Tem dia que apenas queremos algo rápido e não que nos tome semanas de dedicação. Nessas horas a melhor pedida é um livro de contos.

Fiz um projeto pessoal de ler o máximo de contos que eu pudesse, pois estava numa enorme ressaca literária e com muita dificuldade de concentração. Parecia impossível, naquele momento, ler algo com mais de 50 páginas.

Durante esse processo li contos excelentes e outros horríveis, alguns nem consegui concluir de tão ruins. Isso me fez refletir sobre o motivo de lermos poucos contos e como muitas pessoas não gostam desse gênero literário. Será que apenas escolheram autores que são contistas ruins?

Assim, resolvi fazer esse post para indicar os 6 contos mais marcantes que li nos últimos 12 meses. Vamos lá!


Porquinhos são porquinhos – Ellis Paker Butler

É um conto que poderia ter sido escrito por qualquer brasileiro. Nele um passageiro se recusa a pagar uma tarifa mais alta pois o fiscal entende que o animalzinho transportado não é doméstico, ou seja, um pet e, portanto, a tarifa cobrada seria a de animais em geral.

O bichinho acaba apreendido e o passageiro turrão faz uma reclamação. Mas a burocracia torna tudo mais demorado e quando tudo se esclarece e a cobrança é fixada, o antigo passageiro já não mora no local informado. Mas um problema enorme e hilário que você só descobrirá lendo.

Esse conto se tornou um dos meus favoritos, os personagens são bem construídos, a história é simples e bem contada com momentos divertidíssimos.

O Bebê de Désirée – Kate Chopin

Um casal apaixonado tem um filho que possui cor de pele diferente de ambos além de determinados traços. O marido logo percebe e acha que foi traído ou que a mulher escondeu sua ascendência.

A jovem tão feliz sequer percebeu as suspeitas do marido até ser confrontada.

Uma história de cortar o coração e que deixa o leitor indignado com o racismo e a hipocrisia.

O chamado de Cthulhu – H. P. Lovecraft

Embora o autor seja um sujeito complicado é inegável que ele construía ótimas histórias que prendem o leitor do início ao fim. Em O chamado de Cthulhu não é diferente.

Temos um personagem que acaba descobrindo um culto secreto que adora uma entidade que está presa nas profundezas do oceano aguardando o momento certo para sair de sua prisão e provocar o apocalipse.

Vamos juntando o quebra cabeça ao mesmo tempo que esses personagem descobre documentos, testemunhas e pessoas que tiveram contato com os membros do culto.

O perigo é iminente e não sabemos se o protagonista terá o mesmo fim dos demais.

O suspense é muito bem construído e ficamos presos desde a primeira palavra. Um leitor atento percebe o racismo implícito pela descrição dos membros do culto e pela forma que o culto é prestado.

O Saco de Areia – Baronesa de Orczy

Uma mulher rica acaba assassinada na própria casa. Não há pistas e qualquer um poderia ter cometido o crime (parentes, agregados, empregados ou inimigos). Não tem como dizer mais, pois o conto é curto e seria fácil contar algum spoiler.

Um excelente conto de suspense que lembra Agatha Christie e Arthur Connan Doyle.

Julgada Por Seus Pares – Susan Glaspell

É um conto em que o que não foi contado perturba mais do que o que foi dito.

Aqui o antigo xerife, homem muito respeitado, é morto aparentemente pela própria esposa.

Os oficias ficam em dúvida se uma mulher seria capaz de dar cabo a vida daquele homem, mas se não encontrarem o culpado, o melhor é encontrar qualquer um para ser acusado.

Algumas mulheres, conhecidas da suposta assassina, são chamadas para ver o local e tentar descobrir algo que incrimine-a.

Ao serem deixadas sozinhas acabam percebendo como aquela esposa sofreu naquela casa tão afastada, com um marido avarento e frio, sem filhos a quem pudesse dedicar seu amor e ter um pouco de conforto.

Por fim, acabam descobrindo uma possível motivação e precisam decidir se vão entregar essa informação aos oficiais.

No Mar – Guy de Maupassant

Esse é um conto que causa mal estar. Aqui dois irmãos saem junto com a tripulação de uma embarcação. Um dos irmãos acaba preso na rede e o outro, que é o dono se recusa a cortar a rede para liberá-lo, já que não quer ter prejuízo.

É um conto que deixa um sabor amargo na boca. Impossível não sentir a mesma angustia do irmão preso na rede e os demais tripulantes que ficam entre salvar um e obedecer a outro.

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