The 100 é uma produção da The CW, criada por Jason Rothenberg que estreou em 2014 e quase imediatamente se tornou uma das minhas séries favoritas.

Baseada na trilogia escrita por Kass Morgan, é uma narrativa distópica na qual após uma guerra nuclear a Terra ficou inabitável, forçando a raça humana a ir para o espaço. A história estrelada por Eliza Taylor, Bob Morley, Marie Avgeroupolos, Lindsey Morgan, Richard Harmon e Henry Ian Cusick, começa 99 anos depois disso, quando os recursos de oxigênio da nave – chamada de Arca – começa a acabar. Na Arca todos os crimes são punidos com a morte, a menos que a pessoa seja menor de idade, ela então fica presa até fazer 18 anos e é julgada outra vez. O Chanceler (líder principal) decide mandar esses criminosos para a Terra, descobrir se o lugar já não é mais radioativo.

O foco da série está nesses jovens, cuja personagem principal é Clarke Griffin, a poucos meses de completar 18 anos. Ela foi presa por tentar alertar as pessoas da Arca a respeito da falta de oxigênio, descoberta por seu pai, um engenheiro.

Devido a alguns problemas na nave, o grupo de jovens vai parar no local errado de aterrissagem, sem nenhum meio de comunicação, eles são forçados a descobrir como sobreviver naquele ambiente hostil e tão diferente de onde cresceram.

A primeira temporada gira em torno da aprendizagem deles e a descoberta de que não estão sozinhos, há outras pessoas na terra, que sobreviveram às bombas. Já na segunda e terceira temporadas, o foco é uma aliança entre  eles e os que chamam de Selvagens, para lutar contra um inimigo comum. Na quarta temporada os personagens têm que descobrir como sobreviver a um novo apocalipse, após descobrirem que as usinas nucleares que restavam estão sofrendo um vazamento que formará uma tempestade (quase como uma bomba nuclear que irá se alastrar pelo planeta inteiro).

Finalmente, chegamos a 5ª temporada. Com a qual eu tive uma verdadeira relação de amor e ódio. A história é muito bem construída, mas os personagens me incomodaram profundamente. O Jason Rothenberg está acostumado já a sofrer esse tipo de crítica da audiência, completamente justificada pois ele tem um péssimo hábito de negligenciar personagens que são/poderiam ser incríveis, para focar em outros que nem são tão relevantes para história. O mesmo vale para os relacionamentos, – não apenas os amorosos – que nessa temporada foram escolhas bem estranhas da parte dele.

Uma das melhores relações da série sempre foi a do Bellamy e da Octavia, até pelo fato deles serem os únicos irmãos (já que na Arca era proibido ter mais de um filho), mesmo eles discordando às vezes, sempre foi um relacionamento forte, em que um protegia o outro independente de qualquer coisa. Já nessa temporada vemos um Bellamy completamente diferente, que menospreza sua irmã em favor de outros amigos e que prioriza o namoro com uma mulher que tentou matá-la. Pessoalmente, eu gosto da Echo, mas dentro da história foi uma escolha bem “esquisita” para um par romântico, sendo ele alguém que sempre defendeu a irmã com unhas e dentes.

Raven e Clarke, que era uma amizade incrível na segunda e terceira temporada – e depois no fim da quarta – praticamente não existe mais. O maior problema é que ele não mostrou isso na série. A gente simplesmente fica esperando e torcendo pelo reencontro delas e quando isso acontece as duas praticamente tentam se matar, com a desculpa esfarrapada de que nos seis anos em que passaram longe, as duas mudaram muito. Talvez fizesse algum sentido se o Jason tivesse mostrado a história da Raven, assim como a do Bellamy e Echo, em um episódio da série, isso não acontece em momento nenhum, temos poucos flashbacks (que são curtos e de alguns dias antes deles voltarem para a Terra) e coisas que os personagens contam, porém não há nenhuma base para aquilo.  Essa foi uma das coisas que mais me decepcionaram na temporada, até porque eu gosto muito da Echo e acho que teria sido maravilhoso ver esse desenvolvimento dela na série.

A Raven foi outra personagem bem negligenciada, com seu arco reduzido a um interesse amoroso, o que não tem nada a ver com a personagem, o casal é até fofinho, mas eu queria ver mais dela em si, no meio da temporada ela ficou bem apagadinha, a ponto de nem importar muito se ela aparecia ou não, o mesmo vale para o Murphy, que não tem história nenhuma e passa a ser apenas um alívio cômico.

Um ponto forte para mim foi a personagem Charmaine Dyioza, apesar de ser uma vilã, a história dela é muito bem feita e interessante e ela tem uma personalidade forte que se destaca muito. A interpretação da Ivana Milicevic foi incrível.

Como sempre acontece, a minha parte favorita da temporada foi a história da Octavia, desde os anos em que eles passaram no bunker até a guerra com Dyioza. Na minha opinião é a melhor personagem desde sempre, não só pela questão de eu gostar dela, mas ela ser muito bem construída, foi a personagem que mais evoluiu desde o início da série, de fato se adaptando ao ambiente no qual ela foi jogada. Octavia passou por muita coisa, perdendo a maioria das pessoas que amava e ainda assim ela nunca se deixa abalar e liderou tudo que restou da humanidade, apenas pensando no bem deles.

Os cenários estão muito bem feitos e eu gostei muito do trabalho de direção feito nas cenas que se passam no bunker, principalmente nas lutas, ficou bem dinâmico e ao mesmo tempo dá um ar épico a várias cenas. Os figurinos são muito lindos, especialmente os que a Octavia usa como Blodreina (rainha vermelha) e a maquiagem dela também é bem diferente e interessante. A fotografia ficou muito bonita, com várias cenas que mostram a Terra do espaço e o único espaço verde que sobrou. A última cena da temporada é absurdamente linda.

Achei bem interessante a conclusão da história do Monty e da Harper, eu gostava do Monty, mas acho que nenhum dos dois tinha mais muito lugar na história, então achei um final bem justo e emocionante que resultou em um personagem que, creio eu, vai ter um desenvolvimento legal e um tanto importante na próxima temporada.

Particularmente eu gostei bastante do final, mas tiveram muitas pessoas insatisfeitas. Tivemos a retratação de alguns personagens e alguns relacionamentos começaram a se ajeitar, mas isso na última meia hora de episódio então não tem como ter uma opinião muito concreta. Acho que os acontecimentos do fim da temporada abrem um leque de oportunidades bem grande na história, dando oportunidade para a maioria dos personagens se redimirem. Espero que o Jason Rothenberg saiba explorar tudo isso.

A sexta temporada da série estréia dia 30 de Abril.

Relacionados

Destaques

Insta
gram

[jr_instagram id='3']

Parceiros