Publicado originalmente no início da Segunda Guerra Mundial em 1939, este livro teve sua edição pela HaperCollins em 2016.

Sobre o Livro
O Natal sempre foi uma época do ano dedicada a unir as partes de uma família, dividida entre seus interesses pessoais, desentendimentos e consequências do passado que refletem até o momento atual. Isto não foi diferente no Natal dos Lee, uma família rica, porém desunida, em que é convocada pelo patriarca da família a se unirem no dia de Natal e celebrarem este momento especial juntos.
A união das diversas partes desta família ocasionou em um momento conturbado: irmãos que não se entendiam, filhos que eram opostos ao comportamento de seu pai e opiniões das mais diversas.
“- Ele o tratou… a todos nós… de modo vergonhoso. Ele…
– Não precisa enumerar seus crimes! A lista é longa. Mas o Natal, lembre-se, é a época do perdão!”
Com a chegada do Natal a dúvida ficava: alguma coisa mudaria? Alguém mudaria de comportamento? Mas a medida que o dia da véspera passava, uma sensação estranha moldava aquela casa. Até que algo trágico acontece: um membro da família é morto brutalmente. A polícia então deve saber: quem foi capaz de matar na véspera do Natal? E por quê?
Minha Opinião
Já posso dizer que esta leitura é perfeita para se ter em dezembro, trazendo um ar natalino – com toques essenciais de crime investigativo – para os que gostam de maratonar filmes, séries e até livros com esta temática de fim de ano. Apesar de o foco do livro não introduzir com muitos detalhes esta época do ano, aqui Agatha Christie prefere deixar o Natal como somente um cenário e não como um detalhe que impacta na estória, a não ser, claro, o motivo que trouxe todos os personagens da família Lee – mesmo que opostos – unidos em uma casa.
Aqui contamos com a participação de Poirot, por mais que tenta-se deixar-lo mais distante por conta da investigação ser comandada por outro detetive designado. Mas conforme as páginas passam, fica evidente a participação fundamental de Poirot na resolução do caso.
“- […] Hoje é véspera de Natal, e oespírito de Natal está em toda a parte… Não sei, não.”

A narrativa e seu ritmo seguem igual ao que os fãs de Agatha Christie como eu conhecem: personagens caricatos e numerosos assim como uma narrativa direta com poucos detalhes descritivos e mais diálogos essenciais para a resolução do crime. Essa fórmula é vista em praticamente todos os seus livros, o que torna tudo ainda mais envolvente.
“- Época de Natal. Paz e boa vontade… e todo esse tipo de coisa. Boa vontade em todos os lugares.”
Com pouco mais de 200 páginas, O Natal de Poirot promete mais um suspense envolvente que entrega um final surpreendente e de difícil dedução que a nossa rainha do crime apresenta. Confesso que esta leitura foi uma das melhores que já tive e olha que minha bagagem literária com a autora já passou por muitos livros. Se deseja um suspense criminal que passe uma vibe de fim de ano e que ainda te prenda desde o início, você leu a resenha certa. Mas cuidado: se se empolgar demais, vai acabar terminando o livro super rápido.


O NATAL DE POIROT
Autor: Agatha Christie
Tradução: vânia de Almeida Salek
Editora: HarperCollins
Ano de publicação: 2016
Para a maioria das pessoas, o Natal é uma época de paz e harmonia, em que famílias se reúnem e deixam de lado suas diferenças em nome de valores como o amor e o perdão. Mas Hercule Poirot sabe quão mal essas confraternizações podem terminar… Acompanhado do coronel Johnson, nosso detetive belga é convidado a investigar um caso de assassinato ocorrido na mansão de um velho e odioso milionário, na véspera de Natal. Quem seria capaz de algo tão atroz, arruinando a noite de todos? Bem, aparentemente, cada membro da família tinha motivos bem particulares para tirar a vida de seu patriarca. Como Poirot encontrará o verdadeiro culpado no meio desse covil de lobos?