Gostaria de avisar logo de ante mão que esse é um post com mais spoilers do que é possível contar, então, caso você não queira receber o spoiler, please, pule o post (:

Essa foi uma das raras vezes na vida em que eu tendo a oportunidade de ler o livro ou ver o filme eu optei por ver o filme primeiro. Sou dessas loucas por livros que tem dificuldade em gostar das adaptações cinematográficas, apesar de ultimamente ter sido positivamente surpreendida. quando fiz meu primeiro vídeo no canal do blog, uma menina comentou e pediu que eu resenhasse esse livro, porém na época todos os exemplares estavam esgotados e eu acabei desistindo de procurar. Porém, um pouco antes de ele estrear no cinema, o livro pipocou em todos os lugares e, diferente do que eu costumo fazer, resolvi ver o filme primeiro.

Pra quem é alienado do universo e não ouviu falar desse livro/filme, a história base é a seguinte: Mia é um violoncelista que se envolve com o Adam, um garoto um ano mais velho, popular, que tem uma banda e, um belo dia, ao sair de carro com sua família, sofre um acidente e acorda “espiritualmente” fora de seu corpo, somente vendo o que acontece sem poder interferir. A verdadeira Mia está em coma e a beira da morte. Parece clichê né? É, e não é.

Vi muita gente comparando o filme com A Culpa é das Estrelas e, para vocês que não lêem e só sabem criticar sem conhecimentos, esse livro saiu 3 anos antes do best seller do John Green, e teve seus direitos imediatamente comprados. Por problemas e demorar normais da indústria cinematográfica, o filme só se concretizou esse ano e acabou ganhando esse estigma de “cópia”. O norte da “doença” até pode trazer a semelhança a memória, mas pra mim, os dois livros são completamente diferentes (até porque ela não está doente, e sim em coma). Agora todo livro que envolve um casal, e é triste vai ser cópia do livro do João Verde? Não né, use o bom senso.

Eu vi o filme, gostei, me emocionei, chorei (mais que em A Culpa é das Estrelas) e sai bastante satisfeita do cinema. Dai eu fui ler o livro e a casa meio que caiu. Não que seja ruim ou algo assim, mas pra mim, as diferenças foram tão gritantes que me doeu um pouco. Me entendam bem. O filme ficou bom, e tem até algumas coisas melhores que o livro, mas parece que eu estava lendo um livro com a mesma temática, mas não o MESMO livro do filme. Será que deu pra entender?

“Tive decepções, já me senti solitária, decepcionada, enraivecida e todas aquelas coisas ruins que todo mundo sente. Mas, em se tratando de sofrimento de verdade, fui poupada. Nunca fui forte o suficiente para enfrentar tudo o que teria que enfrentar se eu decidisse ficar.”

A ÚNICA COISA que me irritou no filme é o fato de ela correr de um lado para o outro desesperadamente em nem sei quantas cenas. Do meio para o fim eu já estava prevendo os momentos onde ela ia sair correndo. E no livro ela não faz isso. Então, nesse quesito, ponto pro livro.

Conhecendo um pouco mais sobre a história de Se Eu Ficar

A breve sinopse do livro que fiz ali em cima não faz jus a quantidade de coisas que o livro conta. O pai e a mãe de Mia eram rockeiros, e ela não foi uma gravidez planejada, então ela cresceu em meio ao mundo do rock e aos chows frenéticos de seu pai. Aos sete anos Mia descobre o violoncelo, e se apaixona pelo instrumento. Ela não toca para alcançar um objetivo, mas por prazer e isso toca a todos ao seu redor. Logo a mãe fica grávida de Teddy, seu irmão mais novo e o pai, sentindo a responsabilidade larga a banda para se tornar professor. Mia sempre se achou uma forasteira na família, pois era diferente tanto fisicamente como em gostos musicais e comportamento.

Quando ela está no segundo ano do colegial, Adam, um garoto popular que tinha uma banda e já era bastante conhecido na cidade se aproxima dela, através da música e os dois começam a desenvolver uma relação. Ela não entende o que ele vê nela e tem muitas dúvidas, mas a relação dos dois progride e eles acabam por namorar.

Os conflitos começam a aparece quando Adam se forma, pois é um ano mais velho que ela, e sai em turnê com a banda, que começa a fazer sucesso. Mia é entusiasmada pela avó a fazer uma audição para Julliard, a maior e mais famosa escola de música dos Estados Unidos, e o simples fato de ela ter que se mudar para o outro lado do país gera uma série de desentendimentos entre os dois. Além do fato de ambos viverem em universos diferentes. Mia é quieta e introspectiva. Adam é popular e tem muitos amigos.

Ela é chamada para fazer a audição em Julliard, se sai muito bem e está a espera da carta de resposta, quando um dia sai para passear com os pais e o irmão e eles se vêem envolvidos em um grave acidente de carro. Mia acorda na cena do acidente, fora de seu corpo e vê toda a cena. Indo ao hospital ela consegue apenas ver e ouvir as pessoas, mas não consegue agir nem voltar para seu corpo, para acordar. Orfã de mãe e pai e com o irmão morto, Mia não sabe se quer ficar ou se quer partir, e os amigos e familiares restantes tentam de tudo para que ela acorde o mais rápido possível.

