Utoya – 22 de Julho é um filme norueguês, inspirado nos relatos das vítimas do atentado terrorista de 2011. Dirigido por Erik Poppe e estrelado por Berntzen Andrea, Aleksander Holmen e Solveig Koloen Birkland. O filme foi indicado ao Urso de Ouro no Festival de Berlim.

Em 22 de julho de 2011, a Noruega sofreu dois atentados terroristas. Primeiro, um carro bomba explode em frente a sede do governo, em Oslo. Enquanto o país processava o ocorrido, um massacre acontecia em uma colônia de férias da Juventude Trabalhista em Utoya.

O responsável pelos ataques foi um supremacista da ultradireita norueguesa que, pouco antes do atentado, publicou um manifesto na internet de sua ideologia, no qual critica, inclusive, a miscigenação no Brasil.

No decorrer do enredo, acompanhamos a luta de Kaja para encontrar a irmã mais nova, Emilie, em meio ao caos provocado pelo ataque. As tentativas de contato com as autoridades em busca de ajuda bem como com a família dela e dos amigos. A compaixão pelos feridos, as tentativas de ajudar os colegas de acampamento e a necessidade de buscar um esconderijo para sair da mira do assassino.

A partir dos diálogos, conhecemos mais de Kaja e seus amigos. Os medos e anseios da juventude, agora, manchados pelo brutal ato de violência.

O filme é envolvente, nos apegamos aos personagens, por mais breve que seja a participação deles. O desespero, a angústia e o medo transpassa a televisão. A sensação que temos é que poderia ter acontecido conosco também ou com algum conhecido, mesmo com a barreira do idioma ou da paisagem, nos sentimos parte de tudo aquilo.

Antes de terminar o filme quis pesquisar sobre Kaja. Saber como ela está hoje em dia. Se seus sonhos se concretizaram. Mas para a minha surpresa, descobri que, embora o filme seja baseado em fatos, os personagens foram criados com base nos relatos das vítimas e parentes, ou seja, Kaja é a representação não apenas de uma, mas várias vítimas.

Logo no início, em conversa com a mãe, Kaja fala da impossibilidade de entendermos tal ato e que é que importante estarmos ali, no acampamento. Essas primeiras frases, na verdade, são dirigidas ao telespectador e, mais precisamente aos noruegueses. Em entrevista, o diretor afirmou que não pretende reabrir feridas, mas que não se pode esperar que doa menos, para começar a conversar sobre o ocorrido.

Apesar de ser um filme que aborda um ato horrendo, ele também é uma homenagem às vítimas, sobreviventes ou não e familiares. Também é uma forma de lembrar a necessidade de lutar contra extremistas, inclusive, o autor desse massacre que, embora condenado, ainda tentar aliciar seguidores.

Utoya – 22 de Julho é uma forma de protesto e um ato de amor, um filme que se propõe a prestar suas homenagens às vítimas e resgatar o desejo de não permitir que tal ato se repita.

UTOYA – 22 DE JULHO

Diretor: Erik Poppe

Elenco: Berntzen Andrea, Aleksander Holmen, Solveig Koloen Birkland e mais

Ano de lançamento: 2018

Sinopse

No dia 22 de julho de 2011, a Noruega sofre dois ataques terroristas. Um carro-bomba é detonado próximo a prédios do governo em Oslo e, em seguida, um massacre ocorre em um acampamento na ilha de Utøya. Com o terror instaurado, a jovem Kaja une forças para encontrar sua irmã em meio ao caos. Indicado ao Urso de Ouro no Festival de Berlim.

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