Três Coroas Negras é o primeiro livro da nova série de fantasia da autora Kendare Blake. A publicação é de 2017 pela Globo Alt.

Sobre o Livro

Trigêmeas. Três pretensões a coroa. Três dádivas. Um trono. Um duelo até a morte.

Katharine, Arsinoe e Mirabella já nasceram com seus destinos traçados. Cada uma abençoada com uma dádiva e com a certeza de que apenas uma sobreviveria após o Beltane de seus 16 anos. Treinadas para despertarem seus dons de envenenadora, naturalista e elemental, respectivamente, elas foram separadas aos 6 anos e desde então não tiveram mais contato.

Mirabella saiu na frente e já tem controle sobre os elementos, diferente de suas outras irmãs que ainda não criaram o vínculo necessário e são vistas como mais fracas. Para essa disputa, ela é então vista como a mais forte e tem a fé ao seu lado. Porém os Arron, envenenadores poderosos e que tiveram sua rainha no trono pelas últimas três gerações não vão descansar até que Katharine esteja pronta.

“Toda dádiva é luz e treva.”

Mais isolada e com ainda menos chance está Arsinoe. A naturalista precisa estabelecer um vínculo com um animal, fazendo dele o seu familiar. Porém isso não parece estar perto de acontecer e, quando o beltane chegar, elas precisarão, além de lidar com os rituais tradicionais da festividade, demonstrar o seu poder frente a todos para buscar aliados e tentar permanecerem vivas.

O ano da ascensão chegou e agora as três irmãs precisam usar todas as suas armas para alcançar o trono. Elas foram treinadas e preparadas assim como todas as gerações que vieram antes. Despertar, se fortalecer e matar, o rito de suas vidas. Quem sobreviverá?


Minha Opinião

Eu acho a premissa dessa história sensacional e já comecei a formar teorias quando tive meu primeiro contato com ela, muito antes de sequer saber que o livro iria ser publicado por aqui. Já tinha lido algo da autora com Anna Vestida de Sangue, então estava curiosa para saber como essa outra trama iria se desenrolar.

A história é realmente muito interessante, porém peca um pouco no timing das coisas. Começamos a narrativa com elas completando seus 16 anos e há 4 meses do festival do beltane. Com capítulos intercalados entre elas, percorremos 210 páginas de preparação. É claro que precisávamos conhecer nossas protagonistas, mas essa parte poderia ter sido bem mais rápida, pois é fácil ver que não há exatamente vantagem ou serenidade em nenhum dos lados. Mas infelizmente a autora prolongou por tempo demais essa apresentação, fazendo com que eu ansiasse que aqueles meses passassem mais rápido e finalmente chegássemos ao momento em que a história nos promete a ação.

“Três rainhas sombrias
Num vale vêm ao mundo,
Pequenas doces trigêmeas
Nutrem um ódio profundo

Três irmãs sombrias
Lindas de se ver
Duas a serem devoradas
E uma Rainha por ser.”

Apesar de em um primeiro momento parecer que Mirabella tem a vantagem e que talvez vamos torcer por ela, se prepare para encarar uma história onde é difícil tomar um lado e nisso acho que a autora se saiu muito bem. Eu achei que ela iria nos fazer torcer mais por uma do que pela outra, que teríamos nossa favorita logo de cara, mas estava enganada. Todas elas sofrem, tem fraquezas e fraquejam. Nenhuma delas foi criada dentro do amor, elas foram treinadas. Por mais que uma de forma mais leve que outra, saber que no fim da jornada seu destino é matar suas irmãs ou morrer não é algo fácil de encarar.

