As Gêmeas do Gelo foi escrito pelo autor S.K. Tremayne, que é o pseudônimo de um jornalista londrino que contribui com relatos de viagens a jornais e revistas do mundo inteiro. O livro está em sua primeira edição no Brasil lançado pela editora Bertrand Brasil, um ano após ter sido lançada lá fora originalmente em 2015.

SOBRE O LIVRO:

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Contando com um enredo e uma narrativa empolgantes e cheios de mistério é assim que começa a história da família Moorcroft. A vida de Sarah já passou por várias situações peculiares, mas nenhuma delas se compara a perda de uma de suas gêmeas em um “acidente”. Confusa e agredida pela situação, ela decide junto de seu marido Angus e sua gêmea sobrevivente Kirstie se mudar para uma ilha afastada de todas as lembranças que seu antigo lar em Londres trazia de toda a tragédia. No entanto, talvez essa não tenha sido a melhor decisão a ser tomada.

Eu sou Kirstie – Eu sou Lydia

Eu sou confiante e agitada – Eu sou pensativa e calma

Eu sobrevivi – Eu morri

Ou será que fui eu?

Em poucos dias em seu novo lar, Sarah começa a enfrentar dificuldades com Kirstie que não se adapta na nova escola e é motivo de especulação e estranhamento por insistir em ser não só Kirstie, mas também, Lydia. Com a personalidade confusa da filha, Sarah se vê cada vez mais confusa e afastada da realidade, ou talvez tão próxima que era incapaz de discerni-la.

Assim como todo bom thriller psicológico a narrativa conta com momentos onde o leitor se vê tão confuso quanto os personagens e é cada vez mais propenso a vivenciar a história junto da família Moorcroft, todos os conflitos que podem decorrer de um relacionamento cheio de incertezas, inseguranças e desconfianças, principalmente quando sua pequena e única filha parece ser a peça chave de todo o mistério. Afinal, quem é Kirstie, qal gêmea realmente morreu e porque tudo isso está acontecendo?

MINHA OPINIÃO:

Depois de ser arrastada junto da família de Sara para a Ilha do Trovão fiquei envolvida com a narrativa a ponto de não conseguir me desprender, me deparei com um livro muito bem constrído. O cuidado com a edição e as imagens dispostas como formas de subentender o mistério criaram um clima condizente com a narrativa tornando a expectativa ainda maior. O fato de serem todas dispostas em preto e branco remetem ao clima sombrio não só sobre a Ilha, mas também sobre todo o mistério envolvido em cada momento. A divisão em capítulos curtos nos da a impressão de ler uma pequena história independente, mas ao mesmo tempo ligada fortemente com o restante da narrativa, o que nos faz cada vez mais querer avançar na leitura a fim de finalmente (ou com grande pesar) chegar ao fim e descobrir o que realmente aconteceu.

“Pensar em como esquecer o passado pode ser fácil mas também tão doloroso é um cuidado que se deve tomar antes de qualquer decisão.”

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A verdade julgada intolerável faz com que o enredo seja uma surpresa até o último momento e nos deixa com perspectivas diferentes onde o próprio leitor pode escolher acreditar no que viu, ou, no que deixou de ver.

O que você faria se tudo o que achava ser verdade, ou de toda a verdade da qual se lembra fosse colocada em questionamento? Durante vários momentos da narrativa me perguntei se estava me deixando levar pelo “mundo” pessoal de cada um dos personagens e culpando ou julgando algum deles, principalmente Angus e Sarah. A personalidade confusa de Kirstie nos leva a perder todas as certezas que adquirimos “no meio do caminho” e somos levados a ver as coisas como ela, ou Lydia, querem que vejamos. É difícil até para o leitor discernir o real do ilusório e desvendar os mistérios da trama.

Isso faz com que até o último momento da narrativa nos questionemos sobre qual seria a verdadeira identidade da gêmea sobrevivente, se Sarah era de fato alguém descontrolada, ou se Angus nunca havia mostrado realmente quem era. A “culpa” e em quem colocá-la é uma constante no pensamento do leitor, durante todo o livro. E o final chega para arrebatar ainda mais a confusão de sentimentos que se está sentindo.

O verdadeiro motivo de um mistério ser tão impactante é o próprio mistério que o envolve.

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Uma das filhas de Sarah morreu. Mas ela sabe qual? Um ano depois de Lydia, uma de suas filhas gêmeas idênticas, morrer em um acidente, Angus se muda com sua mulher Sarah Moorcroft, para a pequena ilha escocesa que ele herdou da avó, na esperança de conseguirem juntar os pedaços de suas vidas destroçadas. Mas quando sua filha sobrevivente Kirstie afirma que eles estão confundindo a sua identidade – que ela é, na verdade, Lydia – o mundo do casal desaba mais uma vez. O inverno chega e Sarah se sente sozinha, e Kirstie (ou será Lydia?) fica cada vez mais abalada. Quando uma violenta tempestade deixa mãe e filha confinadas naquela ilha, Sarah é torturada pelo passado – o que realmente aconteceu naquele dia fatídico em que uma de suas filhas morreu?

“Mamãe porque você fica me chamando de Kirstie? Eu sou a Lydia, LYDIA mamãe”

 

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