Alina da autora Emilia Lima, é o primeiro livro da série Família Cirilo lançado em 2017 pela editora Pedrazul.

Sobre o livro

Conhecemos aqui a família Cirilo, atualmente vivendo na Bahia no final do século XVI, que veio de Portugal para ajudar na colonização. Conheceremos então Alina, a caçula da família, e sua paixão por Pedro Henrique Garcia, um amor proibido.

A jovem tinha apenas 12 anos quando se apaixonou pelo homem, que já era casado. Porém, isso não impediu que o amor crescesse até que ela se tornasse uma jovem mulher. Pedro retribui o sentimento de Alina e não consegue manter seu casamento.

“Na primeira vez que Alina colocara os olhos em cima de Pedro Henrique ela tinha 12 anos e ele 24, e foi amor a primeira vista, de ambos os lados, mas ela era ainda uma criança e ele um homem casado. Ele era um homem lindo, moreno, alto, e possuía a mesma cor dos olhos de Alina. Ela entretanto, sabia que sua única opção era calar o coração para aquele amor e seguir a sua vida.”

Uma noite de amor muda toda a vida dos dois. Sabendo que a situação é comprometedora, Alina parte para a casa de sua irmã. Com uma mudança planos ela vai parar em uma aldeia indígena, onde conhece Naru, um mestiço. Entre a atração por esse jovem e o amor por Pedro, Alina terá uma escolha pela frente.


Minha Opinião

Alina foi primeiramente publicado em 2014 pela Sollo Editora e em 2017 ganhou nova edição pela Pedrazul. Esta nova edição conta com algumas ilustrações feitas pela Mara Sop, além de ter lganhado novos personagens, novos capítulos e o desfecho de alguns personagens foi mudado. A própria autora sentia a necessidade de fazer essas mudanças.

Romances de época são um dos meus gêneros literários favoritos, porém não leio muitos nacionais. Então, quando soube que a editora iria relançar este livro fiquei animada e ansiosa. Estava com altas expectativas, pois vi muitos elogios. Talvez este tenha sido o meu erro. E não é que o livro seja ruim, porém eu esperava mais.

Alina é uma mulher muito querida por todos e muito a frente de sua época. Ela era uma das defensoras dos escravos. Uma curiosidade é que “a personagem” é uma parente distante da autora. A escrita de Emilia é bem envolvente e fluída e o livro pode ser lido bem rapidamente, apesar de ter poucos diálogos.

“Alina jamais via o mundo pelo lado material. Tudo nela era pura emoção. Ela amava a simplicidade e, acima de tudo, respeitava a maneira de pensar das pessoas. Mesmo quando discordava delas, pois sabia o verdadeiro sentido da palavra liberdade.”

O que mais me marcou neste livro foi Naru. Naru é filho de português com uma linda índia da tribo que acolheu Alina. É um homem bom e esclarecido. Ele se casou com ela mesmo sabendo do amor dela por Pedro. Ficou ao seu lado em todos os momentos, um exemplo de companheiro. É o tipo de personagem que cativa a todos.

Não consegui ter o mesmo sentimento por Pedro. O jovem advogado era amigo pessoal de Luiz Felipe, irmão de Alina. Tinham a mesma idade e foram colegas na faculdade. Pedro viera ao Brasil em busca de novas oportunidades, e embora jovem já era casado e com dois filhos. Eu entendo que naquela época a situação dele era complicada, mas mesmo assim penso que podia ter lutado mais por sua felicidade. Nas poucas vezes em que ele aparecia, estava sempre se lamentando pelo o ocorrido e não tomava nenhuma atitude para mudar sua situação.

Os personagens secundários também merecem destaques. Como por exemplo o pai de Alina, Luiz Cirilo. A relação dos dois é uma das coisas que mais gostei na história. Ele entende os sentimentos da filha e aceita as decisões que ela toma.

“Se pai sabia desse amor, João, e me pediu que fizesse de tudo para Pedro voltar ao Brasil e se casar com ela. Naru a amava muito e turo o que queria era vê-la feliz. E agora vens tu ficar contra um amor de tantos anos? Acho melhor ires para o teu quarto e pensares direito no que estou a falar. Não atrapalhes a felicidade de tua mãe por um capricho bobo. Tu vais crescer e ter a tua vida. E tua mãe ficará sozinha nesta casa imensa.”

Além de acompanharmos a história de Alina e Pedro gostaria muito que a autora tivesse explorado mais o universo histórico do livro. Sabemos que neste período o Brasil estava sendo colonizado pelos portugueses, ou seja, em plena época da escravidão e isso não é tão bem retratado assim. Com uma protagonista que lutava pelas causas dos injustiçados, dos negros, dos índios, eu esperava encontrar alguns momentos em que ela lidasse com esse tipo de situação. Apesar de ter algumas notas de rodapé com explicações históricas, acredito que se a autora usasse menos dessas notas e tivesse falado mais sobre os costumes da época seria mais enriquecedor para a obra.

Vale ressaltar que o final do livro é bem conflitante e tenho certeza que a maioria dos leitores vai sentir algo com ele. Como mencionei anteriormente, a autora fez algumas mudanças e nem todas elas podem agradar. O fim deixa aberto pra que sintamos que a escolha tanto da autora quanto dos personagem não foi assim tão acertada.

No geral, o livro foi uma boa leitura. Um livro que trata sobre o amor, não só entre homem e mulher, mas também de pai e filha e as renúncias que às vezes fazemos em benefícios das pessoas que amamos. Recomendo a para todos os amantes do gênero e para aqueles que não tem o costume de ler nacionais.

ALINA

Autor: Emilia Lima

Editora: Pedra Azul

Ano de publicação: 2017

Amor e paixão no Brasil colonial!
Ambientada na Bahia século XVI, com passagens em Lisboa, Alina conta a história da família Cirilo, que veio de Portugal com o intuito de ajudar na colonização do Brasil. Alina Cirilo amou o jovem advogado Pedro Garcia desde a primeira vez que o viu – um grande amor, porém, proibido. Apaixonada por Pedro, com quem havia se deitado, ela é enviada pelo pai para longe, mas já levava a semente dele dentro de si. Sem escolha, longe de casa, vivendo em meio aos índios, ela conhece Naru, um mestiço com modos de fidalgo. Sozinha, carente, ela deixa-se conquistar pelo jovem belo e doce mestiço, embora nunca tenha esquecido Pedro. Amor, laços familiares, renúncias, traições e reencontros surpreendentes.

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