Para Depois Que Eu Partir é um livro da autora Heather McManamy, seu lançamento é de 2017 pela editora Universo dos Livros.

Sobre o Livro

Heather era uma mulher normal como muitas que conhecemos, trabalhava fora em um emprego que ela gostava relativamente e que ajudava a pagar as contas, era casada com o homem que amava e com ele havia tido uma filha incrível e que alegrava a casa e a vida como toda criança tem o dom de fazer. Eles acreditavam que teriam uma vida longa e feliz para viverem juntos, e por isso determinadas coisas eram deixadas de lado até que fosse extremamente necessário falar sobre elas ou vivenciá-las.

Isso mudou quando Heather descobriu um caroço no seio. O caroço responsável por retirar as duas mamas se transformou em um diagnóstico daquele que ninguém pensa em ouvir de um médico: não há cura. Nessas horas a palavra terminal mostra seu peso, e é comum a pessoa travar uma batalha em favor dos dias, que tendem a passar mais rápido a partir desse ultimato. Talvez tenha sido isso que surgiu na mente desta mulher, esposa, mãe e doente terminal quando seus exames mostraram que o câncer tinha se espalhado por praticamente todo o corpo. Ela teria em torno de 700 dias pela frente, então, o que fazer com eles?

“Esteja você prestes a morrer com a idade de 36, 66 ou 96, a vida sempre lhe parecerá muito curta se você não vivê-la de fato. Encontre a sua esperança. E nunca se esqueça de que cada dia conta.”

Em uma história que tem a morte como tema principal, a vida é celebrada em cada diálogo, em cada cartão que a protagonista escreve para a filha e em cada situação que compartilha com o leitor.  Para depois que eu partir é uma despedida em forma de livro, e uma história que sugere uma celebração da vida, de tudo o que ela oferece e de todos os dias que ainda nos restam.


Minha Opinião

Divertido e irônico são adjetivos que podem não combinar muito bem com um livro que fala, basicamente, sobre a morte.  Acontece que nesta obra eles se encaixam feito uma luva, pois a narrativa é exatamente assim do começo ao fim. Conhecemos pouco da Heather saudável, provavelmente porque o objetivo deste livro é justamente mostrar o enfrentamento da doença e das repercussões que ela causa na vida do doente e de quem se relaciona com ele, e ainda assim sentimos uma energia super positiva conforme avançamos na narrativa.

Os capítulos são curtos e muito objetivos, começando sempre com um recado direcionado para uma situação específica na vida de Brianna, filha da protagonista. Foi por ela, na verdade, que surgiu a ideia deste livro: Heather queria poder estar presente na vida da menina, mesmo após ter morrido. Ela queria poder oferecer uma espécie de conforto de mãe em momentos cruciais da vida da filha, da infância à vida adulta. Neste caso, por que não deixar recadinhos anotados e que pudessem ser lidos nas mais variadas situações?

“Eu ainda estou me segurando firme, embora, às vezes, nas descidas mais íngremes, solte as mãos corajosamente e as erga no ar… só porque a vida é mais legal desse jeito.”

De coração partido até a aposentadoria, Heather queria poder deixar sua contribuição e por isso resolveu escrever bilhetinhos que seriam entregues para a filha nos momentos adequados, alguns escolhidos pela protagonista e outros que ficariam a critério do pai, o guardião desses registros. Essa ideia deu forma ao livro, escrito com uma linguagem muito simples e que remete a uma conversa informal que temos com uma pessoa querida. A autora fala sobre os problemas que enfrentou, que não foram poucos, mas fala principalmente sobre todas as maneiras que encontrou para aproveitar cada dia como se fosse o último.

Quais são as suas prioridades hoje? Essa história, real e auto biográfica, nos faz constantemente esta pergunta enquanto retrata a vida de uma mulher que precisou se reinventar e se reorganizar para viver uma vida inteira em dois anos. Do que abriu mão e do que fez questão de manter para aproveitar seus dias da maneira mais plena possível. E não pensem que neste caso estamos falando somente das coisas legais ou das loucuras que deixamos de cometer por medo das consequências ou da opinião alheia; a autora deixa claro que a vida pode ser melhor aproveitada inclusive quando nos permitimos vivenciar  a parte ruim, entrar em contato com o sentimentos que causam sofrimento, fazer as pazes com o que faz doer e incomoda.

“Agora que você está terminando o livro, por favor, faça-me um favor: deixe o livro de lado e tome alguns minutos dessa frágil montanha-russa chamada vida. Como? Faça algo que você sempre quis fazer, mas nunca tentou. Dê um abraço inesperado em alguém. Vá ver o por do sol. Ligue ou mande uma mensagem para alguém com quem você não fala há algum tempo. Faça as pazes com as pessoas. Viva. Ria. Ame. Muito.”

Isso porque não tem problema reconhecer que não somos sempre fortes, ou bonitos, ou saudáveis. Tudo bem chorar até a barriga doer ou sentir a angústia que surge quando perdemos o controle das coisas. Tudo bem porque esses são sentimentos ou situações que, mesmo surgindo de maneira negativa, contribuem para nos transformar em quem somos. Fazem sentido porque enriquecem o outro lado e nos fazem aproveitar mais os bons momentos quando eles chegam – ou pelo mesmo essa é a proposta, conhecer o lado ruim para ser capaz de aproveitar o bom quando ele surgir.

Se o objetivo é conhecer uma história real, contata por uma mulher comum, mas capaz de tocar os mais diferentes tipos de corações, Para depois que eu partir é a dica de hoje. Este livro é uma oportunidade para falar sobre a morte mas é,  principalmente, um convite para celebrar a vida. Independente do tempo que ela durar.

PARA DEPOIS QUE EU PARTIR

Autor: Heather McManamy

Editora: Universo dos Livros

Ano de publicação: 2017

Com trinta e cinco anos, após ser diagnosticada com câncer de mama em estágio terminal, Heather McManamy sentiu como se sua vida estivesse desmoronando. Sua rotina virou de cabeça para baixo e foi substituída por várias cirurgias e dezenas de sessões de quimioterapia que poderiam estender um pouco mais sua vida, mas não impedir a morte iminente. Com espírito vivaz e uma nova perspectiva, Heather começou a experimentar cada dia como se fosse o último. Ela aprendeu a aproveitar cada momento, apreciar a beleza ao seu redor e agradecer por suas bênçãos. Ponderou também a respeito da jornada futura de sua filha sem a mãe e, com dignidade, fez os preparativos para isso. Heather começou a escrever mensagens comemorativas para a filha, Brianna, com quatro anos na época. Mensagens para o seu primeiro dia de escola, para o seu aniversário de dezesseis anos, para o dia de seu casamento. Mensagens para quando as coisas estivessem indo bem e para quando não estivessem. Mensagens para quando Brianna precisasse de sua mãe – fosse dali a cinco ou a cinquenta anos – e Heather já não estivesse mais lá para lhe dar apoio.

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