A Última Estrela é o livro final da trilogia A 5º Onda do autor Rick Yancey. O livro teve lançamento simultâneo com o internacional, pela editora Fundamento.

Sobre o Livro

*Esta resenha contém spoilers dos livros anteriores

No final de O Mar Infinito recebemos uma informação super importante, através dos olhos da Especialista, sobre o que realmente foi esse ataque à Terra e a chegada desses outros seres, bem como um pouco sobre o objetivo de todas as ações e ondas até o momento. Porém, agora que Esp foi aperfeiçoada e teve suas emoções afetadas ela só vê uma solução para tentar impedir que o plano dos outros se concretize. Ela precisa matar Evan Walker.

Evan apresentou uma falha no sistema, que o fez sentir algo por Cassie e agora Vosch quer capturá-lo e descobrir o que há de errado, para aperfeiçoar ainda mais seu plano, porém ela não vai deixar que isso aconteça. Ao mesmo tempo descobrimos que os outros também liberarão bombas sobre todas as grandes cidades para definitivamente varrer tudo o que já houve de humano sobre a Terra.

“Os Outros concluíram que a única forma de salvar o mundo era aniquilar a civilização. Não pelo exterior, mas do interior. A única forma de aniquilar a civilização humana era mudar a natureza humana.”

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Cassie, Ben, Sam e os outros garotos estão escondidos, mas em breve terão que se separar para cumprir missões diferentes e tentar impedir que os planos de Vosch se realizem e assim, tentar salvar o pouco que resta da civilização humana. Porém, o que alguns adolescentes podem fazer a esse respeito, sendo permanentemente caçados, em meio a tamanho caos?

Minha Opinião

Chegar ao fim de uma trilogia ou série é sempre um momento de expectativas. No caso da 5ª Onda e das revelações que nos foram dadas no fim do segundo livro, acho que ela estava ainda maior. Nunca antes me senti tão enganada por uma sinopse, como com esses livros. Mas, não de uma maneira ruim, mas sim porque nunca tinha visto ela ser desmascarada dentro do próprio livro, pra compor a história central.

Quando cheguei ao fim do livro encarei seu final com dois corações: o de satisfação, por ter gostado de como algumas coisas caminharam e claro, a finalização de uma etapa; mas também um fiapinho de incomodo, por ter esperado demais de Rick Yancey.

Depois que se lê um número grande de distopias, o leitor é capaz de identificar as fórmulas ou semelhanças entre elas e, dentre tudo que já li, sempre uma coisa me atormenta. No gênero vemos o mundo destruído, mas o “mundo” sempre se resume ao ovo onde a história se passa, raramente indo além, interligando países, culturas ou até mesmo estados. Parece que a catástrofe veio com uma redoma. E sim, tenho em mente que as comunicações sempre são cortadas e coisas assim, mas excepcionalmente quando vemos que há a oportunidade de apresentar esse ângulo e ela é perdida, a frustração vence.

“Sempre foi desse jeito, eu quis lhe dizer. Suportamos o insuportável. Toleramos o intolerável. Fazemos o que precisa ser feito até que nós mesmos nos desfaçamos.”

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Sei já que A Última Estrela não vai agradar todos os fãs da trilogia, seu final e a forma como o autor conduz as coisas para os protagonistas pode deixar muita gente super chateada. Eu compreendi. Raramente me apego a personagens ao ponto de sofrer muito com sua partida, a história continua e se for pra ela se engrandecer, que cortem-se as cabeças, sim. Mas sei que os leitores são apegados e ver alguns personagens não terminando a trama aqui vai ser de partir o coração.

Cassie, mais do que nunca estava muito fora de sintonia nesse livro. Não sei se foi porque conhecemos ela tão profundamente no primeiro livro e ela mudou tanto, que quando perdemos seu ponto de vista mais contínuo, acabamos perdendo um pouco do link com ela. A personagem que antes era motivada somente pela busca pelo irmão, aqui também é motivada pelo amor e por salvação para aqueles que ama. Mas, sendo o que for, ninguém pode negar que seja corajosa.

“Essa era a coisa que acontecia entre nós, a coisa que nenhum de nós conseguia identificar, o elo inquebrável entre amor e medo. Evan é o amor. Eu sou o medo.”

Evan tem pouco destaque e só chama verdadeiramente a atenção quando sequer “é ele mesmo”. E seu destino não me satisfez, ao mesmo tempo em que não consigo pensar em outra pessoa pra realizar o que ele decide fazer quando chegamos ao fim. Como eu disse, dois corações.

Em A Última Estrela, mais uma vez, quem toma o centro da história é Especialista. É ela que detém a verdade e o poder de esclarecer ou não e também de matar ou deixar viver. Ver a interação dela com a Cassie, uma personagem que sempre foi muito coração é super interessante. São duas jovens muito diferentes que tem um mesmo objetivo: sobreviver. E ao ponto em que chegamos ao fim do livro, o espetáculo é todo delas.

Quanto a situação onde os personagens se encontram quando as páginas acabam, queria um pouco mais de entusiasmo e luta, queria a busca por mais, pela reconstrução, pelo novo. Também não vamos ai, mas depois de tudo, parece que até mesmo os personagens cansaram de lutar.

Confesso que esperava mais, mas também não foi uma decepção. O autor fechou a história dentro do cenário que criou sem se agarrar às oportunidades de ir além e o leitor, obviamente, vai ter que se contentar com isso. Acho que ter lido essa trilogia me fez ainda mais crítica, principalmente a não acreditar em tudo que nos é apresentado como verdade, até pelo autor. As surpresas em um livro podem vir de todas as formas e acho que o que Rick Yancey proporcionou aos leitores em seus livros foi verdadeiramente um plot twist jamais esperado. Por essa experiência fica minha recomendação e minhas quatro estrelas, encerrando mais essa jornada.

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O inimigo são os Outros. O inimigo somos nós mesmos. Eles vieram até nós porque querem a Terra. Vieram para acabar conosco. Vieram para nos salvar. Eles não inventaram a morte, mas a aperfeiçoaram. Deram um rosto a ela, porque sabiam que era a única maneira de nos exterminar. Por quê? Quem são eles realmente? O que querem de verdade?

Atrás de tantas perguntas e enigmas, há uma verdade: Cassie foi traída. Zumbi, Especialista, Nugget também. E todos os 7,5 bilhões de habitantes da Terra. Traídos pelos Outros, traídos por si mesmos. E tudo terminará onde começou no campo de batalha que é o coração humano.
Nos últimos dias da Terra, os sobreviventes precisarão decidir o que é mais importante: salvar a si mesmos ou salvar o que nos torna humanos.

 

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