Mirabella carrega o peso de ser a favorita. Ela despertou seu poder antes, moveu a fé para o seu lado, mas também se sente acuada no meio de tanta pressão. Matar suas irmãs ronda sua mente, faz com que ela questione tudo aquilo, todo esse ritual. Arsinoe parece a mais fraca, sua tutora Jules possui um familiar forte e já é considerada uma grande naturalista, enquanto ela que deveria brilhar terá de trançar um caminho bem tortuoso e perigoso para tentar ter uma chance. Em outra ponta, com a carga de ser uma envenenadora está Katharine. As últimas três rainhas possuíam a sua afinidade, logo é o seu papel manter isso na “família”. Seu treinamento é um dos mais horríveis, já que ela é envenenada incessantemente até que seu corpo reaja e crie imunidade. E ela não está se saindo muito bem.

Com isso conseguimos nos colocar no papel delas. Nenhuma é mais má ou mais boa. Nenhuma tem realmente a vantagem. Nenhuma delas pediu por aquilo, mas é o seu destino, é o caminho que elas tem que seguir.

“A dádiva importa cada vez menos. Coroas não são mais conquistadas, mas criadas, através de políticas e alianças.”

Algo interessante é que quando elas nascem a rainha atual já deixa o trono e, reza a lenda, já sabe qual a afinidade de cada uma e qual será a mais forte. Elas não chegam a ficar com a mãe e o trono é assumido pelo Conselho Negro até que uma delas tenha sobrevivido à ascensão. Mas enquanto todos esse ritual é levado a frente, há que esteja tentando burlar algumas regras, impor precedentes e fazer desse jogo mortal algo ainda mais perigoso.

Pra mim foi realmente um problema de ritmo. Demora-se muito tempo para adentrarmos o momento onde elas tem que mostrar para o que vieram. O livro se divide-se em 75% preparação, 15% o festival e 5% o pós, quando o jogo realmente deveria começar. Mas, pra salvar toda a experiência o final foi incrível. Sabe quele plot twist que você não viu de onde saiu? Então, ele está aqui. E dá um gás novo e revigorante pra história.

Não só isso, mas desde que o Beltane realmente começa as coisas parecem sair dos trilhos. As regras pré estabelecidas vão sendo burladas, as três acabam por não serem tão dóceis e a trama se mostra com mais personalidade. Logo, eu fiquei mega empolgada e apenas lamentei que toda essa ansiedade não tivesse chegado um pouquinho antes para que a experiência tivesse sido ainda melhor.

A edição da Globo Alt está um amor como sempre, mas de forma geral senti falta de um mapa. Imagino que ele tenha sido concebido originalmente sem e por isso não chegou aqui, mas me senti um pouco perdida no início. Primeiro achei que elas estavam em lugares bem distantes, depois percebi que tudo se passava em uma única ilha e que o que as separava eram apenas alguns quilômetros, o que aguçou ainda mais minha curiosidade em descobrir qual a posição de cada uma delas. A ilha de Fennbirn é onde elas reinam e todos que vem de fora são chamados de continentinos.

Três Coroas Negras trouxe uma proposta muito interessante e uma mitologia muito rica que parece ter sido apresentada a nós apenas em sua superficialidade, deixando um amplo espectro para a autora desenvolver mais a história. Pra mim pecou um pouco na demora em levar o leitor ao que promete na sinopse, mas certamente não decepciona em seu final e deixa aquele anseio por uma continuação imediata. O segundo livro já tem nome e data de lançamento internacional. One Dark Throne sai lá fora em setembro de 2017 e deve chegar logo após por aqui.

Tendo dito tudo isso, se você é um fã de fantasia e gosta de personagens femininas, dê uma chance ao livro. O final e a expectativa pela continuação realmente compensam os males do ritmo e eu acho que essas três rainhas e suas peculiaridades ainda tem muitas facetas a mostrar e, quem sabe, fazer com que nós escolhemos um lado pelo qual torcer. Eu, confesso, ainda estou em cima do muro.

TRÊS COROAS NEGRAS

Autor: Kendare Blakep>

Editora: Globo Alt

Ano de publicação: 2017

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Mas para coroar-se rainha, não basta ter nascido na família real. Cada irmã deve lutar por esse posto, no que não é apenas um jogo de ganhar ou perder: é uma batalha de vida ou morte. Na noite em que completam dezesseis anos, a batalha começa.

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