O Reino de Zália é um lançamento de 2018 da autora Luly Trigo, publicado pela editora Seguinte.

Sobre o Livro

Zália nunca achou que precisaria assumir responsabilidades políticas dentro de seu reino por ser a segunda filha, e o herdeiro ser seu irmão mais velho Victor. Porém, ele sofre um atentado e a jovem se vê obrigada a retornar do internato onde tinha aulas longe das loucuras do castelo e assumir novas responsabilidades. Em quanto luta com o luto pela perda do irmão no que todos pensam ser um ataque da Resistência, grupo que luta por melhorias, Zália tenta se inteirar do que está acontecendo politicamente em Galdino. E quanto mais se aproxima do povo, percebe que há muita coisa errada que precisa mudar. Mas será que ela, sendo apenas uma garota, conseguiria dar um novo rumo político ao reino que vem passando de geração em geração em sua família, e que parece ter mergulhado em um ciclo sem fim de corrupção?

Minha Opinião

Esse foi meu primeiro contato com a escrita da Luly trigo e foi uma experiência bem gostosinha, apesar de, durante a leitura, chegar a conclusão de que realmente não me encaixo no público alvo do livro ou no grupo de pessoas por quem ele será mais bem aproveitado. Isso, porém, não tirou o prazer de conhecer a história e por isso resolvi compartilhar minha opinião com vocês. No mesmo estilo de escrita de Kiera Cass, em sua construção da trilogia A Seleção, temos aqui uma história leve, com uma protagonista jovem, triângulo amoroso, amigos inseparáveis e, a parte que diferencia a narrativa de todas as outras no estilo, um contexto político familiar. O reino é Galdino, mas se o Brasil vivesse uma monarquia, seria bem aqui que a trama se passaria. Se você é adulto ou adolescente, espero eu, está inteirado com a situação complicada em que estamos metidos. Corrupção pra todo lado, desvio de dinheiro, novas leis trabalhistas, aumento de impostos… Pois bem, Luly Trigo pega tudo isso e coloca no colo de Zália pra resolver, já que vai ter que assumir o poder. Tirando a parte ilusória onde tudo parece muito fácil, de forma geral, achei que a inserção desses elementos dentro de uma trama que deve conversar melhor com um público saindo do infantojuvenil e adentrando o young adult, tem muito a agregar, pois trará uma percepção “indolor” de algo que precisamos estar atentos e que, na maioria das vezes, não chega a ser assunto dentro da faixa etária, que cresce alheia aos problemas que os cercam, ou são levamos a acreditar nas mesmas crenças políticas de seus familiares, sem a oportunidade de descobrir pelo que realmente quer lutar. Como eu falei, é uma ilusão achar que na vida real as coisas vão se revolver tão fácil, mas vale a mensagem de esperança que Zália propõe no livro, como alguém disposta a mudar, a consertar e a fazer melhor. Afinal, isso é o que gostaríamos de ter em nossos políticos. Em paralelo com isso, temos essa jovem buscando a aprovação do pai, ainda rei, dos amigos que vão ajudá-la como podem e, claro, o triângulo amoroso que, para uma leitora calejada que nem eu, o problema estava estampado na primeira linha. Entretanto, como muitas vezes comento quanto vou ler um livro mais jovem, ao perceber que é essa a situação, eu visto a minha “capinha imaginária” de uma Tamirez de 15/16 anos, que estaria lendo a história em uma outra época. Dada a minha experiência divertida com A Seleção, que fora o estilo de narrativa não compartilha mais muita coisa com a trama de Trigo (não tem uma seleção de garotas pra ver quem vai ser a princesa, ok? nem um príncipe bonitão, porém talvez tenha um guarda – ohhh), e o sucesso que a série fez por aqui, acho que a autora vai atingir um público interessante, desde que o direcionamento da história seja feito de forma correta, já que não acho que surpreenderá leitores mais adultos, pela simplicidade e clichês presentes na história. A autora também dá uma arriscada nas questões de diversidade, mas é bem raso, assim como toda a questão da Resistência. Não há profundidade em nenhum âmbito da trama. Em contra partida, temos muitas personagens femininas que tem papel importante no livro, o que é sempre bom de se ver, principalmente em uma “monarquia”. E, vale dizer, que de “fantasia” o livro tem só o cenário inventado, porque não há nenhum elemento mágico ou realmente fantástico. Mas, me surpreendi positivamente com a sutileza com que a autora inseriu as questões que marcam o nosso cenário, entre os problemas que Zália vai enfrentar. É de certa forma educativo e isso é sempre algo bacana, mesmo que disfarçado entre outras questões. Por isso, mesmo não tendo encontrado nada novo em relação ao arco ou grandes plot twists, tive uma experiência positiva e acho que é uma boa leitura para os jovens que ainda estão adentrando o mundo da literatura ou ainda não querem se aventurar em histórias mais complexas. Pra quem procura um livro ao estilo conto de fadas que tem algo a acrescentar fica aqui a opção nacional, nessa nova aventura da autora.

O REINO DE ZÁLIA

Autor: Luly Trigo

Editora: Seguinte

Ano de publicação: 2018

No primeiro livro de fantasia de Luly Trigo, uma princesa se vê obrigada a assumir o governo do país em meio a revoltas populares, intrigas políticas, conflitos familiares e romances arrebatadores. Por ser a segunda filha, a princesa Zália sempre esteve afastada dos conflitos da monarquia de Galdino, um arquipélago tropical. Desde pequena ela estuda em um colégio interno, onde conheceu seus três melhores amigos, e sonha em seguir sua paixão pela fotografia. Tudo muda quando Victor, o príncipe herdeiro, sofre um atentado. Zália retorna ao palácio e, antes que possa superar a perda do irmão, precisa assumir o posto de regente e dar continuidade ao governo do pai. Porém, quanto mais se aproxima do povo, mais ela começa a questionar as decisões do rei e a dar ouvidos à Resistência, um grupo que lidera revoltas por todo o país. Para complicar a situação, Zália está com o coração dividido: ela ainda nutre sentimentos por um amor do passado, mas começa a se abrir para um novo romance. Agora, comprometida com um cargo que nunca desejou, Zália terá de descobrir em quem pode confiar – e que tipo de rainha quer se tornar.

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