A Caçada é o segundo livro da série Spirit Animals e é escrito pela autora Maggie Stiefvater. Essa série começou a ser publicada aqui no Brasil em 2014 pela editora Fundamento e conta com um autor diferente escrevendo cada livro. O primeiro, Nascidos na Selva, foi escrito por Brandon Mull e já tem resenha por aqui.

Sobre o livro

RETOMANDO

No mundo de Erdas, quando um jovem completa 11 anos ele passa por um ritual onde, ao ingerir um líquido sagrado, ele pode ou não invocar um Spirit Animal. Esses animais, cada vez mais raros de serem chamados pelos humanos, se juntam à criança e ambos se tornam aliados até que um deles morra, podendo inclusive dividir corpo e pensamento.

*Esta resenha contém spoiler do livro anterior

Depois do confronto que aconteceu no fim de Nascidos na Selva, finalmente Conor, Meilin, Rollan e Abeke estão juntos, porém há uma grande desconfiança em torno dessa última devido ao seu envolvimento com o inimigo, mesmo que ela não sabendo o que se passava. Meilin é a mais arisca e no momento em que eles mais precisam confiar uns nos outros isso é algo que precisa ser trabalhado. Sendo treinados dentro da fortaleza dos Casacos Verdes, as lições variam entre eles aprenderem a dominar a relação com seus espíritos animais à tarefas de confiança mútua, que quase nunca dão muito certo.

Abeke, enquanto lida com a rejeição, também precisa manter Uzara sob controle, já que o leopardo está a todo momento achando formas de encrencar a garota ou fazer com que ela se atrase para seus compromissos. Porém, essa onda de tranquilidade logo acaba quando eles recebem a notícia de que a localização de uma das outras Grandes Feras pode ter sido descoberta e é preciso que eles cheguem até ele para conseguir o medalhão antes do inimigo. Mais preparados, porém enfrentando algo cada vez mais poderoso, eles partirão em uma nova aventura em busca de Rumfuss, um gigantesco javali.

“Conquistadores. Espíritos Animais. Um javali tão grande quanto uma carruagem. Aquele tinha que ser Rumfuss. E, no meio de tudo aquilo, Abeke, Meilin e Rollan.”

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Porém, como mais uma ameaça ao reino de Erdas, há aqueles que acreditam que o Néctar não é a única forma de se chamar um espírito animal, e que a Bile pode ser a solução para forçar o vínculo entre o humano e o animal. Eles abordarão Devin Trunswick, o príncipe a quem Conor servia para ajudar a família a pagar uma dívida e que não teve sucesso na cerimônia. Esse jovem, desacreditado frente ao que ele encarou como um fracasso, aceita a proposta e novas histórias começam a se espalhar pelo reino. Que as Grandes Feras na verdade não são a salvação, e sim o enorme Gato Preto que renasceu e faz parte de outra lenda, colocando um novo elemento no jogo onde esses jovens são apenas peças.

Minha Opinião

Quando eu li o primeiro livro fiquei bem empolgada porque acabei curtindo muito a história, já pra esse segundo fiquei super feliz em descobrir que a autora era a Maggie Stiefvater, quem eu mantenho em alta estime pela Saga dos Corvos, uma das fantasias contemporâneas que mais gosto. E, é claro que ela não decepcionou e trouxe um livro no mesmo nível do primeiro.

Essa história começa em um ponto complicado. É bem claro ver o quanto Abeke sente que há hostilidade pela parte dos colegas, principalmente de Meilin, mas ela fez uma escolha em entrar para os Casacos Verdes e vai enfrentar o que vier, inclusive todas as indiretas ou todas as vezes que ela for deixada na mão ou desacreditada por ser uma “traidora”. Aqui, parece que a vantagem da garota é que ela já tinha sido deixada de lado antes pelo pai, então ela sabe muito bem como se comportar nessa situação e mantém a cabeça erguida.

Meilin por outro lado está um pé no saco nesse livro. A prepotência e o senso se superioridade sobem a cabeça da jovem em alguns momentos, gerando comportamentos ruins ou frases embaraçosas. Connor e Rollan mantém com a mesma personalidade e dificuldades em se encontrar. O primeiro estava acostumado a servir e agora precisa liderar, enquanto o segundo nunca esteve preso a nada e agora tem um dever muito maior que ele e ainda acima da compreensão.

