O ano de 2020 foi o ano das adaptações, além do mais com os cinemas fechados, quem vem investindo e ganhando cada vez mais visibilidade é as plataformas de streaming, fazendo a vontade de nós, o grande publico, trazendo à tona grandes filmes e séries que já são queridinhos de muita gente.

Eu como grande fã do universo Marvel, da DC e de todas as temáticas que envolvem super heróis e ficção cientifica já sabia que o novo filme Netflix: The Old Guard, ia vir com tudo e posso dizer de antemão que: superou completamente minhas expectativas.

Aqui o famoso quadrinista Greg Rucka que trabalha nas histórias da Mulher Maravilha como também em outras do universo DC, assume o roteiro que ele mesmo criou junto do desenhista argentino Leandro Fernandez e entrega junto da diretora Gina Prince-Bythewood e da Netflix, uma história extremamente impactante, cheia ação e reviravoltas, feitas para impactar, mas também emocionar o espectador.

A história acompanha um grupo de guerreiros que inacreditavelmente não morrem. Dadiva recebida por eles sem motivo, sem critério, sem qualquer seleção, fazendo com que eles estejam aqui na terra há milhares de anos. Já enfrentaram guerras, viveram amores, tiveram perdas, mas hoje vivem escondidos afim de não serem reconhecidos e usados de alguma forma.

O cerco é montado quando eles recebem uma missão que na verdade era uma armadilha, agora tudo aquilo que eles passaram anos lutando para manter (o anonimato), está sendo usado contra eles como uma arma.

Se já não bastasse toda essa luta pela sobrevivência armada, de alguma forma aquilo que escolhe as pessoas para tornarem outros guardiões decide que está na hora de a Terra ter mais uma e eles são surpreendidos por uma nova integrante para compor a equipe. Nenhum deles estava preparado e muito menos esperando um novo membro já que, estavam em guerra contra forças que eles nem mesmo conhecem ou sabem como enfrentar.

Algo que para mim o filme acertou demais em trazer, foi apresentar um elenco com bastante representatividade. Os membros do esquadrão são de diversas etnias, origens e sexualidade, o que me surpreendeu demais e fez com que esse filme já disparasse na minha consideração.

Temos grandes nomes no filme como Chiwetel Ejiofor (12 Anos de Escravidão), interpretando Copley, ex-agente da CIA que entra em contato com os guardiões e Charlize Theron (Branca de Neve e o Caçador), como Andrômaca ou Andy, a líder dos guardiões. Os heróis também contam com nomes como Kiki Layne (Se a Rua Beale Falasse) como a novata Nile, Matthias Schoeerts (A Garota Dinamarquesa) como Booker, Marwan Kenzari (Aladdin) como Joe e Luca Marinelli (Meu Nome é Jeeg Robot) interpretando Nicki. Nesse elenco temos várias etnias e raças, o que eu acredito que enriquece demais a história porque além de serem excelentes atores, entregam a oportunidade de representarem muitas pessoas ao redor do mundo.

Outro ponto que levo bastante em consideração em avaliar esse filme é a mensagem que ele carrega. Por diversas vezes vemos na história a inserção de pensamentos que fazem total diferença hoje em dia, que nada mais é a crítica em como nós como sociedade temos banalizado a violência e vivemos de aparências. O tempo todo hoje temos vistos situações que são movimentos de pura política ou ganho de dinheiro, onde a vida humana não vale nada além de um número ou quantidade de dólares, onde aqui isso é fortemente criticado e super acertado. 

A história é sombria, violenta e fria, mas também é profundamente emocional e melancólica; ou seja, é receita perfeita para nos conquistar pouco a pouco. No decorrer da história nós nos apegamos aos personagens, nos apegamos as suas histórias e ideais e terminamos essa belíssima adaptação totalmente impactados pela forma como ela foi construída e querendo mais.

Acredito que a ação entregue é muito bem reproduzida, temos uma história fluída que trabalha muito bem a pancadaria e as mortes, mas de forma que não choque o espectador, muito pelo contrário os “takes” de ação tem um uma inteligência muito marcante que chama muita atenção para o que está acontecendo (lutas, tiro, porrada e bomba). Isso marca positivamente o trabalho da equipe de produção como um todo, assim como a equipe de filmagem e trilha sonora que trazem tudo com muita perfeição.

Outro ponto que fez esse filme valer super a pena pra mim foi a ambientação histórica. Por se tratar de guerreiros que não morrem facilmente, poder ver a marca deles no tempo e até mesmo a apropriação cultural no contexto da época da Guerra Fria, Caça às Bruxas e tantos outros momentos marcantes. Para amantes de história (assim como eu), o filme é um prato cheio.

Como eu disse, a história por mais que seja sobre guerreiros e guerras, ela possui uma carga bem crítica e dramática. Aqui o circo é armado pela luta, mas se fecha no ar melancólico que a história assume. Temos o personagem Theron como um grande responsável por essa carga ao apresentar profundamente para nós o efeito que esses anos de sobrevivência forçada trouxeram para ele. Assim podemos conhecer o efeito da imortalidade não desejada por todos os personagens, como também o peso que eles carregam durante toda a história do mundo. Afinal eles se denominaram responsáveis pela sobrevivência da humanidade, e tiveram que lidar com as perdas e os ganhos dessa missão.

Existe além do drama, das mortes e da pancadaria, um romance muito fofo, que incluo aqui como um ponto a mais para a representatividade da história, pois nós traz dois guardiões (Joe e Nicky) apaixonados a centenas de anos e lutando por esse amor pelos séculos e séculos. E gente, a cena do carro forte é fofa demais.

Mas, no final mesmo o que me ganhou nessa história foi a forma como a Nile é introduzida nesse grupo. A novata, que apareceu depois de 500 anos de silencio, sem nenhum membro novo é tocantemente recebida e abraçada por todos (principalmente a Andy), que acabam por se preocupar com detalhes sobre a vida que antes do mundo tecnológico eles não precisariam pensar, mas que afetam diretamente Nile, as renuncias e sacrifícios que ela precisará manter para assumir o novo estilo de vida. A vida anônima e isolada. A vida de guardião.

The Old Guard então é um filme para os amantes de ação, os amantes de super-heróis, mas também para os amantes de histórias que possuem uma mescla de drama, críticas sociais e pancadaria. A surpresa aqui é chegar ao final e descobrir que existe a possibilidade de futuras continuações, por conta de se tratar de uma adaptação deixaram algumas pontas soltas.

Mas quero deixar claro que, tendo ou não continuações (com a Netflix nunca se sabe), o filme vale muito a pena e com toda certeza é um prato cheio para todo mundo. Então não perca a oportunidade de ver e de vir aqui comentar o que vocês acharam dessa obra, que com toda a certeza vai ser uma das minhas favoritas desse ano.

THE OLD GUARD

Diretor:Gina Theron-Bythewood

Elenco:Chiwetel Ejiofor, Charlize Theron, Kiki Layne, Matthias Schoeerts, Marwan Kenzari, Luca Marinelli e mais

Ano de lançamento: 2020

Quatro guerreiros com o dom da imortalidade protegem a humanidade há séculos. Mas seus misteriosos poderes viram alvo de ataque quando outra imortal entra em cena

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