Resgate ao Mar é o terceiro livro da série Outlander, da autora Diana Gabaldon. O volume no Brasil saiu pela editora Arqueiro, em 2015, dividido em duas partes.

*Está resenha contém spoiler dos livros anteriores

Sobre o Livro

Claire descobriu que Jaime está vivo. Culloden não o matou e uma escolha parece pairar a sua frente. Com a ajuda de Roger Wakefield e sua filha Brianna, ela vai tentar coletar o máximo de informações possíveis para reconstruir o passado de seu amado. Com a memória ainda vívida do tempo que passaram juntos, pesa também sobre Claire não saber o que aconteceu durante todos esses anos.

“O passado era um terreno perigoso.”

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Enquanto ela busca desvendar esse mistério em 1968, acompanhamos Jaime no passado. Ele está perdido de várias formas. Um favor lhe permitiu sobreviver, mas ele ainda é procurado e tem muitos desafios até voltar a viver novamente. Entre períodos de isolamento, doença e enclausuramento, é a lembrança de Claire que ainda traz um pouco de luz para sua vida.

Mas, quando o máximo possível foi esclarecido, terá Claire coragem para voltar e encarar seu amado depois de 20 anos? Estará Jaime disposto a recebe-la após todo esse tempo? O que mais aconteceu em sua vida que os registros históricos não são capazes de contar?


Minha Opinião

A primeira coisa que eu preciso ressaltar sobre essa resenha é que com a divisão dos volumes, ficou ainda mais complicado falar sobre a história. Eu optei por fazer uma resenha só, comentando ambos, pois afinal de contas estamos lidando com uma narrativa que foi concebida em um volume só. Para aqueles que ainda não leram até pelo menos o segundo, é claro que essa resenha conterá spoilers e, caso você só tenha lido o primeiro tomo dessa terceira parte, é possível que pegue algo por aqui também, então atenção, todo mundo foi avisado!

Eis que todos os forninhos caíram ao fim de A Libélula no Âmbar, quando descobrimos que Jaime estava vivo. Não que fosse algo completamente inesperado, afinal estávamos apenas no segundo livro de uma longa série e as esperanças de que algo tivesse acontecido diferente estavam altas. E esse é o dom de Diana, romper nosso emocional com revelações.

“Eu acordava gritando e gemendo, sentindo o cheiro de desinfetante e ouvindo palavras apaziguadoras, incompreensíveis diante de ecos da gritaria em gaélico dos meus sonhos. Depois adormecia de novo, a mão fechada com força sobre o pequeno ferimento na base do polegar. Então abri os olhos e Frank estava lá. Parado na porta alisando os cabelos negros para trás com uma das mãos, parecendo hesitar – e não era de admirar, pobre homem.”

Meu primeiro pensamento ao descobrir isso foi: Claire precisa voltar! E é claro que isso também passou pela cabeça dela. Porém 20 anos se foram, ela não sabe em que pé Jaime sobreviveu e, acima de tudo, ela tem uma filha e uma vida nos anos atuais.

Daqui em frente vivemos no livro uma busca por respostas: como Jaime sobreviveu, o que aconteceu, como é possível, pra onde ele foi, onde ele está. Esse é o drama principal da primeira parte, coletar informações sobre o que aconteceu. Vamos ter isso retratado através dos capítulos do “presente/futuro”, e também no passado, com um olhar sobre Jaime e sobre o que realmente lhe aconteceu.

O jovem escocês, por mais que pareça azarado, é na verdade dono de uma imensa sorte. Alguém o qual lhe devia um favor cruza seu caminho, e mesmo sendo um inimigo, deixa que ele escape, pois acha que ele está ferido o suficiente para que a viagem o mate, livrando-o o da culpa. Mas Jaime sempre foi resiliente, e não morrerá tão fácil. Sua vida a partir daí varia entre estágios de isolamento, enclausuramento e prisão. Mas ele sobrevive. E adquire novos amigos, inimigos e histórias pra contar.

“Ele nascera um líder, depois foi moldado ainda mais para adequar-se a esse destino. Mas e quanto a um homem que não nascera como o papel que exigiam que ele cumprisse?”

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Enquanto isso se desenrola, temos uma Claire aflita e confusa. Ele viveu e isso significa uma série de coisas. E a principal delas é que sua vida poderia ter sido completamente diferente se ela não tivesse voltado. Isso a assombra também. E a vontade de voltar cresce cada vez mais.

Quando ela finalmente toma uma decisão é que a sua parte da história passa a ser interessante. Eu acho que qualquer leitor ávido de Outlander sabe o que ela vai escolher. É impossível ser outra coisa. Claire precisa voltar, reencontrar Jaime, reavivar esse amor e finalmente, finalmente viver.

O que não se pode esquecer é que com tanto tempo tendo se passado, nenhum deles é o mesmo de 20 anos atrás. Claire teve uma filha, fez faculdade de medicina, aceitou Frank novamente, voltou para alguns confortos de anos a frente, está mais velha, mais experiente, tem uma carga sobre seus ombros. E com Jaime não é diferente. Talvez o que ele tenha passado no primeiro e até segundo livro, não chega perto do que ele sobreviveu após Culloden. Ele também não é o mesmo. Será que o amor deles é?

Digo pra vocês que aflita foi pouco, para o que eu fiquei conforme esse momento parecia se aproximar. Eu queria vê-los junto novamente e temia o que iria acontecer. Afinal, no primeiro tomo sabemos apenas de alguns pares de anos, não da totalidade dos 20 que passaram. Será que ele se casou novamente? Tem filhos? O que ele está fazendo? São muitas incertezas, além daquela que lateja até a hora H, Claire é realmente capaz de voltar?

