Passarinha é um dos livros da autora Kathryn Erskine e foi publicado em 2013 pela editora Valentina.

Passarinha

Sobre o livro

O livro conta a história de Caitlin, uma menina muito especial, portadora da Síndrome de Asperger, um tipo de autismo. Caitlin tem dez anos e mora com o pai e o irmão mais velho, Devon, seu melhor amigo e a pessoa em quem ela mais confia. Sua mãe faleceu quando ela tinha dois anos e ela convive apenas com os dois desde então, até ter sua vida completamente mudada por uma terrível tragédia.

“Meus olhos estão quentes e coçando e tudo está embaçado por isso lembro uma coisa legal que sei fazer que é borrar as cores e formas para elas ficarem macias e quentes em vez de duras e frias. Chamo a isso de fazer bicho de pelúcia.”

Claitin possui muitas particularidades, dentre elas, não gostar de olhar diretamente para as pessoas, nem que elas invadam seu espaço pessoal, tornando-se assim muito fechada e com dificuldades em se relacionar. Então, ela acaba descobrindo nos livros e dicionários, uma paixão: as palavras e seus significados.

O autismo é tratado de maneira muito realista, mas também de forma muito leve, já que é apresentando através da perspectiva de Caitlin, que não percebe sua diferença em relação às outras pessoas e não entende o porquê de referirem-se a ela como portadora de doença. Assim é possível entender como ela enxerga o mundo e as pessoas, além de sua forma de lidar com coisas que são simples para nós, mas que para ela são grandes desafios diários.

Minha opinião

Passarinha é, definitivamente, um livro que nos leva a repensar as nossas atitudes com os outros, além de consigo mesmo, assim como respeitar e ver com outros olhos as diferenças que todos nós possuímos. Devemos aprender a lidar e conviver com essas peculiaridades, tanto elas aparecendo nos outros, como sendo em nós mesmos. Além, é claro, de ser um livro carregado de emoção e ensinamentos que nos são transmitidos por uma jovenzinha de 10 anos e que nos levam as lágrimas desde as primeiras páginas.

Conforme a história avança, nós entramos na vida e na cabeça de Caitlin. Entendemos sua forma de pensar e encarar tudo que está a sua volta. Compreendemos seus medos, sua preocupações e todas as particularidades que formam a sua personalidade.

“Os olhos são as janelas da alma, diz o Sr. Walters. Quando você olha dentro dos olhos de alguém pode ver muito sobre a pessoa.”

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A história é emocionante e tocante pela forma como é abordado o problema da menina. A narrativa é cheia de nuances e singularidades e reúne todos os sentimentos puros e verdadeiros que são próprios de uma criança autista. A sua dificuldade em compreender as emoções e a particularidade de enxergar tudo em preto e branco, capturam a nossa atenção e fazem com que a nossa abordagem mude com relação a essas pessoas. Toda a simplicidade e inocência, que já são próprias de uma criança, são misturadas ao autismo e ajudam a relembrar a empatia que devemos ter um com o outro.

A diagramação contribui para a fluidez da leitura e a capa passa toda uma sensibilidade que é característica da história, pois sempre que Caitlin está triste ela vai para o quarto de Devon, se enrola em uma colcha e fica deitada encolhida debaixo da cama dele. Li o livro em apenas um dia e não apenas por ser um livro relativamente pequeno, 224 páginas, mas pela história que é envolvente e incrível. O meu conselho é: leia esse livro.

A história serve para humanizar e despertar o sentimento de fraternidade entre as pessoas, além de nos fazer pensar e compreender melhor o universo em que essas pessoas tão especiais vivem.

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O que é a Síndrome de Asperger?

A Síndrome de Asperger é um Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), resultante de uma desordem genética, e que apresenta muitas semelhanças com relação ao autismo.

Ao contrário do que ocorre no autismo, contudo, crianças com Asperger não apresentam grandes atrasos no desenvolvimento da fala e nem sofrem com comprometimento cognitivo grave. Esses alunos costumam escolher temas de interesse, que podem ser únicos por longos períodos de tempo – quando gostam do tema “dinossauros”, por exemplo, falam repetidamente nesse assunto. Habilidades incomuns, como memorização de sequências matemáticas ou de mapas, são bastante presentes em pessoas com essa síndrome.

Na infância, essas crianças apresentam déficits no desenvolvimento motor e podem ter dificuldades para segurar o lápis para escrever. Estruturam seu pensamento de forma bastante concreta e não conseguem interpretar metáforas e ironias – o que interfere no processo de comunicação. Além disso, não sabem como usar os movimentos corporais e os gestos na comunicação não-verbal e se apegam a rituais, tendo dificuldades para realizar atividades que fogem à rotina. (Fonte: Revista Nova Escola)

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No mundo de Caitlin, tudo é preto e branco. Qualquer coisa entre um e outro dá uma baita sensação de recreio no estômago e a obriga a fazer bicho de pelúcia. É isso que seu irmão, Devon, sempre tentou explicar às pessoas. Mas agora, depois do dia em que a vida desmoronou, seu pai, devastado, chora muito sem saber ao certo como lidar com isso. Ela quer ajudar o pai – a si mesma e todos a sua volta –, mas, sendo uma menina de dez anos de idade, autista, portadora da Síndrome de Asperger, ela não sabe como captar o sentido. Caitlin, que não gosta de olhar para a pessoa nem que invadam seu espaço pessoal, se volta, então, para os livros e dicionários, que considera fáceis por estarem repletos de fatos, preto no branco. Após ler a definição da palavra desfecho, tem certeza de que é exatamente disso que ela e seu pai precisam. E Caitlin está determinada a consegui-lo. Seguindo o conselho do irmão, ela decide trabalhar nisso, o que a leva a descobrir que nem tudo é realmente preto e branco, afinal, o mundo é cheio de cores, confuso mas belo.

 

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