Publicado pela primeira vez em 2003 como “The Wee Free Men” pela Random House Children’s, Os Pequenos Homens Livres chega ao Brasil em 2016 pela Bertrand Brasil, ano seguinte ao falecimento do mais simpático criador de seres mágicos, Terry Pratchett.

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SOBRE O LIVRO:

O universo de Tiffany Dolorida e de todos os personagens fantásticos que a acompanham ao longo de nossa história é criado sob o aspecto de um romance infanto-juvenil ambientado em um mundo exageradamente fantástico. Durante a narrativa acompanhamos a jornada de garotinha de 9 anos que sonha em se tornar uma bruxa, seguindo os passos de sua falecida Vovó Dolorida.

As aventuras de Tiffany começam quando seu irmãozinho é raptado pela Rainha e é sua responsabilidade resgatá-lo. Para embarcar nessa jornada a garotinha conta com a ajuda dos pequenos Nac Mac Feegle, os pequenos homens livres. Os pequeninos homenzinhos azuis que a ajudam nessa empreitada são brigões, encrenqueiros, ladrões e vivem embriagados, o que sem dúvida é um aspecto no mínimo interessante em um mundo tão fantástico.

“Outro mundo está colidindo com este. Todos os monstros estão voltando.”

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Dispondo de um pequeno sapo e uma frigideira, ela enfrenta um dos maiores pesadelos que uma criança pode ter, que é não saber aonde acaba o mundo da fantasia e onde começa o mundo real. Sendo uma garota audaciosa e extremamente determinada Tiffany não consegue compreender como uma Rainha, de não se sabe o que, tem a audácia de roubar algo que lhe pertence. E agora ela está disposta a fazer o que for preciso par a reaver o pequeno garotinho.

MINHA OPINIÃO:

O mundo criado por Terry Pratchett é sem dúvida alguma bastante mágico, não por seus seres extraordinários e incomuns, mas ao contrário, por colocar os humanos como seres, no mínimo, estranhos. Os aspectos que o autor aborda são diferente de todas as fantasias que já tive a oportunidade de ler, desde as características da protagonista até os pequenos seres azuis de 15cm com força suficiente para levantar um homem adulto.

“Você deve saber de onde vem senhorita. Caso contrário, como saberá para onde vai?”

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A ideia convencional de um mundo delicado, príncipes, princesas e cavalos é algo bem distante do que realmente acontece no universo de nossa pequena garotinha. A conexão entre o mundo real e o mundo imaginário é feita de forma comum, o que torna toda a ideia do autor tão inovadora e brilhante.

O fato de Tiffany querer ser uma bruxa e não uma fada ou princesa já é um aspecto minimamente peculiar, principalmente considerando o quanto a pequena garotinha é astuta e inclinada a vivenciar “coisas estranhas” . Durante todo o discorrer da narrativa o autor parece querer mudar uma visão um tanto quanto ultrapassada do leitor e de todo o universo infanto-juvenil já relatado, onde bruxas são velhinhas cruéis com verrugas no nariz e corcundas enormes. Ao contrário, tornando-as seres incompreendidos. Terry Pratchett procura mudar não somente a visão de seu leitor quanto a seres fantásticos mas quanto aos seres de nosso próprio universo, ou seja, cada um de nós. Para ele os adultos não passam de criaturas supersticiosas, enquanto crianças, como Tiffany, tem toda a sabedoria destemida necessária para realmente viver.

Tiffany não é uma garotinha pequena e sensível, é uma menina de nove anos que trabalha na fabricação de queijos na humilde fazenda “arrendada” pelos Dolorida por gerações e gerações, e ainda assim toma conta de seu irmão mais novo e parte para aulas dadas na cidade sobre as disciplinas mais comuns e mais estranhas. Ainda assim é capaz de ser dona de um bom senso e uma sabedoria que encantam o leitor, e talvez até o faça se identificar com a menina, por ela ser tão diferente.

Tendo adorado o livro, acompanhar as aventuras de Tiffany ao longo dos próximos livros se tornou o meu mais novo compromisso. E o próximo livro, Um Chapéu Cheio de Céu, também já foi lançado!

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A fazenda da família Dolorida está com sérios problemas: monstros no rio, cavaleiros sem cabeça na estrada e o filho caçula sendo roubado pela Rainha das Fadas. Para trazê-lo de volta, Tiffany Dolorida precisará de toda sua força e determinação, além a ajuda bem-vinda de um clã turbulento de pequenos ladrões brigões e azuis, conhecidos como os Pequenos Homens Livres.

 

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