Mesmo assim, acho que os dois são os protagonistas mais interessantes, o que é estranho, já que seria mais fácil que eu me relacionasse com as personagens femininas. Mas não é o que acontece. Rollan é ainda mais especial pra mim, pois ele parece ser o único a realmente ver as coisas com mais clareza. Como ele não é completamente leal a nada e cresceu muito sozinho, ele é capaz de avaliar as opção e seguir o caminho que parecer mais lógico, do que simplesmente seguir por dever ou crença.

“Nós somos nossos próprios concorrentes.”

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A junção desses quatro jovens e a sua saída ao lado de Tarik e Finn, um misterioso personagem inserido nesse livro, vai ao mesmo tempo gerar tensão e algumas risadas. Eles sabem que há algo muito poderoso que eles precisam enfrentar e que os desafios são muitos, mas até que a relação se consolide entre eles, é quase como um jogo de alfinetadas.

Enquanto isso no outro núcleo, Devin foi trazido de volta logo no primeiro capítulo já para revelar qual é o plano do inimigo e o que é esse outro líquido misterioso chamado bile, que é capaz de ligar um jovem a um animal de forma forçada. Essa inserção, apesar de curta no começo do livro serve pra situar muito bem o leitor no background de uma história que começa a surgir por trás e também apresenta as novas ameaças que ele podem encontrar a frente, como também mais detalhes sobre a cultura que permeia esse mundo.

Enquanto o primeiro livro foi para situar e apresentar os personagens, esse é uma busca constante por respostas. Encontrar as outras feras e pegar seus amuletos é a única forma de ter vantagem, só que os outros também sabem disso e seguem pelo caminho.

A Caçada é um livro de aventura que continua a história das quatro crianças que foram tiradas de suas casas, receberam o dom do vínculo e que se viram em meio a uma guerra que nenhuma delas imaginou que estivesse vindo. E tudo isso também pode ser acompanhado pelo jogo, que assim como menciona no primeiro, está disponível através de um código que vem junto com o livro para que o leitor possa acessar, criar seu espírito animal e entrar nessa outra realidade.

O livro tem menos de 200 páginas e é uma leitura rápida e fluída para qualquer idade, desde o leitor mais novo que pode encontrar aqui uma opção de leitura atrelada a um jogo para mergulhar no mundo dos livros, como aqueles como eu que apenas são curiosos e gostam de navegar por todos os cenários fantásticos possíveis, sejam eles adultos ou mais juvenis.

 

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Conor, Abeke, Rollan e Meilin têm vínculo com os espíritos animais das Quatro Grandes Feras: os poderosos Briggan, o Lobo; Uraza, o Leopardo; Essix, o Falcão; e Jhi, o Panda. Mas esse é um dom que vem com muitas obrigações. E uma delas é proteger Erdas do domínio do Devorador e de seus temidos aliados, os Conquistadores. Há muita maldade por aí. Onde houver heróis, sempre haverá vilões. Sem tempo para treinar suas habilidades em grupo, Conor, Abeke, Rollan e Meilin partem com seus espíritos animais em uma perigosa missão para encontrar o talismã de Rumfuss, o Grande Javali. Mas Zerif, o Conquistador, vai fazer de tudo para achá-lo primeiro. E esse terrível inimigo tem algumas surpresas na manga Zerif conseguiu forçar uma ligação não natural entre humanos e animais, criando assim o próprio exército uma poderosa vantagem sobre os Casacos Verdes. Emboscadas, armadilhas e prisões inesperadas aguardam nossos heróis nesta nova jornada. Não vai ser fácil combater os Conquistadores nem encontrar o talismã. Acompanhados de Tarik, mentor dos quatro jovens, e do enigmático Finn, eles vão aprender que lealdade, confiança, sacrifício e união podem tanto despertar vínculos adormecidos como destruir os já existentes. Novos inimigos se aproximam e um confronto brutal é inevitável.

 

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