A Outra Casa faz parte da série Silling, de Sophie Hannah, publicado em 2016 pela Editora Rocco.

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SOBRE O LIVRO

Tarde da noite, Connie resolve fazer uma visita a um site imobiliário para um tour online pela casa de número 11 – Bentley Grove, Cambridge. Mas algo inexplicável acontece. Quando as imagens mostram a sala de estar ela vê algo horrível: o corpo de uma mulher sobre uma poça de sangue. Diante daquela visão assustadora, Connie grita pelo marido e o arrasta até o escritório para que ela não fique sozinha, mas quando Kit toma o lugar da esposa frente ao computador, nem a mulher nem o sangue, estão lá.

É então que ela procura Simon Waterhouse, um detetive a quem fora apresentada por sua terapeuta, Alice, que aparentemente conhecia o homem a ponto de confiar que ele a ouviria. Para a aflição de Connie, Simon está em lua de mel. Assim, quem assume o caso de Connie é Sam Kombothekra, colega e parceiro de Simon.

Durante parte de sua vida como detetive, Sam sempre se perguntou como Simon era capaz de resolver os casos mais absurdos e em como sempre fazia aparecer uma explicação óbvia, por mais que os outros não tenham sequer pensado na possibilidade. Simon, com certeza daria à mulher o benefício da dúvida e aceitaria o caso, e então, era o que ele devia fazer, mesmo que não acreditasse em Connie Boskill.

“A ideia de alguém colocar a imagem de um corpo morto no site da imobiliária era risível. Mais que maluca. Em sua mente, Sam ouviu Simon dizer: “Maluquice não precisa significar invenção. A insanidade é tão real quanto a sanidade…”

Quando não consegue entrar em contato com a dona da casa em questão, a Dra. Selina Gane, o detetive Kombothekra fica intrigado e aumenta suas suspeitas de que existem muito mais fatos desconhecidos e peculiares rondando a família Boskill e toda a história. O que ele, nem nenhum dos outros detetives sabem é que Connie não havia procurado pela casa por acaso, já há meses ela estava obcecada, desde que encontrou o endereço no GPS do carro do marido como “CASA”. Kit afirma não saber como ele foi parar lá e Connie tem certeza de que ele está escondendo algo dela: provavelmente uma outra vida e uma outra mulher.


MINHA OPINIÃO

Na verdade, não sei por onde começar, pois não sei se seria adequado sentir raiva por não ter desconfiado do desfecho da história até os momentos finais, ou se preciso dizer que um bom trabalho foi feito exatamente por isso, e, quem sabe, as duas coisas. As “evidências policiais” colocadas ao final de quase todos capítulos, as quais muito me ative, talvez tenha contribuído para uma ideia completamente diferente, talvez eu tenha me afeiçoado de uma forma intensa aos personagens, ou julgado alguns de forma errada. O que quero dizer é que toda a trama é construída para isso! Fazer você pensar, se convencer do contrário daquilo que realmente aconteceu.

Em alguns momentos não conseguia largar a leitura, queria sempre descobrir logo qual seria o fim de toda aquela teia de acontecimentos. Em alguns momentos a história fica um pouco lenta, acredito que por ser narrada em locais diferentes, por mais de um narrador e tendo três histórias entrelaçadas, mas depois isso não foi um problema, a escrita da autora é fluida e muito convincente. Faz com que você não queira sair dali, de dentro daquela “casa” que ela construiu.

A protagonista, Connie, talvez, possa ser mal interpretada por um pré-julgamento, afinal, desde o princípio somos levados a achar que ela é a louca, descontrolada. No entanto, talvez possa ter muito a nos ensinar, fazer com que reflitamos sobre nossos medos, “paranoias”, e se realmente tudo aquilo em que acreditamos é real, ou só existem mesmo em nossas mentes, como uma espécie de fuga, uma explicação. Connie é aparentemente uma pessoa insegura que já teve alguns problemas psicológicos anteriormente, e isso contribui para que nem o marido nem a família acreditem nela. Afinal, por que alguém colocaria a foto de uma mulher morta na internet, em uma casa que supostamente quer vender?

A equipe de detetives que Sophie criou me remeteu a Agatha Cristie, com Simon sendo o seu brilhante detetive Hercule Poirot, vivendo em tempos modernos, o que achei de certa forma, genial.

“Medo sem nada concreto a que se ligar é cem vezes pior que medo com uma causa sólida.”

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Acredito que como todo bom suspense, não devemos fazer muitos comentários a seu respeito, mas deixar com que cada um que se aventure pela história tire suas conclusões, se decepcione com elas e depois fique surpreso com aquela que a autora criou, o que na minha opinião, é a melhor parte.

Apesar de ser o sexto livro de uma série e de que a equipe de detetives é comum a todos os livros, pode ser lido como um stand alone, já que não existem ligações ou referências, sendo cada um uma história separada e bem fechada. A edição tem páginas amareladas e letras em tamanho confortável, além de imagens de “evidências policiais” ao final de cada capítulo, o que faz com que pareça que uma investigação está realmente sendo feita.

Espero que a editora Rocco nos presenteie com todos os livros da série, já estou ansiosa por mais mistérios, tanto quanto o detetive Simon, se é que isso é possível.

 

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A OUTRA CASA

Autor:Sophie Hannah

Editora:Editora Rocco

Ano de publicação:2016

Simon e Charlie estão em lua de mel e sua intenção é manter sigilo absoluto de seu paradeiro. O investigador Sam Kombothekra, porém, prevê que o misterioso caso que envolve o casal Connie e Kit Boskill e um corpo de mulher revelado em circunstâncias inusitadas terá de contar com a astúcia de seu habitual parceiro, o detetive Simon Watherhouse, para ser resolvido.

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