Atenção!

Esse filme pode conter cenas de violência e suicídio, portanto, não é recomendado para pessoas sensíveis.

Histórias emocionantes não são muito fáceis de se encontrar. Sim temos bons dramas, que tiram algumas lágrimas aqui e ali, mas aquele tipo de história envolvente, sensível e ao mesmo tempo que inocente e cruel, são raros.

Vamos falar um pouquinho aqui sobre uma dessas histórias raras. O Milagre na Cela 7, que é uma obra turca e distribuída aqui no Brasil pela Netflix, reconta uma história coreana que possui o mesmo nome.

Na história temos Memo (Aras Bulut Iynemli) um homem com deficiência intelectual que vive junto da sua filha e sua avó em um pequeno vilarejo. Sua filha Ova (Nisa Sofiya) e sua avó Fatma (Celile Toyon Uysal) junto com a grande maioria dos habitantes do vilarejo, o veem como uma pessoa muito amável e prestativa (alguns até abusam um pouco disso), mas não são todos e a vida não é tão fácil assim.

Infelizmente a história retrata uma parte não muito legal dessa situação, sua filha Ova, infelizmente, por ter um pai com deficiência intelectual e não ter a presença materna em casa, acaba sofrendo perseguição das crianças da mesma idade. Para Ova e Fatma, nada do que as pessoas falam sobre Memo faz diferença, até ele se envolver em um acidente que acaba levando a morte da filha de um tenente do exército turco, que em seu luto e cheio de raiva, joga Memo na prisão destinado a morte.  

Como eu disse, o filme é um reconto de uma história que anteriormente já existia, mas como uma pessoa que não assistiu a obra coreana tenho que pontuar que esse filme mexeu muito comigo. Uma história que ao mesmo tempo tem um pé gigantesco na dura e fria realidade da vida, tem um pé também no drama e na emocionante trajetória que pessoas puras e simples possuem. O filme te faz ficar com raiva do mundo ao mesmo tempo que te faz chorar por conta da frieza dele.

O diretor Mehmet Ada Oztekin e os roteiristas Ozge Efendioglu e Kubilat Tat, nos entrega uma história super sensível, que consegue perfeitamente nos mostrar a transição do personagem livre e com muitas limitações para uma vida dentro da prisão com outros tantos companheiros criminosos. Não há maldade em Memo, e assim como nós que estamos acompanhando a história do outro lado da tela, nos apegamos a ele, todos os companheiros de cela também se apegam e se esforçam em entendê-lo e transformar sua vida ali o mais confortável possível.

Do lado de fora da prisão, temos a luta de Ova para provar que o pai é inocente, principalmente ela que mesmo encontrando uma testemunha que viu todo o acidente, não consegue fazer sozinha. Assim como Ova está empenhada em salvar seu pai da morte, todos dentro da prisão também estão. A forma com que a filha do nosso protagonista se relaciona com o mesmo e com o mundo, conquista a todos, de como os dois os enxergam com o olhar de serem humanos e não pelo que eles fizeram; Vemos ladrões, assassinos, criminosos se tornarem companheiros de verdade de uma criança e de seu pai, tão criança quanto ela.

O filme, fora toda essa realização de nos cativar com uma história emocionante na relação pai-filha, de amizade e de transformação, também traz um pouco de alguns aspectos religiosos na tentativa de humanizar alguns presos para o público. Eles também começam a se questionar sobre seus feitos e sobre a vida que vem levando, tudo isso em razão da sua relação com esse homem tão especial que tem causado transformação pouco a pouco por onde passa.

Em O Milagre na Cela 7, não são só os personagens que choram, mas sim nós que vemos a história. Devo dizer que a cena da despedida de Memo antes da execução já ordenada no começo do filme (não é spolier), foi uma das cenas mais difíceis de ser vista por mim (posto esse que era da morte do Dereck e a depedida da Yang em Grey’s Anatomy), sim eu chorei muito com essas história.

Temos aqui uma história que trata a dureza da vida em encontro com a inocência dentro de cada um, a dor sendo curada, o remorso virando arrependimento, amizade florescendo em um ambiente tão impróprio para isso e risadas com lágrimas todas misturadas. Temos uma história que nos fornece a oportunidade de olhar para essa obra que não só fala de como é bom ter uma vida, mas como é importante nós vivermos essa vida.

Se eu fosse você que ainda não assistiu, eu não perderia tempo. Então corre para conferir e depois compartilha qual “milagre” você experimentou.   

O MILAGRE NA CELA 7

Diretor: Mehmet Ada Oztekin

Elenco: Aras Bulut Iynemli, Nisa Sofiya, Deniz Baysal, Hayal Koseoglu e etc

Ano de lançamento: 2019

Separado de sua filha por ser acusado de um crime que não cometeu, um homem com deficiência intelectual precisa provar sua inocência ao ser preso pela morte da filha de um comandante. Ele passa a contar com a ajuda de seus companheiros de cela e de quem também está do outro lado das grades.

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