Alguns filmes duram bem mais do que o tempo de tela. Eles se instalam na cabeça e não desgrudam até chegarmos no que achamos pode ser uma conclusão. São filmes divertidos de se assistir em grupo, para ir trocando interpretações durante e depois de assistir.

Os exemplos mais clássicos são as histórias de viagem no tempo, ou aqueles com os plot twists mais famosos que se tornam referências da cultura pop geral. Aqui separei três dicas mais recentes para já estourar a pipoca, juntar os amigos e separar um papel para desenhar as suas teorias.


ANATOMIA DE UMA QUEDA (2023)

O longa francês de Justine Triet acompanha o julgamento de uma mulher acusada da morte do marido em sua cabana totalmente isolada nos Alpes. O caso toma a mídia, leva meses no tribunal e rasga aspectos pessoais de sua vida, botando em cheque seu caráter, suas decisões e sua relação com o filho.

Anatomia de Uma Queda é um filme tenso, imersivo, que te mantém duvidando de tudo a cada segundo. Perfeito para quem gosta de filmes de tribunal, mas também para quem curte uma boa trama psicológica. A história é cheia de reviravoltas, mas não deixa de lado complexidades: o relacionamento difícil entre Sandra e o marido, que vai se revelando aos poucos, os múltiplos relatos enviesados, e, acima de tudo, a crítica social. Afinal, é difícil imaginar o julgamento de um homem se tornando tão pessoal, com especulações sobre sentimentos e aspectos totalmente privados de sua vida sendo jogadas a público.

E esse é um longa tão brilhante em sua construção de narrativa que tudo parece real. Foi impossível assistir de forma passiva: me envolvi, me indignei, questionei. E o final é o grande arremate para manter Anatomia de uma queda nos pensamentos por muito tempo.

A CHEGADA (2016)

Na obra com direção de Denis Villeneuve, estreada por Amy Adams e Jeremy Renner, uma linguista e um físico são convidados a adentrar a equipe que liderará o contato com aliens que silenciosamente aportaram em diversas localidades do mundo.

A ficção científica já é, por si só, um gênero que costuma ficar ecoando na cabeça do telespectador. Agora junte aliens a discussões culturais, sociológicas e políticas, em uma narrativa de construção lenta ao melhor estilo quebra-cabeça. O resultado é um filme inesquecível, daqueles para assistir em grupo, pausando para teorizar.

A atuação excepcional de Amy Adams junto à fotografia te levam para dentro do coração e da mente da protagonista, Louise. Mas lógico que o que ainda me faz pensar aleatoriamente sobre esse filme meses depois de ter assistido, a melhor parte, é um grande spoiler. Basta dizer que A Chegada emociona e intriga a cada segundo.

VIVA: A VIDA É UMA FESTA (2017)

Um dos filmes mais emocionantes da Disney e uma das maiores bilheterias, Viva: A Vida é Uma Festa traz o protagonista Miguel, um menininho que sonha se tornar músico apesar da proibição direta de sua avó. Decidido a encontrar seu tataravô, um famoso cantor, atrás de apoio em sua aspiração, Miguel acaba se envolvendo uma louca aventura além da vida, no Reino de Los Muertos.

Que bom que essa história gruda no cérebro, porque, senão, haja lencinhos para reassistir. Diferente dos outros filmes dessa lista, Viva é universal e atemporal na sua mensagem, muito mais do que na trama. Sim, temos um plot twist aqui, bem ao estilo Disney-Pixar. No entanto, não é ele que abala nossas estruturas.

Família, tradição, perdão. É impossível sair dessa história sem refletir sobre pequenos rancores e a proporção que eles podem tomar. Isso sem falar no teste de imaginação que é pensar sobre o além-vida, e o final do longa, que é emocionante até na memória (a ironia com a trilha Lembre de mim, ganhadora do Oscar de Melhor Canção Original, não é perdida aqui).

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