Escape of The Seven (2023) | Crítica

Escape of The Seven é um lançamento de 2023 de Kim Soon-ok, criadora do sucesso Penthouse. No elenco estão Um Ki-joon, Hwang Jung-eum, Lee Joon e Lee Yu-bin. Está disponível no Brasil pelo Viki e com uma segunda temporada prometida para 2024.

Da-mi (Jung La-El), uma adolescente comum, é usada como bode expiatório de pessoas poderosas e se torna o assunto mais popular da Coreia do Sul por causa de uma série de acusações falsas. A severidade da situação aumenta e a garota é dada como desaparecida.

No presente, as sete pessoas responsáveis pela tragédia conquistaram o sucesso e poder que desejavam. Entretanto, o surgimento de uma figura misteriosa que sabe todos seus segredos ameaça sua paz e eles são forçados a se unir novamente, se afundando cada vez mais em mentiras e crimes.

Não tendo conseguido assistir Penthouse durante o lançamento, fui para Escape of The Seven pronta para descobrir qual a magia da criadora que conquistou tanto os espectadores. Isso fica óbvio desde o primeiro episódio:

A série causa reações viscerais no espectador nos primeiros episódios e confesso que a injustiça e frustração foi tanta que só não abandonei por desejo de ver esses vilões serem punidos. Quando chegamos ao ponto que a sinopse apresenta, no entanto, se afasta da proposta de ser uma série de vingança, priorizando escalar o drama a níveis mirabolantes.

No início, houve um esforço para construir os personagens, mas uma vez na linha do tempo principal, é como se os sete tivessem se tornado cascas, seguindo na história com uma característica relevante: o que tem a perder. Mais do que milionários problemáticos com tempo demais nas mãos, o que chama a atenção inicialmente é a crueldade natural dos personagens principais, e é decepcionante ver isso sendo deixado de lado a favor de um ritmo louco.

Os protagonistas são uma mistura genérica de membros de organizações criminosas, profissionais corruptos, um coitado que “no fundo tem um bom coração” e pessoas com fome de poder. Os secundários são mais fáceis de gostar, não só por terem atitudes menos terríveis, mas seus propósitos são simples e bem executados.

Não há nada de complexo na história, talvez seja esse seu maior mérito: apesar dos muitos personagens e acontecimentos importantes, consegue expor todos os pontos de forma clara, sabendo dar dicas o suficiente para que o espectador entenda e deixando uma margem considerável para surpresas coerentes.

É compreensível que uma série dramática precise de certas reviravoltas sejam necessárias para manter o entretenimento, porém, Escape of the Seven usa esse artifício até demais. Em certo ponto, os plot twists perdem o impacto, parece óbvio que sempre haja “algo a mais” mesmo que em um primeiro momento nós não percebemos essa peça que faltava.

Depois da seriedade dos assuntos levantados nos primeiros episódios, cria uma expectativa que não se concretiza. Ninguém escolhe assistir essa série pensando em torcer pelos personagens principais. Redenção ou nuance de moralidade é possível e pode ser bem-feita em produções menos focadas em surpresas, mas em Escape of The Seven é decepcionante como escolhe mudar o foco para missões extras ao invés da punição dessas pessoas horríveis.

A respeito da necessidade de uma continuação: o conflito principal não se resolve. O último episódio não acaba seguindo um plano inteligente cuidadosamente costurado ao longo da temporada, mas seguindo acontecimentos quase que acidentais que mantem a série no mesmo status para poderem fazer uma segunda temporada.

É verdade para toda a série dizer que muitas coisas acontecem, mas pouquíssimas mudam de verdade; suponho que é isso que irá continuar acontecendo na segunda temporada e por quantas temporadas eles conseguirem captar o público até que se cansem.

Para os que quiserem se aventurar, estejam prontos para uma história que não se leva a sério, com riscos que só parecem altos, tecnologias convenientes e, principalmente, para passar raiva. Escape of the Seven é para os amantes de drama que não se importam com o caos, que procuram uma história agitada ao invés de uma que se aprofunda nas questões dos personagens e vingança.