado antes e que o final se mostrasse outra coisa. Também não aconteceu. O livro termina exatamente no ponto onde o que eu descobri ali pela página 100 é revelado, mais de 150 páginas depois.

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Sei que essa foi uma peculiaridade minha e que muita gente não vê a “pista” e é super normal, porém com o olhar é afiado e crítico, não passou despercebida. Mas não me entendam mal, eu gostei bastante do livro e da escrita de Solano, porém acho que tinha como o autor desenvolver melhor a história, já que o universo que criou é exemplar. O que parece é que Affonso focou tanto no background que acabou pecando, pra mim, no desenvolvimento do plot do livro.

Agora quero ler o segundo livro, As pontes de Puzur e ver como a história vai se desenrolar nesse novo contexto.

O Espadachim de Carvão vai ganhar uma história em quadrinhos, um vídeo game, trilha sonora e estátuas de colecionador. O que é muito legal, levando em consideração que autores nacionais nem sempre tem a visibilidade que merecem e raramente veem suas obras ganharem asas, é muito bom saber que Solano está tendo essa oportunidade.

O ESPADACHIM DE CARVÃO

Autor: Affonso Solano

Editora: Leya

Ano de publicação: 2013

Kurgala é um mundo abandonado por Quatro Deuses. Adapak é filho de um deles. E hoje ele está sendo caçado. Perseguido por um misterioso grupo de assassinos, o jovem de pele cor de carvão se vê obrigado a deixar a ilha sagrada onde cresceu e a desbravar um mundo hostil e repleto de criaturas exóticas. Munido de uma sabedoria ímpar, mas dotado de uma inocência rara, ele agora precisará colocar em prática todo o conhecimento que adquiriu em seu isolamento para descobrir quem são seus inimigos. Mesmo que isso possa comprometer alguns dos segredos mais antigos de Kurgala.

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