Twenty Five Twenty One ou “Vinte e cinco, vinte e um” é um drama sul-coreano produzido pela emissora TVN e distribuído internacionalmente pela Netflix, possuindo na direção Jung Ji Hyun e no roteiro Kwon Do Eun. No elenco, constam grandiosos nomes como Kim Tae Ri, Nam Joo Hyuk, Bona, Choi Hyun-wook, Lee Joo-Myung, Seo Jae Hee, Kim Hye Eun e Choi Myung Bin.  

Situado entre o final dos anos 90 e começo dos anos 2000, Vinte e Cinco, Vinte e Um acompanha as memórias do diário de juventude de uma esgrimista durante o período da crise econômica sul-coreana desencadeada pelo FMI. Na Heedo é uma estudante de 18 anos que vê seu sonho na esgrima ser ameaçado pelos sucessivos cortes econômicos que as instituições estavam fazendo após a crise. Desesperada para continuar a treinar em um time, Heedo precisa convencer a treinadora de outra escola a aceitá-la na equipe de Ko Yu Rim, a maior esgrimista da Coreia e também fonte de inspiração para a jovem, que admira o trabalho de Yu Rim há anos. Em meio às tentativas frustradas de conseguir ingressar no novo time, Heedo conhece Baek Yijin, um ex-estudante promissor originário de uma família rica que viu tudo ir por água abaixo com a crise econômica que levou sua família à falência. 

É por meio desse improvável e cômico encontro que Heedo e Yijin vão firmar uma amizade sólida que os acompanhará por anos durante a juventude de suas vidas. Heedo é uma jovem extrovertida, determinada e espirituosa e Yijin é um jovem muito determinado, prestativo e resiliente. Em meio a sucessivas frustrações e tristezas que abalam suas vidas, com Heedo precisando lutar para conseguir progredir na esgrima e Yijin carregando o peso das dívidas dos pais enquanto tenta sustentar a si mesmo e a família, Baek Yijin e Na Heedo fazem uma promessa: quando estiverem juntos, eles serão felizes, independente dos abalos que os tempos provoquem em seus sonhos. 

À medida que os anos avançam, a amizade dos dois transforma-se, aos poucos, em algo mais. Porém, o que os infortúnios do tempo já abalaram uma vez individualmente, pode abalar de novo agora que eles tem um apoio um no outro? Só determinação e força de vontade é o suficiente para levar Na Heedo para a glória que ela sonha na esgrima? Apenas a resiliência de Baek Yijin irá garantir a salvação de sua família? E, com tantas interferências da vida e dos percalços súbitos que o tempo e o amadurecimento acarretam, só a promessa de serem felizes juntos é o bastante para mantê-los unidos? 


Twenty Five Twenty One é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores dramas sul-coreanos que já assisti. Com um enredo simples sobre jovens em busca de seus sonhos em meio a períodos instáveis e incertos, o drama acerta na escolha do elenco e no desenvolvimento genuíno de seus personagens principais e secundários. A trama é encantadora, pura e viva como poucas conseguem ser e o modo como os sentimentos dos personagens é retratado em cena garante uma conexão imediata entre a narrativa e seus espectadores. Como um todo, o drama faz rir, chorar, suspirar e garante que os espectadores saiam apaixonados a cada novo episódio. Não é pouco afirmar que o drama virou um dos favoritos da vida e a sua história, bem como seus personagens, é algo que levarei comigo por muitos anos daqui em diante. 

Todo o trunfo de Twenty Five Twenty One começa no básico: Na Heedo e Baek Yijin são protagonistas maravilhosos. Heedo e sua paixão pela esgrima, sua vivacidade e extroversão e a determinação com a qual ela dedica-se em cada treino e em cada projeto garantem uma protagonista inspiradora e apaixonante. Kim Tae Ri é conhecida por sua brilhante atuação em Mr. Sunshine e A Criada e aqui não é diferente: ao dar vida a Na Heedo, TaeRi garante que sua personagem jamais seja esquecida. É pelas memórias de Heedo que conhecemos sua vida, seus amigos e também Baek Yijin, o outro pilar dessa brilhante narrativa. 

