Publicado em 2014 pela Arqueiro, este livro é mais um dos romances históricos de Ken Follett e se passa na Grã-Bretanha de 1766.
Sobre o Livro
Em 1766, Mack se vê numa Escócia escravocrata. Suas condições como trabalhador sem liberdade nas minas de carvão de sua cidade são alarmantes. Assim como os escravos vindos de África, ele trabalhava como um também. Eram 15 horas por dia de trabalho sem direito a liberdade.
Já Lizzie é uma nobre como as outras: possui dinheiro, terras e está à procura de um homem para se casar. Mas suas peculiaridades fazem com que se torne uma mulher fora de época: adora andar de cavalo, se interessa pela caça e ainda se incomoda com seus grandes vestidos preferindo roupas masculinas.
“- Quem você pensa que é?
– Sou Malachi McAsh.
– Eu sei seu nome – atalhou ela. – Como ousa falar com o dono destas terras e com o filho dele daquela maneira?
– Como eles ousam nos escravizar se a lei os proíbe?”
Enquanto que Mack luta pela sua liberdade que é garantida por lei, Lizzie descobre que seu mundo é muito mais cruel que nem imaginara ser: havia desigualdade, miséria e trabalho escravo de baixo de seu nariz.
Ao mesmo tempo em que Mack faz de tudo para se tornar livre, a vida dos dois se encontrarão em vários momentos, tornando-se grandes aliados na busca por um lugar chamado liberdade.
Minha Opinião
Os livros de Ken Follett são conhecidos por, em sua maioria, se passar na Primeira ou Segunda Guerra Mundial. Porém este traça uma história fora de sua curva.
Ele já começa de forma diferente comparando com outros livros dele que já li. Primeiro temos um prólogo curto e interessantíssimo onde ele se permitiu trazer um tom quase que poético capaz de nos fazer lê-lo mais uma vez depois de já ter lido todo o livro.
Apesar dessa pequena diferença neste livro, Follett mantêm seu ritmo que nos faz ter curiosidade de saber o que vai acontecer do início ao fim. Primeiro por que quando começamos logo no primeiro capítulo, já parece que a história se caminha para o final devido a tamanha quantidade de coisas que acontecem nas primeiras 100 páginas.

“Mack, desde os 7 anos, precisava ser sacudido pela mãe a poucos minutos das duas da manhã e sair para trabalhar nas profundezas da mina durante quinze horas, largando às cinco da tarde; então se arrastava de volta para casa, muitas vezes para desmaiar de sono enquanto jantava mingau.”
Acompanhamos de cara a tentativa de Mack de se tornar liberto. E para isso ele usa um advogado para se defender e a trama então se inicia com um tribunal. Para os que já leram Os Pilares da Terra ou Mundo Sem Fim, saberão o que estou querendo dizer. Esses primeiros momentos do livro já nos prende fortemente.
Este livro apesar de não se passar na era Vitoriana aonde ocorre os romances de época, recomendaria muito que pessoas que gostam desse gênero que se permitam conhecer Follett. Ele possui uma escrita muito fluída e direta. É o típico dos muitos diálogos e poucas descrições. Mas devo lembrar que este livro não é sobre romance e sim sobre justiça social, drama e o thriller estilo Ken Follett mais conhecido como de perseguição.
Mesmo não sendo um livro de romance, Ken Follett sempre coloca alguns momentos para descontrair chegando até ter cenas mais quentes.
É um livro que me agradou muito, principalmente por ser um livro que possui uma representatividade maior de grupos étnicos. Seus livros sempre se passam na Europa onde seus personagens são todos brancos. Porém, como a história se desenvolve em plena era de colonização e escravidão e se permite sair da Europa, veremos personagens negros e índios compondo esta história o que me agradou bastante principalmente o modo como ele insere estes personagens.
“Ele pareceu um pouco chocado. Todas as mulheres de boa criação sentavam-se de lado. Qualquer uma que de fato montasse sobre o cavalo seria considerada vulgar. Lizzie achava isso uma tolice e, sempre que estava sozinha, cavalgava como um homem.”
Se você procura um livro que possa ler rápido e de forma tranquila, não deixo de recomendar este ainda mais para poder conhecer um autor que gosto bastante.
Sempre quando quero ler um livro que eu espero poder me prender e que eu possa simplesmente esquecer do mundo real e não ter que lutar para entender o que está acontecendo, eu busco ler um livro dele. E até agora ele nunca me decepcionou.


UM LUGAR CHAMADO LIBERDADE
Autor: Ken Follett
Tradução: Fabiano Morais
Editora: Arqueiro
Ano de publicação: 2014
Escócia, 1766. Condenado à miséria e à escravidão nas brutais minas de carvão, Mack McAsh inveja os homens livres, mas nunca teve esperança de ser como eles. Até que um dia ele recebe a carta de um advogado londrino que lhe revela a ilegalidade da escravidão dos mineiros e um novo horizonte se abre aos seus olhos. Porém, para realizar seu sonho, Mack precisará enfrentar todo tipo de opressão das autoridades que não estão acostumadas a serem questionadas. Já na idealizada Londres, ele reencontra uma amiga de infância, Lizzie Hallim, agora casada com Jay Jamisson, membro da família que tanto o atormentara na Escócia. Lizzie não se conforma em viver submetida aos caprichos dos homens e constantemente escandaliza a sociedade com seu comportamento e suas ideias não convencionais. Quando Mack é acusado injustamente de um crime, ela quebra protocolos e sai em sua defesa, mas o amigo é deportado para a América. Mack logo descobre que se trata de uma mera mudança de continente, não de ares sociais, pois a colônia também vive momentos de tensão: se na Inglaterra os trabalhadores não desejam mais ser explorados pela elite, ali os colonos preparam o caminho que os levará à independência do jugo inglês. Nessa saga repleta de suspense e paixão, Ken Follett delineia uma época de revoltas contra a injustiça com uma escrita enérgica e sedutora.