Mansão Gallant foi o lançamento da renomada escritora V. E. Schwab em 2022. No Brasil, foi publicado pela Galera com tradução de Paula DiCarvalho.

Sobre o Livro

Presa em uma escola rígida para “garotas independentes”, Olivia Prior acha que está destinada a solidão de jardins cinzentos e espectros que desaparecem sob seu olhar; sua única lembrança de uma família é um velho e enigmático diário da mãe que nunca conheceu.

Ao receber uma carta inesperada de seu tio, a convidando para morar na Mansão Gallant, ela aceita pronta para encarar uma vida com mais respostas. A realidade na velha casa dos Prior, entretanto, não é o que esperava, não há uma recepção acalorada e sua aparição causa uma nova onda de preocupações em um lugar já tomado pela tragédia.


Minha Opinião

Abri Mansão Gallant um tanto receosa. Depois de um ano sendo afogada de elogios por A Vida Invisível de Addie LaRue, o lançamento mais recente de Schwab acabou decepcionando muitas pessoas por sua simplicidade. Ajustadas as expectativas, essa “simplicidade” acabou se revelando uma narrativa diferente para os padrões da autora, sim, mas também uma surpresa muito agradável.

Esse livro não é uma aventura de prender o fôlego ou vai te fazer refletir sobre a vida. A ideia é básica – uma pessoa que vê mortos, um diário estranho, casas com segredos – mas mais do que a promessa de coisas a acontecer, a jornada de Olivia é encantadora por sua atmosfera.

A mansão que aparece no título não é tão protagonista, mas acredito que os cenários são muito importantes para construir a identidade da história. Temos casas velhas grandes demais para os poucos moradores, jardins cinzentos com plantas que crescem descontroladamente, passagens secretas e um portão de ferro no meio do terreno, sem qualquer utilidade, mas que ninguém ousa tocar. Há uma mistura muito bem-feita de estranheza com normalidade que transmite um certo conforto para o leitor.

Essa sensação também está presente em seus personagens: a família Prior e seus funcionários fieis que fazem o possível para manter a normalidade de seus dias, a misteriosa mãe de Olivia com seus pensamentos sonhadores no diário, a própria protagonista, sem personalidade muito marcante, mas que se torna rapidamente familiar e agradável. Mesmo sabendo dos fantasmas nos corredores e embaixo das camas, e da ameaça por trás do portão no jardim, não é assustador ou tenso. A leitura flui como assistir um filme nostálgico, previsível e ainda sim imersivo.

Minha maior crítica neste que é um livro que pode ser considerado parado, é o conflito principal. A ideia em si é muito interessante, mas chega a ser grandiosa demais, não combina com a graça mundana de todos os outros elementos.

A parte da mãe de Olivia também se torna um pouco repetitiva, com literalmente frases do diário sendo lembradas diversas vezes, com o mesmo significado, mas nada irritante o suficiente para afastar o leitor.

No fim, Mansão Gallant é encantador por sua simplicidade. Perfeito para quem procura uma leitura leve e “cozy”, fãs de histórias como A Princesinha, Jardim Secreto e – fazendo uma comparação um pouco mais ambiciosa – de filmes do Studio Ghibli.

MANSÃO GALLANT

Autor: V. E. Schwab

Tradução: Paula DiCarvalho

Editora: Galera

Ano de publicação: 2022

Quando uma carta a convida para a Mansão Gallant, Olivia acredita que seus dias solitários acabaram. A família recém descoberta, entretanto, parece envolta em temores e segredos que ela terá que solucionar sozinha.

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