A Fúria dos Dragões é o segundo livro da série Stânix, do autor nacional Eder Trasnkini. O lançamento é de 2016 pela editora Arwen.

Sobre o Livro

No primeiro livro, O Poder dos Elementos, Aaron descobriu que as peculiaridades que permeavam sua vida na verdade estavam ali por um motivo. Ele faz parte da raça dos elfos, seres que desapareceram a muitos anos desde o fim da última guerra. Em sua jornada para legar Sora até seu destino ele acaba descobrindo várias coisas sobre si e sobre os reinos desse mundo.

“Procure no lugar mais antigo do mundo, da onde tudo veio e para onde tudo vai. Onde ninguém pode viver. Onde já se pode queimar e derreter e hoje se pode congelar até morrer.”

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Agora, se preparando para embarcar em uma nova jornada atrás de apoio para deter as forças de Pant, primeiro ele aprender a controlar seus próprios poderes, aqueles que até pouquíssimo tempo atrás sequer sabia existirem, e descobrir tudo o que é capaz de fazer.Ele partirá ao lado de Alice em busca dos Askan, uma raça ancestral de dragões que pode ter um papel primordial na guerra que está se formando.

Enquanto isso Joe, Sora e Terek irão atrás dos demais elfos que compõem a profecia, buscando assim fortalece-los ainda mais. Porém nenhum dos caminhos será simples e novos problemas e pessoas se apresentarão em sua jornada. O que mais Aaron ainda precisa descobrir para realmente conhecer sua linhagem, família e poderes?


Minha Opinião

Ano passado eu li o primeiro livro em parceria com o autor e repeti o fato esse ano com o segundo volume. Porém, o resultado foi bem longe de ser o mesmo. Apesar da simplicidade da história do primeiro livro, apostei que a trama poderia se desenvolver de forma mais complexa a partir daí, dando bons rumos à história. Mesmo com poucas páginas, certamente o livro tinha potencial para isso.

Nesse segundo volume a história mantém a simplicidade e não dá nenhum passo em direção a evolução, muito pelo contrário, parece se retrair cada vez mais para o infanto-juvenil. Isso não é um problema e tenho certeza que há um mercado amplo para essa idade, o que me incomoda é ver que a história que tinha tudo pra evoluir, permanece estática e básica.

“A verdade era que ele não era um rejeitado, mas sim um predestinado, um escolhido pelo destino.”

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Mesmo que o livro seja escrito para um público mais jovem, não há a necessidade de construir uma história tão simples. Quando temos uma trilogia ou série juvenil é normal ver a narrativa evoluir no decorrer dos livros, pois imagina-se que os leitores também estão crescendo com o passar dos anos. A mais prova disso é observar, por exemplo, a série de Harry Potter, onde o primeiro livro é bem mais simples do que o livro final, onde temas bem mais pesados são trabalhados, pois há o entendimento que o leitor que começou muito novo a história também cresceu junto com ela.

E, infelizmente, isso não é o que acontece aqui. Apenas duas coisas soaram interessantes pra mim no livro, sendo uma dela o final, o que é sempre muito importante para influenciar o leitor a seguir em frente, e também, uma revelação dada na segunda metade do livro sobre quem verdadeiramente está por trás da guerra que está sendo instaurada. Essa revelação é um dos poucos momentos onde vemos um pouco mais do mundo sendo desnudado e onde é possível de aprofundar um pouco mais em Stânix.

Basicamente a fórmula do primeiro livro se repete aqui: temos o protagonista aprendendo a controlar seus poderes saindo em uma jornada (mais uma vez), ele e o outro grupo em paralelo enfrentarão dificuldades, conseguirão escapar de todas elas sem grandes méritos, quase sempre sendo salvos “pelo gongo” até que uma descoberta será feita. Essa é a fórmula de milhares de livros e o que os diferencia entre bons e ruins é a costura que há entre esses elementos básicos, que parece não estar presente em Fúria dos Dragões.

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Não parece haver evolução dos personagens e há duas pessoas inseridas aqui que não fazem muita diferença para a história. Uma delas servirá para uma traição  a outra para um relacionamento que surge de forma instantânea na história, no melhor estilo: não te vejo a anos, largue tudo e vamos ser felizes. Parece que a personagem só foi posta ali para tirar o personagem masculino em questão de um possível triângulo amoroso. Mas, se for levar em consideração que o tom da história é pra ser infantil, talvez esteja ai o ponto, não é mesmo?

Pra mim que indiquei o primeiro livro, foi realmente frustrante encontrar tudo estagnado ou ainda mais simples do que em um primeiro momento. Torci pelo crescimento da história e não vi acontecer, chegando ao final com a decepção estampada no rosto. E, digo pra vocês, é sempre muito ruim não gostar de um nacional, porque parece realmente pesar bem mais do que qualquer outro livro.

Em contra partida aos pontos negativos, o que certamente evoluiu foi a edição. Com seu primeiro volume pela Talentos da Literatura Brasileiro, Stânix mudou de editora e agora está na Arwen. Conhecida por suas publicações nacionais, fez um excelente trabalho com a capa e toda a parte interna. Há ilustrações e o mapa pode ser aberto, conforme mostra as imagens do post, podendo acompanhar a leitura lado a lado das páginas, sem que o leitor precise voltar ao começo do livro para consultá-lo.

A edição parece ter mais páginas pelo trabalho gráfico, mas se retirados todos os enfeites, acaba por ter mais ou menos o mesmo número que o primeiro volume, colocando uma média de 110-120 páginas, o que é relativamente pouco, principalmente se tratando de fantasia. Mas aqui, diferente do primeiro livro, onde minha reclamação envolveu a história ser curta demais, o que me incomodou realmente não foi isso, pois acredito que a narrativa poderia ter se desenvolvido de forma mais interessante no mesmo número de páginas.

O livro não é ruim, mas deixa a desejar pela simplicidade. É tudo básico demais e pra qualquer leitor que tenha um pouco mais que o mínimo de bagagem, é um fator que incomoda bastante. A escrita de Traskini é bem fluída e é fácil passar pela história em poucas horas, sem problemas, porém, o que eu esperava era um pouco mais de desenvolvimento e menos do mesmo que já vi em tantas outras histórias. Pra mim, a fórmula básica não incomoda mais, o que incomoda é não ver os autores tramando suas próprias teias nela e deixando sua marca. Nesse caso, aquele velho ditado do “menos é mais” não se aplicou.

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STÂNIX – A FÚRIA DAS DRAGÕES

Autor: Eder Traskini

Editora: Arwen

Ano de publicação: 2016

Depois de descobrir que uma profecia o proclama como o único capaz de salvar todo o reino, Aaron se vê com responsabilidades que nunca imaginou ter na vida. Iniciando o treinamento com Alice, começa a finalmente dominar seu elemento base: o fogo. Mas será isso suficiente para quando a hora chegar?
Enquanto os elfos partirão para as Terras Desconhecidas para encontrar a raça ancestral dos dragões os Askan Joe, Sora e Terek têm a missão de descobrir o paradeiro dos outros dois elfos aos quais a profecia se refere. No entanto, eles descobrem muito mais do que isso.
Traições e surpresas espreitam pelo caminho com consequências fatais. Podem os dragões ficar de algum lado nesta guerra ou sua fúria milenar voltará para destruir o reino todo? Teriam Aaron e Alice trazido a desgraça a Stânix? Eles estão de volta.

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