“Teddy nunca vai passar do T-ball para o baisebol. Nunca vai ter um bigode. Nunca vai entrar numa briga ou caçar um cervo, nem beijar uma garota, nem fazer sexo, nem se apaixonar, nem casar e ser pai de uma criança com cachinhos dourados.”

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As Grandes diferenças entre o livro e o filme

  • No começo do filme Mia e Adam estão terminados a dois meses, porém no livro isso não acontece, tanto que na noite do dia do acidente ela planejava ir ver o show deles.
  • O nome da banda do Adam mudou do livro para o filme por questões de direitos autorais. é completamente compreensível, porém ainda assim, decepcionante.
  • A história dela com a Kim. A Kim é a melhor amiga da Mia, e no filme nós temos pouco da história pessoal das duas. eles mostram muitas cenas aleatórias, de momentos específicos da vida dela, e a história contada no livro, sobre a briga das duas e como elas realmente se tornaram amigas é tão bacana e divertida que deveria ter ganhado destaque no filme.
  • A Kim e o Adam não são amigos no livro, eles apenas se aguentam, por causa da Mia, e o que realmente os une e faz com que se tornem amigos é o acidente.
  • A cena da picada de abelha, onde o Adam chupa o ferrão e o veneno da mão da Mia, no livro a cena é o Adam sendo picado e o pai da Mia, chupando o ferrão e veneno. Eu acho que se eles não tivessem mudado isso, teria ficado mil vezes mais engraçado.
  • Eles nem de perto no livro brigam tanto quanto eles brigam no filme.
  • No filme ela só descobre que os pais morreram um tempão depois que ela já está no hospital, enquanto que no livro, logo que ela acorda na cena do acidente ela vê os pais mortos e descreve bem bruscamente a situação em que os corpos deles estão.
  • Ela está imensamente mais machucada no livro do que no filme. Inclusive, no livro, dizem que ela vai precisar de uma plástica no rosto, para corrigir ps ferimentos que sofreu, e no filme ela está impecável deitadinha na cama do hospital.
  • No filme ela e o irmão ficam internados no mesmo hospital, no livro ele está em outro, e é quando a amiga que está com ele no outro hospital aparece é que ela se da conta que o Teddy também se foi.
  • Somente essa informação explica de porque no livro ELA NÃO CORRE QUE NEM LOUCA DE UM LADO PARA O OUTRO.
  • A forma de distração que o Adam tenta para ver ela também é bem diferente entre livro e filme.
  • E talvez, o que mais me decepcionou foi o seguinte: No filme a cena que eu achei mais emocionante foi quando o avô dela conta que o verdadeiro motivo de o pai dela ter largado a banda e vendido a bateria dele não foi porque o Teddy ia nascer, mas sim porque ele precisava do dinheiro da venda da bateria para comprar para ela o seu primeiro violoncelo. E sério, eu me debulhei em lágrimas. Dai, lendo o livro, isso não é uma verdade. O pai de Mia realmente largou a banda que tocava para ser um melhor pai e AINDA TEM a bateria guardada, inclusive tem um trecho no livro onde o Teddy está tocando a bendita bateria um pouco antes de eles saírem de carro na manhã do acidente.

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Como falei, gostei tanto do filme quanto do livro, fiquei apenas receosa ao ler o livro e notar as imensas diferenças, mas fiquei satisfeita em também reparar que mesmo com discrepâncias o filme soube usar da emoção para comover a todos e apresentou um resultado bem positivo. Diferente do livro que é um pouco mais “bruto” o filme é mais sutil com as cenas do acidente ou das situação do corpo da Mia no hospital.

Se Eu Ficar é da autora Gayle Forman, foi publicado em 2009 e foi publicado aqui no Brasil pela Novo Conceito. Tem 200 páginas e é super rápido de ler! Eu achei a Chloë Moretz e o Jamie Blackley perfeito para o papel, ela é tão meiga que dá vontade de apertar <3 E ele não é bonito demais e é talentoso, pois no filme é ele mesmo quem canta e toca as músicas.

E a música! Nesse livro ela não é complementar, a música é quase um terceiro protagonista, porque é ela que move as coisas e as pessoas e é tão bonito ver o quanto ela é importante para as pessoas. E a trilha sonora está bem bacana também ;D

Você leu o livro, viu o filme? O que achou?

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SE EU FICAR

Autor: Gayle Forman

Editora: Novo Conceito

Ano de publicação: 2013

A última coisa de que Mia se lembra é a música. Depois do acidente, ela ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do carro de seus pais mas não sente nada. Tudo o que ela pode fazer é assistir ao esforço dos médicos para salvar sua vida, enquanto seus amigos e parentes aguardam na sala de espera… e o seu amor luta para ficar perto dela. Pelas próximas 24 horas, Mia precisa compreender o que aconteceu antes do acidente e também o que aconteceu depois. Ela sabe que precisa fazer a escolha mais difícil de todas.

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