Garotas Tristes é da escritora Lang Leav e foi lançado pela Globo Alt em 2018.

Sobre o livro

A jovem Audrey cometeu um grave erro, uma mentira contada por ela no calor do momento para as duas amigas, Candela e Lucy, pode ter levado uma menina a cometer suicídio. Ana cortou os pulsos e sangrou até a morte.  Agora Audrey precisa carregar esse peso e guardar um segredo que a está consumindo.

Como se já não bastasse todos os problemas que ela está enfrentando, com ataques de pânico e crises de ansiedade, ela acabou se envolvendo emocionalmente com Rad, que era namorado de Ana. Neste momento sua vida passará por uma dolorosa mudança. Lidando com as dificuldades encontradas nas provas finais, no relacionamento conturbado que ela tem com a mãe, com as duas amigas que também passam por dificuldades e todas as mudanças que acontecem na vida dos jovens ao sair do ensino médio e, muitas vezes, de casa.

“Não tenho dúvida de que o início súbito da minha ansiedade teve tudo a ver com a mentira. Até hoje, não sei porque aquela terrível inverdade escapou dos meus lábios. Mas assim que o fez, ganhou vida própria. Se tornou uma presença maligna, uma maldição”

Acompanharemos os altos e baixos da sua vida, aprendendo e descobrindo juntamente com ela, as dores e os prazeres dos ventos que vêm soprando mudanças no seu caminho. Mas, o que ela nem imagina, é que existe um segredo maior que o seu no meio de todo esse sofrimento. Até quando ela conseguirá guardar esse segredo?


Minha opinião

Estou muito dividida. Ao mesmo tempo em que amei a escrita da autora e o tema que ela escolheu tratar, odiei a forma como ela lidou com a situação e os personagens que ela construiu. Quando pego um livro que trata sobre algo delicado e que ainda é tabu na sociedade, fico esperando que ele seja bem retratado, com sensibilidade, que não deixem a história ficar por isso mesmo e que exista toda uma conscientização. Para minha decepção, a autora ignorou o mal causado por Audrey – que foi uma mentira muito cruel e pesada -, apenas focou no seu romance com Rad, esqueceu os problemas enfrentados pelas amigas e deixou de lado toda a bagunça que ela fez na vida da família de Ana.

Para mim essa foi uma das piores protagonistas que precisei conviver. Ela é egoísta, mesquinha, arrogante e inconsequente. Enquanto amei os diálogos, reflexões e demais elementos que fizeram parte dessa leitura, eu não suportei os personagens. Nenhum, na verdade. Todos são rasos, pouco explorados e sem uma evolução. Geralmente esperamos que as pessoas aprendam com os seus erros e não que elas continuem andando em círculos e os repetindo. Parecia que eu estava lendo a mesma história sempre.

“Dias depois, a vítima da minha trama – Ana, de dezessete anos – foi encontrada na banheira de porcelana branca de sua família, com sangue escorrendo e brotando de seus dois delicados pulsos. Foi na mesma noite em que tive meu primeiro ataque de pânico.”

Só dei 3 estrelas por causa da autora – uma poeta que escreve textos lindíssimos nas redes sociais – e pelo dinamismo da narrativa. Os diálogos entre os personagens são reflexivos e carregados de analogias e sentimentalismos e que nos transportam para dentro do cenário. Sentimos como se estivéssemos presentes no recinto onde se desdobram os acontecimentos. Podemos visualizar os personagens como se eles fossem reais. Mas além de ser uma história lenta e cheia de defeitos, ela também peca no momento de dar um desfecho e um final adequado.

Acredito que quando nos propomos a escrever sobre algo necessário e para um público jovem, o mínimo que se espera é que isso seja bem apontado, desenvolvido e finalizado, não que apenas se jogue uma torrente de informações que não serão tratadas posteriormente. Além do suicídio a autora também explora os ataques de pânico, com descrições fiéis que nos faziam sentir na pele tudo que a protagonista sentia, mesmo sendo algo difícil de explicar para quem nunca viveu, quando ela possibilitou que a jovem fosse atrás de uma psicóloga e começasse a tratar esse assunto, pensei que finalmente teria um bom resultado de tudo isso, mas para minha grande infelicidade, mais uma vez, o tema foi deixado de lado e o foco voltou a ser o romance nocivo entre esses dois jovens.

“Essa era a coisa engraçada a respeito da ansiedade: não ter certeza total se você era real ou se qualquer coisa ao seu redor era também.”

Entendo que Audrey estava lidando com muitos problemas, sei que ela carrega um peso gigante, mas não é assim, mostrando todas as decisões erradas que uma pessoa pode tomar, que você irá conscientizar os outros jovens. E se não quiser conscientizar, até entendo, mas não piore a situação deles com esse tipo de ideia. Esse livro mexeu com os meus sentimentos e me fez levantar questões internas. Creio que a autora quis mostrar a realidade, sem enfeites, apenas com seu lado mais realista e vil. Entretanto, sinto-me no direito de não achar que isso funcione.

A palavra que vem a cabeça quando penso nesse livro é: faltou. Faltou explorar um tema que possibilitava um bom debate, faltou lógica, faltou empatia da protagonista e faltou um resultado depois de tanta desgraça. Creio que comecei a história esperando outra coisa e ele acabou seguindo outros caminhos. No final temos um plot, que eu não esperava, e que parecem aquecer as coisas, mas rapidamente o foco muda novamente e somos jogados em mais uma escolha ruim da autora. Repito: tinha tudo para ser um bom livro, mas faltaram muitos detalhes que possibilitassem isso.

GAROTAS TRISTES

Autor: Lang Leav

Tradução: Luisa Geisler

Editora: Globo Alt

Ano de publicação: 2018

Poético e perturbador, Garotas tristes é um intrigante romance em que amor, segredos e tragédias colidem. Seu primeiro amor não é a primeira pessoa a quem você dá o coração: é a primeira que o quebra.
O luto toma conta da cidade quando Ana tira a própria vida, mas é Audrey, uma colega de classe pouco próxima da garota, que o sente mais profundamente: uma mentira inventada por ela pode estar por trás do suicídio. Lucy e Candela, suas melhores amigas, ajudam-na a manter a história em segredo, sem saber que a trama toda foi inventada por ela. Após o ocorrido, a vida das garotas entra numa espiral decadente. Entre os ataques de pânico constantes de Audrey, a nova rotina obscura de Candela e a tentativa de mediação de Lucy, uma amizade até então estruturada começa a ruir. Um novo romance parece ser exatamente o que Audrey precisa, mas o misterioso Rad não pode ser o par ideal. Ou pode? Enquanto tenta equilibrar um romance inadequado, o começo de uma carreira e o próprio egoísmo, Audrey tem que lidar com as consequências de seus atos: a ansiedade constante e a forma como sua mentira afetou todos ao seu redor. “Lang Leav ataca nada menos que o amor, em todos os seus aspectos complexos, confusos e esplêndidos.” Elle Magazine “Incrivelmente poderoso, Garotas tristes é outro livro que o fará pegar a caixinha de lenços.” BUSTLE “Leav faz parte de uma nova geração de autores best-sellers, elevados a celebridade e com propostas de livros cobiçadas.” The Guardian

 

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