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“Na minha opinião, todo mundo tem seu milagre. Por exemplo, muito provavelmente eu nunca vou ser atingido por um raio, nem ganhar um prêmio Nobel, nem ter um câncer terminal no ouvido. Mas, se você levar em conta todos os eventos improváveis, é possível que pelo menos um deles vá acontecer a cada um de nós. Eu poderia ter presenciado uma chuva de sapos. Poderia ter me casado com a Rainha da Inglaterra ou sobrevivido meses à deriva no mar. Mas meu milagre foi o seguinte: de todas as casas em todos os condados da Flórida, eu era vizinho de Margo Roth Spiegelman.”

O John Green fez com que eu mudasse minhas escolhas literárias. Aliás, mudar não, ampliar. Antes eu gostava somente de romances fantasia, ficção científica e policial, mas ai um belo dia eu ganhei o famoso A Culpa é das Estrelas. Confesso que no início fiquei meio de pé atrás. Sou dessas pessoas que gosta de descobrir livros e fico um pouco cestrosa com esses livros que todo mundo lê e viram moda, pois quase sempre me decepciono.

Demorei alguns dias para começar a ler, e quando comecei fui surpreendida. Dois dias foi o tempo que ele demorou para ser completamente devorado. Então, algumas semanas depois, ao ir na livraria escolher alguns livros novos, decidi ser mais critica, resolvi levar outro pedacinho do John Green para casa, para constatar se esse cara era bom mesmo, ou se ele era autor de um livro só. Mais uma vez fui surpreendida.

Cidades de Papel não é como A Culpa das Estrelas, ele é mais denso, menos fácil de ler, é preciso parar e analisar o que está acontecendo. O que não é ruim, pelo contrário, faz com que prestemos mais atenção a essência do livro. Por ser mais densa, demorei um pouco mais para terminar e vou qualificá-lo com um 4, em uma escala de 0 a 5. Porque? Por que A Culpa é das Estrelas é Melhor, e só. Cidades de Papel é um livro muitíssimo bom e que pode ensinar várias coisas para a gente. Saber interpretar as pequenas coisas é a principal lição.

Mas afinal, sobre o que é o livro?

Ele conta a história de Quentin Jacobsen, que tem uma paixão platônica pela magnífica vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman. Até que em um cinco de maio que poderia ter sido outro dia qualquer, ela invade sua vida pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola e então descobre que o paradeiro da sempre enigmática Margo é agora um mistério. No entanto, ele logo encontra pistas e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele achava que conhecia.

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Na minha opinião, acho que o autor perde muito tempo na busca de Quentin pelas pistas e Cidades de Papel, deixando a verdadeira aventura somente para as últimas trinta páginas. Acho que a leitura se tornaria mais fácil e leve se ao longo desse percurso algumas coisas extraordinárias acontecessem com o Q. também. Foi meio frustrante pra mim a história acabar bem na hora que acaba (vou tentar não dar spoilers), queria ver mais que Margo e Quentin.

Acho que esse foi o sentimento que ficou quando eu terminei. Queria mais aventuras, queria mais livro. E esse sentimento, por si só, faz o livro valer a pena. Agora quero ler Quem é você Alasca? e O Teorema Katherine e espero que sejam tão bons quanto esse dois.

As aventuras iniciais são tão divertidas que fiquei com vontade de bolar um plano também e sair por ai, bem louca, à la Margo, fazendo coisas inesperadas e, tecnicamente, perigosas, com alguém legal.  Aliás, vou por na minha lista de planos futuros, fazer algo do tipo (:

Fica aqui um trecho do livro, bem do finalzinho, que eu curti bastante.

“Quando pensava na morte dele, o que, diga-se de passagem não aconteceu tantas vezes assim, eu sempre pensava da forma como você tinha descrito, como se os fios dentro dele tivessem se arrebentado. Mas existem milhares de maneiras de pensar a situação: talvez os fios se arrebentem, talvez o navio naufrague ou talvez nós sejamos relva, nossas raízes tão independentes que ninguém estará morto enquanto houver alguém vivo. O que quero dizer é que as metáforas não são poucas. Mas você precisa ser cuidadoso ao escolher a sua metáfora, porque ela faz a diferença. Se escolher os fios, significa que está imaginando um mundo no qual você pode se arrebentar de forma irreparável. Se escolher a relva, então quer dizer que todos nós somos interligados e que usamos esse sistema radicular  não apenas para compreendermos uns aos outros, mas também para nos tronarmos o outro. As metáforas tem consequências. Está entendendo o que quero dizer?”

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CIDADES DE PAPEL

Autor: John Green

Editora: Intrínseca

Ano de publicação: 2013

Quentin Jacobsen tem uma paixão platônica pela magnífica vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman. Até que em um cinco de maio que poderia ter sido outro dia qualquer, ela invade sua vida pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita.
Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola e então descobre que o paradeiro da sempre enigmática Margo é agora um mistério. No entanto, ele logo encontra pistas e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele achava que conhecia.

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