O Último Dia de Um Condenado é um romance do francês Victor Hugo com edição publicada no Brasil em 2018 pela Estação Liberdade.

Sobre o Livro

Nesta obra, Victor Hugo narra a história de um condenado que, sem sabermos o nome e o motivo, é penalizado com a morte. Seu destino: ir para a guilhotina e ser morto na frente de todas as pessoas.

Narrado em primeira pessoa como forma de expressar melhor seus sentimentos, ao longo do livro acompanharemos os últimos momentos deste condenado à sua pena máxima.

“Condenado à morte!

Já se vão cinco semanas que convivo com tal pensamento, sempre só com ele, sempre petrificado por sua presença, sempre encurvado sob seu peso!”

Nessa trajetória o condenado terá que lidar com a perda de sua esposa e de sua filha, os sentimentos sobre a morte, e o pior de tudo: a consciência em saber que seus últimos dias de sua vida seriam na cárcere e logo depois na guilhotina.

A partir desses pontos Victor Hugo traça suas críticas sobre a pena de morte em uma França ainda conturbada por problemas sociais, revoltas e revoluções, além das dificuldades estruturais de um país referência mundial da cultura literária.


Minha Opinião

Conhecido primordialmente com o livro de grande sucesso Os Miseráveis, Victor Hugo não se conteve em criticar e a apontar as falhas que o governo francês perpetuava sobre a sociedade no que ele chama de asfixia social. Neste livro foi a vez de falar sobre a pena de morte que, na época, gerou tanta polêmica como poderia haver hoje.

O contexto da época era de execução da pena de morte em praça pública sob enforcamento ou guilhotina (os mais comuns), o que é diferente dos dias de hoje. Victor Hugo esteve presente em uma dessas execuções e além disso nas suas visitas à cárcere, pôde criar inspirações para construir esse livro crítico sobre o direito de se tirar a vida de uma pessoa.

Nessa edição trouxeram três prefácios escritos por Hugo ao decorrer das várias edições que foram sendo publicadas. O segundo prefácio consta como, de forma indireta, uma crítica aos próprios críticos de sua obra. Foi escrita em forma de diálogo como em um livro de peça de teatro e tem vários tons satíricos neste pequeno enredo.

“A morte nos torna maus.”

O terceiro prefácio, o mais novo, Hugo vai narrando e criticando abertamente os problemas da pena de morte apontando, de forma extensa, diferentes observações que os apoiadores deste tipo de penalização constroem.

Apesar de ter três prefácios, o livro em si é muito curto contendo em torno de 100 páginas. E isso faz com que se torna um importantíssimo livro para quem deseja conhecer o autor e não precisar passar pelas suas obras mais extensas como Os Miseráveis e O Corcunda de Notre-Dame.

“Ah! Como é infame uma prisão! Há nela um veneno que macula tudo. Tudo é conspurcado, até mesmo a canção de uma menina de quinze anos! Se encontramos um pássaro, haverá lama em suas asas; se colhemos uma bela flor e a aspiramos: ela fede.”

É escrito em capítulos curtos e muito bem situados. O tempo todo vemos as reflexões do condenado e isso nos faz trazer inúmeros questionamentos e reflexões. Para aqueles que é pró ou contra a pena de morte, é de extrema importância esta leitura pois nos trará reflexões muito interessantes podendo assegurar nossos pensamentos sobre esta pena máxima.

Não posso negar que Victor Hugo, para mim, possui uma genialidade fora de seu tempo e isso o torna tão atual para os dias de hoje que as vezes é difícil notar diferenças entre ele e seu passado e nós e nosso presente.

Este livro para mim será guardado em meus pensamentos para o resto da vida. Da mesma forma como foi em Os Miseráveis e O Homem Que Ri, esta história logicamente será carregado para o resto da vida

O ÚLTIMO DIA DE UM CONDENADO

Autor: Victor Hugo

Tradução: Joana Canêdo

Editora: Estação Liberdade

Ano de publicação: 2018

Em um romance de surpreendente modernidade, o grande escritor do romantismo se joga de corpo e alma contra a pena de morte. Composta de um texto principal – o diário dos últimos dias da vida de um condenado -, de uma peça na qual personagens inventados por Victor Hugo criticam ferozmente a obra (prefácio à edição de 1829) e de um longo panfleto em defesa da causa (prefácio de 1932), esta edição vem contribuir para um debate em torno de uma discussão que alguns ainda tentam reviver no Brasil. Redigida em primeira pessoa, sentimos como um soco no estômago a voz de alguém que compartilha nossa existência por um tempo determinado. Logo sua cabeça será ceifada pela famosa engenhoca do doutor Guillotin e irá rolar para o cesto que as apara após a decapitação. Num ambiente de trevas, assistimos na própria descrição do condenado hora a hora aos preparativos de sua morte, à sorte de seus companheiros mais felizardos dos trabalhos forçados, à derradeira visita de sua filha que não o reconhece e o afasta (“o senhor me machuca com essa barba”), ao despojamento de seus últimos pertences para companheiros de “fortuna”, etc. A obra foi escrita em menos de três meses sob influência de uma execução em Paris à qual Victor Hugo assistiu em 1825.

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