Até os meus 15 anos eu era uma magricela branquela. Depois dos 15, eu continuei banquela, porém alguma coisa aconteceu no meu organismo (eu gosto muito de culpar o anticoncepcional – que eu comecei a tomar muito nova, por causa de uma condição no meu útero/ovários), e eu comecei a engordar. Lembro que nessa época eu pesava uns 49 – 51 quilos, pois eu e uma amiga gostávamos de nos pesar e competir na magreza.
Os anos passaram, os quilos foram sendo somados e as roupas foram ficando apertadas. No meio de 2012 eu atingi meu ápice, 73 quilos.
Eu sabia que precisava tomar uma atitude. Em 2009 fiz uma dieta, troquei o anticoncepcional e perdi alguns quilos, que voltaram, assim que meu organismo se acostumou com novo remédio, que tinha diurético. Lembro da consulta com a ginecologista, onde eu briguei, extremamente chateada, dizendo que eu sabia que a culpa não era somente do remédio, mas que ele tinha sim, sido um culpado. Minha mãe, um dia me contou, antes disso, que engordou com a pílula, e após parar de tomar perdeu 11 quilos em dois meses. E como tenho tudo que minha mãe tem, imaginei que isso se encaixaria também.
Então um belo dia uma oportunidade surgiu, eu mudei de cidade, comecei e passei por empregos novos, aprendi a me virar e morar sozinha.
Um ano e meio depois eu abandonei as calças 44 e pela primeira vez em muitos anos, entrei em uma loja para comprar uma calça 38. Acho que a última tinha sido em 2008, seis anos atrás. E agora, como andava numa política de economia, usava as calças maiores com cinco, não me sentindo muito confortável, pois por mais que me sentisse mais magra, o cinto gerava um volume que não era favorável, bem como a disposição nas pernas. Então lá fui eu, toda saltitante, adquirir minhas novas companheiras, orgulhosa da numeração.
Eu não sei exatamente o que causou isso. Eu não fiz dieta, não passei fome. Acho que o simples fato de eu ter muitas coisas pra fazer e estar sempre na correria me ajudou a vencer, inconscientemente, esse obstáculo. Enquanto eu lutava todo dia pra sobreviver as dificuldades e problemas que apareciam, eu perdia algumas gramas em recompensa. Talvez foi o estresse, talvez eu realmente coma menos agora, talvez eu coma melhor. Eu sei que a minha fórmula secreta foi viver sem me preocupar cegamente com isso.
No fim de 2012 eu parei com o anticoncepcional por três meses, mas não aguentando as reações adversas a não tomar o remédio, tive que voltar a tomar. Talvez essa desintoxicação de três meses tenha ajudado, talvez não tenha nada a ver. Também andei meio adversa a refrigerante, optando por sucos (mesmo os de caixinha e de pacote), o que já é um grande progresso. Mas foi por enjoar, não pelo peso.
Sigo comendo bobagens, coisas fora de hora, aquele brigadeiro e pudim, uma colher de mumu quando não tem sobremesa. As balinhas seguem sempre na bolsa. A pizza e os eventuais xis também continuam lá. Morar sozinha não é exatamente bom para “uma alimentação saudável”, almoçar fora todos os dias também não.
Estou satisfeita? Ainda não. Acho que uns 3 ou 5 quilos a menos me fariam bem, mas pra quem já perdeu 10, fazendo nada, sinto-me muito feliz.
Bora trabalhar menina, não esta dando dinheiro, mas ajuda a emagrecer :D