E uma coisa com toda certeza já ficou clara pra mim, Diana Gabaldon é mestra em me deixar agoniada com essa história. Toda vez que leio me pergunto como será possível estendê-la por tanto tempo e eis que ela apresenta algo novo. O fim desse livro (parte II) chegou completamente inesperado pra mim. Eu não fazia ideia e nem tinha recebido spoilers sobre. Agora estou novamente intrigada pra onde isso vai ir e em que encrencas vamos ver os personagens no volume quatro.

O título do livro, Resgate no Mar, acaba por só fazer sentido depois do começo da segunda parte, no primeiro tomo não há referência nenhuma e fiquei me perguntando quando isso iria se esclarecer. A escrita da autora segue cadenciada e muito gostosa de ler. Gabaldon é detalhista, mas não de forma ruim. Ela faz com que nos apaixonemos por seus personagens e lugares pela paixão com a qual os descreve.

“Sempre, sempre, eu tive que equilibrar compaixão e sabedoria, amor e ponderação, humanidade e impiedade.”

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Algo que gostei muito de ver aqui foi o quanto ela modificou os personagens sem despi-los de sua essência. Muito tempo se passou, eles tiveram novas experiências, mudaram. Não são os mesmo do primeiro ou segundo livro. E, mesmo tendo algumas posturas diferentes, mantêm aquilo que lhes é mais característico. Eles evoluíram, mas não mutaram em algo completamente desconhecido.

Foi muito legal acompanhar as coisas que se passaram, o quanto eles conseguem sempre se meter em confusão e, até uma situação que acontece no primeiro terço da segunda parte onde eu achei que tudo iria ir por água baixo novamente. Confesso que achei a reação um pouco exagerada e Claire está bem mais no limite nesse livro do que jamais esteve nos outros. Acho que há uma sensação de tudo pode mudar a qualquer momento que a assusta e faz com que a personagem esteja tensa durante grande parte do livro.

2017 vai ser o ano de eu ler o quarto livro e dar continuidade à história desse casal que eu adoro. Comentando um pouco sobre a série, só tive coragem de ver a segunda temporada bem recentemente, pois não queria me despedir dela sem já ter uma próxima temporada. Achei as interpretações ótimas e a fidelidade está altíssima, assim como a primeira temporada. Não vejo a hora agora de ter a terceira temporada pra acompanhar a adaptação de Resgate no Mar. Mesmo estando bem longe do fim, já sei que quando ele chegar vou ficar bem orfã dessa trama.

Se você é fã da série e por algum motivo ainda não tocou esse terceiro volume, vá sem medo. Diana Gabaldon segue emocionando a gente e também fazendo com que demos altas risadas durante a narrativa. Os protagonistas e sua história é encantadora, e o background histórico ajuda a moldar a trama na sua direção. Não sei o que esperar do quarto livro, mas estou ansiosa para seguir em frente.

OUTLANDER: RESGATE NO MAR I

Autor: Diana Gabaldon

Editora: Arqueiro

Ano de publicação: 2015

Há vinte anos Claire Randall voltou no tempo e encontrou o amor de sua vida – Jamie Fraser, um escocês do século XVIII. Mas, desde que retornou à sua própria época, ela sempre pensou que ele tinha sido morto na Batalha de Culloden.
Agora, em 1968, Claire descobre, com a ajuda de Roger Wakefield, evidências de que seu amado pode estar vivo. A lembrança do guerreiro escocês não a abandona… seu corpo e sua alma clamam por ele em seus sonhos. Claire terá que fazer uma escolha: voltar para Jamie ou ficar com Brianna, a filha dos dois.
Jamie, por sua vez, está perdido. Os ingleses se recusaram a matá-lo depois de sufocarem a revolta de que ele fazia parte. Longe de sua amada e em meio a um país devastado pela guerra e pela fome, o rapaz precisa retomar sua vida.
As intrigas ficam cada vez mais perigosas e, à medida que tempo e espaço se misturam, Claire e Jamie têm que encontrar a força e a coragem necessárias para enfrentar o desconhecido. Nesta viagem audaciosa, será que eles vão conseguir se reencontrar?

OUTLANDER: RESGATE NO MAR II

Autor: Diana Gabaldon

Editora: Arqueiro

Ano de publicação: 2016

Claire Randall finalmente conseguiu voltar no tempo e reencontrar Jamie Fraser na Escócia do século XVIII, mas sua história está longe do final feliz. O casal terá que superar muitos obstáculos, de fantasmas a perseguições marítimas, mas o principal deles são os vinte anos que se passaram em suas respectivas épocas desde a última vez que se viram.
Se a intensa paixão e o desejo entre eles parecem não ter diminuído nem um pouco, o mesmo não se pode dizer sobre a confiança. Jamie agora é um homem endurecido pelo que aconteceu após a Batalha de Culloden. Claire, por sua vez, precisa lidar com o segundo casamento de seu amado e suportar a saudade de Brianna, que ficou sozinha no ano de 1968.
A união dos dois será posta à prova quando o sobrinho de Jamie for sequestrado. Juntos, eles precisarão singrar pelos mares e cruzar as Índias Ocidentais para resgatá-lo, provando mais uma vez que nada é capaz de deter uma história de amor que vence as fronteiras do tempo e do espaço.

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