Baek Yijin é um jovem esforçado, maduro e muito determinado. É fácil compreendê-lo e ainda mais fácil amá-lo por toda a sua resiliência diante de tempos difíceis. Se a crise econômica não foi justa com Heedo, forçando-a a buscar um novo time e a dar tudo de si por uma única chance de conquistar o que desejava, a crise foi ainda menos justa com Yijin, que perdeu tudo aquilo que amava e precisou se reerguer em meio as dívidas do pai, a separação da família e ao fim dos sonhos com a faculdade que ele tanto queria. Trabalhando em diferentes empregos e se sentindo culpado pelas vidas que a falência da empresa do pai arruinou, Yijin é inicialmente distante e solitário, chegando a prometer jamais ser feliz novamente. Nesse ponto, a sensacional atuação de Nam Joo Hyuk fornece tudo que o drama precisa para consagrar Yijin como um personagem inesquecível: atuando com expressões que perpassam um simples olhar, Joohyuk imortaliza seu personagem e é impossível não simpatizar e torcer por Yijin assim que o conhecemos a fundo. A tristeza do personagem é palpável e é nesse ponto da trama que, para ele e para o espectador, um novo elemento faz toda a diferença: o encontro de Yijin com Heedo ilumina o caminho do personagem e enche de esperança tanto a vida dele, quanto a dela. 


E eis aqui o segundo ponto que faz do drama algo especial: Na Heedo e Baek Yijin firmam uma amizade, uma parceria e, com o tempo, um amor tão puro, genuíno e singelo que se apaixonar por esses dois juntos é tão fácil quanto se apaixonar por eles individualmente. Espirituosos, divertidos, emocionantes e encantadores, Heedo e Yijin só crescem quando se unem, seus diálogos são especiais à medida que eles falam de sonhos, metas e frustrações, os pequenos gestos de afeto entre eles se tornam memoráveis a cada episódio e não demora para o espectador se ver envolvido na relação que os dois constroem de forma lenta, mas bem desenvolvida. Antes amigos, depois apaixonados um pelo outro, a relação dos dois é daquelas que levam o espectador a “acreditar no amor” com toda a certeza do mundo.

É confortável e adorável ver a relação deles mudando e quando os dois sofrem pelos sentimentos que nutrem, também torcemos e sofremos com eles. Há anos um casal em drama não me conquistava tanto e é até complicado explicar o quanto eu realmente senti genuinamente o que esses personagens sentiam. Nesse ponto, tudo ajudou: se sozinhos, Kim Tae Ri e Nam Joo Hyuk já entregavam uma atuação impecável, juntos eles encenam em perfeita harmonia. A química dos dois é palpável e torço muito para que os dois façam outro projeto juntos de novo, uma interação dessa qualidade é algo que merecemos ver mais vezes! 

E, claro, o drama que tomou tanto cuidado com seus personagens principais, seria igualmente bem sucedido nos secundários e é exatamente isso que encontramos em Bona como Ko Yurim, a rival e inspiração de Na Heedo na escrita, em Choi hyun-wook como Ji Woong, um colega de escola apaixonado por Yurim e em Lee Joo-Myung como Seung-Wan, a presidente de classe estudiosa e que tem um forte senso de justiça. Esses três completam o “squad” e firmam uma deliciosa trama de amizade junto de Heedo e Yijin. Quando unidos, temos momentos incríveis sobre o valor que a juventude deve dar aos amigos que conquista e o apoio desses personagens entre si é adorável de ver. 

