A Libélula no Âmbar é o segundo livro da série Outlander, da autora Diana Gabaldon. A série é publicada aqui no Brasil, atualmente, pela Saída de Emergência.

Sobre o Livro

*Esta resenha contém spoiler do livro anterior

O final do primeiro livro, A Viajante do Tempo, que já foi resenhando aqui no blog, foi cheio de emoções e reviravoltas e sofremos muito tanto com a Claire, como com o Jaime. Nas últimas páginas, porém, temos o vislumbre do que pode ser um novo recomeço para nossos protagonistas longe da Escócia e de Jack Randall.

Mas, já levamos a primeira surpresa quando ao começarmos o segundo livro, nos deparamos com um salto de quase 24 anos da história e Claire está de volta ao seu tempo, com uma filha e em busca de respostas sobre o povo das terras altas, logo após a morte de seu marido Frank. Ela se alia ao jovem Roger Wakefield para realizar uma pesquisa entre os documentos deixados por seu pai adotivo, para encontrar informações que ajudem a esclarecer o destino dos tantos personagens que conhecemos durante o primeiro livro e que, aparentemente foram deixados pra trás por Claire.

O que aconteceu? Porque ela voltou? Brianna é filha de Jaime? Como Frank a recebeu de volta? O que aconteceu com os Mackenzie? Onde está Jamie?

Essas são apenas algumas das perguntas que surgem em nossa cabeça ao ler as primeiras páginas do livro e ao tentar buscar sentido, de como podemos ter vindo parar aqui, quando as coisas pareciam estar caminhando para um caminho mais feliz no fim do primeiro livro.

“Mas você se recusou a ir, você me aconchegou em seu peito e me consolou. Em vez de ir embora, você me curou. Você me amava, apesar de tudo.”

Após o susto dos primeiros capítulos e do surgimento de ainda mais perguntas, retornaremos à 1744, com Claire e Jaime na França e a história progredirá do ponto onde parou, nos fornecendo algumas respostas para o que já sabemos ser o futuro, em 1968, em Inverness. Num livro em que passamos a maior parte na corte parisiense, o cenário não poderia ser mais grandioso e importante para os fatos da história.


Capa e Edição

Eu gosto bastante das edições de Outlander, pois apesar de esse ser um calhamaço de 945 páginas, as letras tem tamanho razoável e com bom espaçamento, o que ajuda na leitura e não torna o ato massante. Eu sou mais fã da primeira capa e acho essa um pouco falsa, sobre a posição de Jaime e o verniz localizado não ajuda nem um pouco o posicionamento do personagem parecer real, mas enfim, apenas tiques meus.

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Acho que a presença dos personagens nessas capas vem muito ao encontro da divulgação de Outlander também puxando para o lado do seriado, que está em alta, e apesar de ter tido várias diferenças na segunda metade da 1ª temporada, com relação a história, manteve o fim exatamente onde A Viajante do Tempo terminou, prometendo a adaptação do segundo livro então, nessa segunda temporada que está por vir.

A única coisa que realmente me incomoda e que foi algo que mencionei no vídeo, é o fato da editora ter separado o 3º e próximo volume em duas partes. Parece bastante desnecessário e somente uma forma de fazer o leitor gastar mais, já que ambas as edições estão com preço de capa de R$ 49,90.


Minha opinião

Eu já tinha ficado encantada com a história de A Viajante do Tempo, apesar de certa dificuldade no início do livro, pois já tinha começado a ver a série, o que tornou a história repetitiva, depois que a leitura engrenou, foi só alegria. Mas com toda a certeza o segundo livro foi o ápice do meu deslumbre por Diana Gabaldon. Ela definitivamente sabe o que está fazendo e depois de tudo o que magicamente acontece nesse livro, eu não ouso nem imaginar como ela manterá a história indo por mais seis volumes nada modestos em tamanho.

Parece que tudo irá eclodir em um terceiro livro, mas ao pensar que depois dele ainda existirão mais cinco, não consigo prever absolutamente nada do que poderá acontecer e acredito que isso deixa qualquer leitor em êxtase. A imprevisibilidade da história e a maestria em como ela faz de cada uma das mais de 900 páginas fascinantes é o que já pôs Gabaldon como uma das autoras preferidas de 2015.

