Lançado originalmente em 1993, Uma Fortuna Perigosa é do autor britânico Ken Follett e se passa na Era Vitoriana da Inglaterra. Foi publicado pela Arqueiro em 2019.

Sobre o Livro

Hugh e Edward Pilaster são os dois herdeiros legítimos da fortuna de seus pais. Sendo primos, viveram a infância numa escola de elite da alta classe burguesa da Inglaterra na Era Vitoriana. Em 1866, um evento inesperado força a família Pilaster a viver em um jogo de traições, interesses e conquistas por poder. Edward e Micky Miranda, seu amigo, são os únicos a presenciarem um assassinato terrível que ficará marcado mesmo até décadas depois.

Depois, como adultos, terão que lidar com o passado ainda não explicado e a divisão na família pelo controle de seu banco. Pessoas perigosas e inocentes estarão envolvidas neste jogo pelo poder.

“[…] Ela entrara numa conspiração criminosa com o garoto. Isso a deixava desagradavelmente vulnerável a ele.”

Enquanto Hugh descobre sua verdadeira paixão e enfrenta os desafios para conquistar suas ambições, Edward se verá num impasse entre os desejos de sua mãe interesseira e de seu amigo Micky, manipulador. O que impera na família Pilaster não é o amor e Hugh verá como familiares podem se tornar verdadeiro inimigos.

Minha Opinião

Livro repleto de romance, ação, suspense e um toque de drama, Ken Follett nos leva em um passado não tão remoto onde a classe burguesa da Inglaterra levava consigo suas peculiaridades e ganâncias por mais fortuna e poder. A família Pilaster seria o melhor exemplo da burguesia da Era Vitoriana.

Passando em várias etapas da vida dos personagens, o início da história pincela a adolescência de Hugh, Albert, Micky, Peter e Edward. Com o tempo, somos apresentados a mais e mais personagens como Maisie, uma menina que vem de uma família operária do banco dos Pilaster e os demais Pilaster como Augusta, a mãe de Edward, e Samuel, o sujeito estranho que vive com seu ”secretário”. Como sempre, Follett nunca deixa seus livros com poucos personagens para injetar a adrenalina do suspense.

– Os homens que dirigiam o City of Glasgow Bank deviam ir para a cadeia – disse Maisie pouco antes do jantar.
– Isso é um pouco duro – protestou Hugh.
Ela achou o comentário presunçoso.
– Duro? – repetiu ela, irritada. – Não tanto quanto o que aconteceu aos trabalhadores que perderam seu dinheiro!

E como em uma fórmula de seus livros, Follett sempre possui a capacidade de criar certos personagens que nos deixam a arrancar os cabelos. A bola da vez foi com crédito para Micky e Augusta, dois manipuladores e sagazes naquilo que fazem. E por outro lado, temos aquelas personagens poderosas como Maisie e Rachel, duas feministas por descobrirem e desafiarem o mundo patriarcal da época.

E como não se interessar por Hugh? Depois de tudo que ele passa é impossível não torcer por ele mesmo que às vezes ele abra o bico para falar bobagens.

É o primeiro livro de Ken Follett que vejo tratar um pouco sobre sexualidade e economia. Em certos momentos o autor apresenta uma narração com detalhes mais sobre finanças e apesar de simples e direto, não deixa o leitor, nada sabido sobre esse tema, perdido. Ao contrário, a trama cada vez fica melhor quando pensamos nas possibilidades de uma ruína econômica da família Pilaster.

– Se um homem mata outro acidentalmente, ao atirar num coelho e acertar alguém que se escondia atrás de uma moita, por exemplo, nem o mandamos para a cadeia. Então por que deveríamos encarcerar os banqueiros que perdem o dinheiro de outras pessoas?
– Para que os outros banqueiros sejam mais cuidadosos!

O início da história me fez muito lembrar It, A Coisa pela familiaridade com a infância das crianças no livro. Porém a história tende a caminhar diferente com estilo Follett de sempre.

É também o primeiro romance de Follett que vejo ser agradável para leitores e leitoras que gostem de romance de época. Apesar de o livro não tratar de romance, Follett nunca deixa de lado algumas cenas quentes e rápidas para leitores mais apaixonados. Claro que o romance desenvolvido nas histórias se tornam cenas drásticas. Típico, mais uma vez, de Ken Follett.

Para aqueles que nunca conheceram o autor esse livro é uma boa pedida. Rápido apesar de suas quase 500 páginas, e próximo para aqueles que gostam de se imaginar na Era Vitoriana ou simplesmente para os que são curiosos por acompanhar as traições numa família rica e poderosa.

UMA FORTUNA PERIGOSA

Autor: Ken Follett

Tradução: A. B. Pinheiro de Lemos

Editora: Arqueiro

Ano de publicação: 2019

Um acidente trágico, uma rivalidade feroz, um segredo fatal Em 1866, numa exclusiva escola inglesa, um jovem aluno se afoga em circunstâncias misteriosas. As repercussões de sua morte se estenderão por muitas décadas, em uma saga de traição, ganância, vingança e paixão. Presentes no dia fatídico estão Hugh Pilaster e seu primo mais velho Edward, herdeiros de uma poderosa dinastia de banqueiros com conexões que se estendem de Londres até as colônias distantes, e Micky Miranda, filho de um violento latifundiário sul-americano. Anos mais tarde, quando os dois primos se veem envolvidos em uma competição brutal pela posição mais alta no banco, a verdade chocante sobre seus dias de escola vem à tona, ameaçando destruir não só a fachada respeitável da família, mas também a própria economia britânica. Em meio a clubes masculinos privados e bordéis que realizam todos os desejos da classe alta londrina, passando pelos salões de festas dos grandes detentores de riqueza do mundo, Ken Follett constrói uma trama de mistério que retrata com realismo o esplendor e a decadência da Inglaterra Vitoriana.

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