O Silêncio da Casa Fria é um romance gótico escrito por Laura Purcell, lançado do Brasil pela editora Darkside em 2020.

Sobre o livro

Elsie recém casou, mas duas semanas após seu grande dia, seu marido Rupert veio a falecer. Essa recém viúva, que também está grávida, descobre que o falecido deixou uma grande herança em seu nome, e junto com isso, uma imensa propriedade em uma cidadezinha distante de Londres.

A Ponte, nome da mansão, é um lugar desconhecido para Elsie, mas ela e a prima de seu esposo partem para o novo lugar, o qual será o funeral de Rupert. Mas ao chegar na Ponte, coisas estranhas começam acontecer.

E tudo fica ainda pior quando Elise e Sarah descobrem algumas figuras de madeira que estavam no sótão da casa. Essas estranhas peças imitam humanos e podem até mesmo assustar os mais despercebidos, mas algo nelas se torna sinistro quando, de repente, as pessoas da casa notam movimentos inusitados dessas figuras.

“De cada lado do fogo minguado estavam os companheiros. Mas agora há pouco não…Ela não os vira no Salão Principal?”


Minha opinião

Eu aguardava ansiosamente por esse livro. Desde quando foi anunciado pela editora eu já sabia que iria gostar. O Silêncio da Casa Fria foi um livro que fez muito sucesso no Reino Unido e eu já conhecia a fama antes de sua estreia aqui, então minhas expectativas eram altas. E a melhor coisa foi que eu não me decepcionei.

Considerado um romance gótico, a autora desenvolve todo o enredo de uma forma primorosa! Quando vi já havia ido 100 páginas em poucas horas. A narrativa é fluída e fisga o leitor com o seu mistério.

O livro intercala com fatos do passado e do presente, porque Elsie e Sarah descobrem um diário no sótão, então tentam desvendar a verdade por de trás da origem daquelas figuras de madeira. Ainda sobre essas estranhas peças, eles são apelidados de Companheiros Silenciosos, e durante o livro todo eu esperava ansiosamente por eles. Não acreditava que poderia me assustar com objetos dessa forma.

Mas a autora acerta em cheio quando ao invés apenas apresentar elementos sobrenaturais, ela cria toda uma ambientação de deixar o leitor extremamente angustiado. Laura Purcell criou um ambiente – a Ponte – sinistro. Uma mansão, isolada de tudo, onde os moradores da cidade local não desejam trabalhar para a família porque dizem que coisas horríveis já aconteceram por lá, ajudantes pouco confiáveis, e um clima gélido, foram algumas das coisas que a autora adicionou para deixar a história cada vez mais envolvente.

“Elsie não pôde compartilhar de seu entusiasmo. Afinal, se esse fim de mundo era o povoado, o que encontrariam na casa?”

Elsie tem um passado marcado por violência, e quando finalmente achou que seria feliz, seu marido morre de uma maneira misteriosa. A sensação que tive é que a protagonista não tem alguém para realmente confiar, e a Ponte torna-se cada vez mais terrível no decorrer de sua estadia por lá.

Sarah, a prima do falecido marido, é uma personagem um pouco atrapalhada. Ela logo descobre o diário de uma antiga moradora da casa e quer saber mais sobre seus antepassados. Parece um pouco distraída, e em vários momentos ela se torna quase chata por parecer sempre no mundo da lua.

As partes do passado são escritas conforme o diário encontrado, e começamos a tentar juntar alguns pontos. Outros elementos são adicionados na história e logo conhecemos a origem dos companheiros silenciosos. Mas é completamente impressionante como tudo começa a se encaixar no final, sem deixar pontas soltas.

Em diversos momentos eu me senti angustiada, porque queria tirar todo o pessoal daquela casa. A Ponte é um local completamente macabro e seu passado é pior ainda! Além de que os elementos sobrenaturais são colocados com muita precisão na história, fazendo com que o leitor entenda realmente que eles foram “pensados” e não apenas jogados para causar algum medo.

“Temos medo das coisas dentro de nós – sejam lembranças, doenças ou impulsos pecaminosos.”

Perto do final eu entendi o que ia acontecer, e infelizmente não gostei tanto. Mas só o final não muda a experiência impressionante que foi esse livro. Senti medo em alguns momentos, mas não aquele medo desesperador, mas o medo de todo o cenário e personagens.

Esse livro é uma ótima escolha para quem gosta de histórias de terror, com alguns elementos sobrenaturais, e muito bem construídos.

O SILÊNCIO DA CASA FRIA

Autor: Laura Purcell

Tradução: Camila Fernandes

Editora: Darkside Books

Ano de publicação: 2020

Quando Elsie perdeu o marido apenas algumas semanas após o casamento, achou que já tinha sofrido o suficiente para uma vida inteira. Praticamente sozinha em uma casa enorme e isolada, ela jamais imaginou que os companheiros silencio¬sos ― painéis de madeira que imitavam pessoas em atividades cotidianas ―, um dia, seguiriam seus movimentos com os olhinhos pintados. Muito menos que eles apareceriam por conta própria em cômodos aleatórios… Acenda uma vela e nos acompanhe na escuridão. A DarkSide® Books pavorosamente apresenta O Silêncio da Casa Fria, o novo lançamento da linha DarkLove: uma história sombria, sinistra e gelada ― um verdadeiro tributo aos romances góticos clássicos que tanto amamos. Para escrever este livro, a autora Laura Purcell se inspirou em um costume euro¬peu popular nos séculos XVIII e XIX, especialmente entre os ingleses e holandeses. Nele, famílias aristocráticas pregavam peças com tábuas de madeira ricamente pintadas e esculpidas. Criados, soldados, plantas, animais… e, aqui, uma criança estranhamente familiar, com um sorriso travesso e uma rosa branca na mão. Com uma habilidade narrativa que transporta o leitor para a época vitoriana ― e suas densas neblinas, costumes peculiares, a tão presente discussão entre a ciência e o sobrenatural ―, Laura Purcell desenrola uma trama cheia de nuances enquanto Elsie vai abrindo as portas da casa para tentar desvendar o mistério dos companheiros ― e também do seu passado. O tempo, às vezes, demora a passar no silêncio da casa fria. Com a atmosfera lúgubre típica das histórias de fantasma vitorianas, O Silêncio da Casa Fria honra os melhores contos góticos. A história de uma mulher con¬frontada com um medo irracional, que coloca em xeque sua própria sanidade. Estaria Elsie vendo coisas como forma de dar sentido ao luto? Ou realmente havia algo sobrenatural morando sob o mesmo teto que ela? Algumas portas devem permanecer trancadas.

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