Em 2015, uma das minhas metas literárias foi ler Os Miseráveis do Victor Hugo, porém todo o acompanhamento da leitura ocorreu somente no canal. Então, hoje vim aqui no blog contar um pouquinho sobre como foi essa experiência, e deixar a playlist com os três vídeos de update, para quem tiver interesse de ver como foi meu progresso de leitura e meus sentimentos com relação ao livro, de forma mais detalhada.

A primeira coisa que acho importante mencionar é que, apesar do tamanho assustar, a leitura fluiu muito bem e essa edição da Cosac Naify ajuda muito. As páginas são menores, a letra tem um tamanho bom, e há muitas notas de rodapé para complementar a leitura. Quando eu estava para comprar, cogitei a versão da Martin Claret, que é um único volume, e hoje sei que tomei a decisão certa, já que esse dois volumes da Cosac são leves e você pode até carregar na bolsa, pois não pesa.

Eu confesso que protelei o início da leitura de medo de não dar conta ou não gostar, porém, já adianto que Os Miseráveis foi uma das minhas melhores leituras de 2015 e sei que aconteceu na hora certa. Além da quantidade de páginas, ser um clássico também assustava. Eu não tinha tido uma experiência muito positiva com as outras leituras de clássicos que havia feito durante o ano, porém esse livro veio para quebrar esse ritmo.

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Mais do que uma obra sobre a França ou sobre os pobres, Os Miseráveis é uma obra sobre a vida e sobre as pessoas. A denominação “Miseráveis” compreende quase todo mundo, já que a miséria pode não estar somente no bolso, mas também na alma. Todos os personagens que conhecemos nesta obra tem alguma lição para nos ensinar, e se você estiver de olhos e mente aberta, vai absorver e o livro vai tocar você. Apesar de termos protagonistas com Jean Valjean e Cossette, a história deles serve apenas para ilustrar algo central. A trama de Os Miseráveis não é uma história sobre esses personagens, é sobre todos nós, todos os miseráveis do mundo.

Há muitas reflexões no livro sobre pobreza, política, religião, certo e errado, tudo inserido no momento correto, levando o leitor a divagar junto com Victor Hugo sobre essas coisas. As vezes, o próprio autor foge da história e começa a falar sobre fatos históricos ou coisas que vão além, complementando ainda mais a trama.

Se você não é acostumado a obras mais densas eu não recomendaria esse livro para começar. Acho que é preciso primeiro pegar gosto pela coisa, pra depois aproveitar essa obra como ela merece. Acredito que Os Miseráveis é um livro que tem hora para ser lido é preciso que você se sinta confiante pra isso.

Minha leitura demorou dois meses, com outros livros sendo lidos de forma simultânea. Quando a obra tem muitas páginas e é muito densa, eu sempre recomendo a leitura semanal em paralelo com outras obras mais leves e curtas, para que você não se sinta desmotivado, por as páginas não estarem andando tão rápido. Eu lia algumas centenas de páginas por semana, normalmente no sábado ou domingo, e durante a semana, quando a cabeça estava mais cansada do trabalho, aproveitava para dar andamento em outro livros que queria ler.

Esse ano estão rolando vários projetos de leitura de Os Miseráveis e, se você tem interesse, ainda dá tempo de começar, já que ainda estamos em janeiro. O livro, que já ganhou adaptações para o cinema, tem tudo para encantá-lo, se você estiver aberto pra isso.

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Edição comemorativa do bicentenário de Victor Hugo (1802-1885), em tradução inteiramente revista e adequada à leitura contemporânea. Esse tratamento e a edição com 816 notas de pé de página, elucidativas do contexto histórico e cultural da França no século XIX, fazem desta a versão definitiva da obra em português. Hugo narrou seu romance magistral numa linguagem que representou para a literatura “o mesmo que a Revolução Francesa na História”, segundo o crítico Sérgio Paulo Rouanet. O fio condutor é o personagem de Jean Valjean, que, por roubar um pão para alimentar a família, é preso e passa dezenove anos encarcerado. Solto, mas repudiado socialmente, é acolhido por um bispo. O encontro transforma radicalmente sua vida e, após mudar de nome, Valjean prospera como negociante de vidrilhos, até que novos acontecimentos o reconduzem ao calabouço.

 

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