Boneco de Pano é o livro de estreia do autor Daniel Cole e foi lançado pela editora Arqueiro em 2017.

Sobre o livro

Em 2010 um crime chocou a população de Londres. Várias mulheres foram queimadas vivas por um psicopata que era conhecido apenas como O Cremador. Naguib Khalid é o principal suspeito e foi levado a julgamento. Contrariando tudo que era esperado ele é inocentado e o detetive William Fawkes, conhecido como Wolf, que foi o responsável pelo caso, acaba perdendo o controle e agredindo o réu. O que rende a ele um afastamento e internação em um hospital psiquiátrico.

Passados quatro anos Wolf retorna ao serviço e certo dia recebe um telefonema do chefe. Foi encontrado num prédio em frente ao dele um corpo contendo membros de seis pessoas, todos costurados grosseiramente e formando um grande boneco de pano, como a mídia passa a chamá-lo. Além de toda essa situação inusitada que ele a polícia encontram na sua frente o choque maior está em quem é o dono da cabeça do boneco.

“Intrigado, ele se aproximou para ver melhor. Gigantescos pontos cirúrgicos alinhavam as partes desconexas do corpos diferentes. De um lado, uma perna masculina negra; do outro, uma feminina branca. À direita, a mão grande de um homem; à esquerda, a mão bronzeada de uma mulher. O negro dos cabelos desgrenhados fazia um forte contrasto com a pele alva e sardenta do tronco feminino.”

Andrea, jornalista e ex-mulher de Wolf, funciona como mensageira desse sádico assassino. Ela recebe as fotos, que eram sigilosas, do corpo todo costurado e também uma lista contendo mais seis nomes e datas de futuras vítimas, sendo que o último nome é do próprio Wolf. Em meio a esse horrendo cenário vemos uma equipe de policiais empenhada em encontrar o assassino antes que seja tarde demais. Partimos em uma contagem regressiva onde todos estão envolvidos e toda a ajuda é necessária. A detetive Emily e o novato Edmunds, além de velhos parceiros de Wolf estão juntos nessa corrida para saber qual a ligação e motivação para esses crimes tão hediondos.


Minha opinião

Já posso afirmar que esse livro foi a minha grande decepção do ano. Por todo o furor que teve em volta dele, confesso, esperava muito mais. Uma história com todos os elementos para ser um thriller arrepiante acabou se revelando morna e sem muitos atrativos. Além disso, as letras e margem são muito pequenas, o que dificultou a minha leitura. Outro ponto é a vasta gama de personagens e a rapidez com que pulava de um para o outro. Enquanto eu estava me acostumando com um deles e focando na sua história, rapidamente eu era levada para outro lugar com outras pessoas e, em algumas vezes, várias informações irrelevantes. Isso dificultou a linha de raciocínio. A trama demorou muito para fluir e o livro é muito enrolado até dar uma informação relevante.

Ao irmos construindo a figura do assassino percebemos se tratar de uma pessoa muito ardilosa, ousada e inteligente. Ele está sempre um passo a frente da polícia e suas técnicas para matar beiram o fantasioso e senti ali vários exageros, quase como se esse assassino fosse um deus onipresente e que não encontra dificuldade para realizar seus planos. A todo o momento nos perguntamos qual o seu motivo para matar. Qual a ligação entre as vítimas? De quem são as partes do boneco? Qual o sentido de tudo isso?

“Que não existe isso de “gente má” ou “gente boa”. Existem apenas aquelas pessoas que foram sacudidas além da conta e as que não foram.”

Senti também uma forte crítica a mídia sensacionalista que faz de tudo um show e que ignora tudo o que os envolvidos estão passando. Eles estão sempre em busca de audiência e não medem esforços para vazar informações e tirar proveito de toda essa situação. O forte jogo psicológico que o assassino faz com as suas vítimas é um prato cheio para os jornalistas. O sofrimento das pessoas vira uma atração para o público que está de fora e vê tudo como uma grande novela da vida real. A história do boneco acaba virando um circo e uma corrida contra o tempo até que a última vítima seja morta.

Como existem vários personagens envolvidos na mesma história, fica difícil citar apenas um. Wolf foi o que mais me chamou a atenção, pois ele parecia totalmente o contrário do que esperamos de um mocinho. A todo o momento sentia que ele estava escondendo algo. Emily, sua amiga e detetive, não fica para trás e acabamos desvendando vários segredos seus durante a história. Edmunds foi a salvação do livro. O novato acabou se revelando muito perspicaz e corajoso e foi de grande utilidade para o desenrolar dos fatos.

O final é extremamente decepcionante e deixa muitas questões. Mais para o fim ainda tentaram fazer algo sobrenatural que não colou e deixou apenas mais dúvidas. O livro demora a engrenar, muitas lacunas não são preenchidas, alguns personagens que pareciam ser importantes acabaram se relevando rasos e sem importância e passam pelam trama sem serem devidamente explorados. E a revelação do assassino e da sua motivação é uma das mais fracas que eu já encontrei até hoje.

Não sei se o livro não me cativou com o tempo ou se desde o começo foi só ladeira abaixo, fiquei curiosa por tantas pessoas gostarem e apostarem todas as suas fichas nele. Esse livro não seria a minha indicação, mas como gosto não se discute, vai que você gosta?

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BONECO DE PANO

Autor: Daniel Cole

Editora: Arqueiro

Ano de publicação: 2017

VOCÊ ESTÁ NA LISTA DE UM ASSASSINO. E ELA DIZ QUANDO VOCÊ VAI MORRER. O polêmico detetive William Fawkes, conhecido como Wolf, acaba de voltar à ativa depois de meses em tratamento psicológico por conta de uma tentativa de agressão. Ansioso por um caso importante, ele acredita que está diante da grande chance de sua carreira quando Emily Baxter, sua amiga e ex-parceira de trabalho, pede a sua ajuda na investigação de um assassinato. O cadáver é composto por partes do corpo de seis pessoas, costuradas de forma a imitar um boneco de pano. Enquanto Wolf tenta identificar as vítimas, sua ex-mulher, a repórter Andrea Hall, recebe de uma fonte anônima fotografias da cena do crime, além de uma lista com o nome de seis pessoas – e as datas em que o assassino pretende matar cada uma delas para montar o próximo boneco. O último nome na lista é o de Wolf. Agora, para salvar a vida do amigo, Emily precisa lutar contra o tempo para descobrir o que conecta as vítimas antes que o criminoso ataque novamente. Ao mesmo tempo, a sentença de morte com data marcada desperta as memórias mais sombrias de Wolf, e o detetive teme que os assassinatos tenham mais a ver com ele – e com seu passado – do que qualquer um possa imaginar.

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