“Acordei três vezes de madrugada. Na primeira, de tristeza, depois de alegria e, finalmente, de solidão. As lágrimas de uma profunda perda acordaram‑me devagar, banhando meu rosto como o toque reconfortante de um pano úmido em mãos tranquilizadoras. Virei o rosto no travesseiro molhado e naveguei por um rio salgado para dentro das cavernas da dor relembrada, para as profundezas subterrâneas do sono.

Despertei, então, de pura alegria, o corpo arqueado nos espasmos da união física, sentindo o toque de seu corpo ainda na minha pele, morrendo ao longo dos caminhos dos meus nervos como as ondulações da consumação espalhando‑se a partir do cerne do meu ser. Repeli a consciência, virando‑me outra vez, buscando o cheiro pungente e penetrante do desejo satisfeito de um homem e, nos braços reconfortantes do meu amado, adormeci.

Na terceira vez, acordei sozinha, além do alcance do amor ou do sofrimento. A visão das rochas estava nítida em minha mente. Um pequeno círculo, pedras verticais no topo de uma colina verde e íngreme. O nome da colina é Craigh na Dun; a colina das fadas. Alguns dizem que a colina é encantada, outros, que é amaldiçoada. Todos têm razão. Mas ninguém conhece a função ou o propósito das pedras.

Exceto eu.”

E não pense que esse livro traz uma história feliz, porque você está enganado. Aparentemente a vida de Claire e Jamie está fadada a ser sofrivelmente caótica e tudo pode acontecer. Serão novos obstáculos e novos inimigos, sem dispensar os velhos também, que sempre dão um jeito de ressurgir da pior forma possível, causando ainda mais dor.

Essa série contém uma história onde o leitor anseia por um final feliz e ele parece estar a cada página, mais distante de acontecer, e isso parece nos aproximar ainda mais dos protagonistas. É impossível prever e é impossível para de ler.

Eu já estou com a primeira parte do terceiro livro, e como já mencionei, não fiquei nem um pouco satisfeita com a decisão da editora de dividir em dois volumes. Não parece de forma alguma ser pensando no leitor, pois temos livros ai com 1200 páginas com edições ótimas, e o foco aparentemente ficou no lucro, que força o fã da história a adquirir dois livros com preço muito alto, quando poderia estar comprando só um. Mas enfim, não cabe a mim entrar no mérito da questão, apesar desejar que isso não volte a se repetir e que tenhamos os próximos volumes da série intactos em somente um livro.

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O fim da 1ª temporada da série, como já mencionei, terminou no mesmo lugar em que A Viajante do Tempo, e apesar das mudanças de roteiro feitas, acredito que tenha cumprido muito bem o seu papel. As cenas fortes prometidas no fim da temporada não pareceram assim tão fortes para quem já havia lido o livro, como eu, pois o pobre Jaime sofre muito mais na narrativa escrita de Gabaldon, do que sofreu nas telas, só pra se ter uma noção. E claro, sigo achando os atores perfeitos para os papéis e a ambientação criada também está muito boa, sem ter, portanto, muito o que reclamar da adaptação da Starz.

Se eu vou seguir lendo? Óbvio. Não vejo a hora de pegar o terceiro volume e descobrir o que nos espera logo a frente e o que mais Diana irá construir para nos encantar e conquistar ainda mais.

OUTLANDER #2: A LIBÉLULA NO ÂMBAR

Autor: Diana Gabaldon

Editora: Saída de Emergência

Ano de publicação: 2014

Claire Randall guardou um segredo por vinte anos. Ao voltar para as majestosas Terras Altas da Escócia, envoltas em brumas e mistério, está disposta a revelar à sua filha Brianna a surpreendente história do seu nascimento. É chegada a hora de contar a verdade sobre um antigo círculo de pedras, sobre um amor que transcende as fronteiras do tempo… E sobre o guerreiro escocês que a levou da segurança do século XX para os perigos do século XVIII.
O legado de sangue e desejo que envolve Brianna finalmente vem à tona quando Claire relembra a sua jornada em uma corte parisiense cheia de intrigas e conflitos, correndo contra o tempo para evitar o destino trágico da revolta dos escoceses. Com tudo o que conhece sobre o futuro, será que ela conseguirá salvar a vida de James Fraser e da criança que carrega no ventre?

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