Apesar de secundários, cada um a sua maneira entrega o que de melhor podem oferecer para acrescentar a trama: Yu Rim é uma esgrimista de enorme sucesso, a mais jovem medalhista olímpica, mas por trás de suas conquistas há uma vida difícil, marcada por dificuldades financeiras que levam Yu Rim a ficar constantemente na defensiva, o que inicialmente causa um péssimo atrito entre ela e Heedo, sua fã número um. Ji Woong já é um jovem bem descolado e popular que dá leveza para a vida de seus amigos, mas principalmente para Yu Rim, com quem protagoniza um casal muito fofo de se ver. E, talvez a minha favorita desse núcleo, Seung-Wan é uma personagem que inicialmente cumpre o papel de ser a colega sensata do grupo, mas que, aos poucos, revela uma personagem divertida, criativa e inovadora, que luta contra as injustiças estudantis que aconteciam na Coreia dos anos 90. 

Falando no período, eis aqui o próximo ponto de consagração de Twenty Five Twenty One: a ambientação. Os anos 90 nunca estiveram tão fortes quanto aqui. Desde as roupas, até as músicas, até o cuidado com o design de ambiente e as menções históricas: TUDO no drama traz com força o período dos anos 90 e até mesmo aqui do Brasil a gente consegue se sentir parte desse momento. Há menções ao “bug do milênio”, conversas sobre a chegada dos aparelhos de celular, na virada dos anos 90 para os anos 2000 temos referências históricas a diferentes acontecimentos que tanto afetaram a Coreia do Sul, quanto também tiveram repercussão mundial

É realmente uma imersão e que não para aí: como o drama mistura passado com presente, já que estamos acompanhando as memórias do diário de Na Heedo pelos olhos de sua filha – brilhantemente interpretada pela atriz Choi Myung-Bin – temos também um dos elementos que mais me chamaram a atenção por ser algo que eu ainda não tinha visto em nenhum drama ou mesmo em séries ou filmes: a pandemia. Twenty Five Twenty One não discute a situação do coronavírus como um todo, mas como vemos a filha de Na Heedo em 2021, vemos que a pandemia é uma situação presente, o drama não simplesmente ignorou esse fato, ele o incorporou como parte da ambientação do futuro. Outro detalhe de produção muito interessante graças a essa narrativa entre tempos são os cortes: como a filha de Heedo está lendo o diário da mãe, ela tem as reações que os espectadores também possuem e é muito criativo a forma como a montagem mistura futuro com presente nos cortes de cena. 

Considerando tudo isso, não é surpreendente que o drama seja tecnicamente impecável, certo? Fotografias belíssimas, excelentes escolhas visuais na montagem de cenas, há frames inteiros que dão vontade de fotografar e colocar em um quadro. Além disso, a trilha sonora é impecável, dando destaque para a faixa “25,21”, de Jaurim, música que inclusive inspirou a narrativa. Outras que merecem menção especial são “Starlight”, de Taeil, uma música linda e bem espirituosa, no clima que o drama tem, bem como a faixa “Go”, que dá o tom perfeito do drama desde sua abertura. E, de bônus, fica a belíssima faixa “With”, gravada pelo próprio elenco, uma música belíssima sobre amizade e juventude

É a partir dessas considerações que volto a afirmar: Twenty Five Twenty One foi um dos melhores k-dramas que vi nos últimos tempos. A saudade que fica desses personagens é indescritível e tudo que levamos deles a partir dessa história são mensagens sobre memórias, amizade e amor que jamais serão esquecidas. Twenty Five Twenty One é um drama perfeito para todo mundo, mas principalmente para pessoas que apreciam narrativas reais sobre personagens que poderiam co-existir na realidade conosco e que protagonizam tramas incríveis sobre sonhos, determinação e amadurecimento. 

TWENTY-FIVE TWENTY-ONE

Diretor: Jung Ji Hyun

Elenco: Kim Tae Ri, Nam Joo Hyuk, Bona, Choi Hyun-Wook, Lee Joo-Myung, Seo Jae-Hee, Kim Hye-Eun, Choi Myung-Bin

Ano de lançamento: 2022

Em uma época de crise financeira, o sonho de Na Hee-do de se tornar uma grande esgrimista é ameaçado, mas a garota não desiste e luta para alcançar seus objetivos. Ao mesmo tempo, ela descobre o amor junto com o Back Yi-jin.

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