Como Se Casar Com Um Marquês é o segundo livro da duologia Agentes da Coroa, da autora Julia Quinn. O lançamento é de 2017 pela editora Arqueiro.

Sobre o Livro

Elizabeth Hotchkiss perdeu os pais e tenta continuar vivendo da maneira mais digna possível. Seu trabalho como dama de companhia de Lady Danbury até que ajuda nas finanças, mas cuidar dos três irmãos mais novos está se tornando cada vez mais difícil e mais angustiante, e é justamente essa incerteza sobre o futuro da sua família que a faz colocar a própria vida como a única resposta para tantos problemas: ela precisa se casar. De preferência com um homem que seja rico o suficiente para quitar suas dívidas e permitir que a jovem viva de maneira mais despreocupada.

Infelizmente, Elizabeth não tem um vasto círculo de amizades daqueles que lhe permitam conhecer bons partidos. Aliás ela não entende muito desse negócio de arranjar um pretendente, e passar suas tardes na companhia de uma senhora irônica e ranzinza não ajuda muito nessa missão, que parece até impossível.   Acontece que um dia, enquanto buscava um livro menos entediante para Lady Danbury, a jovem encontra um livrinho intitulado: Como se casar com um Marquês. É como se ele fosse a resposta para todas as suas preces. Um presente dos céus, uma espécie de manual capaz de ensiná-la a como laçar não somente um marido qualquer, mas um Marquês!

“Um Livro! Que não tinha qualquer poder, que não mudaria a vida dela e que certamente não responderia quando ela fosse estúpida a ponto de falar com ele. Era só um livro. Um objeto inanimado. O único poder que ele detinha era o que ela mesma escolhera lhe dar. Só poderia ser importante na vida dela se ela permitisse. É claro, aquilo não explicava por que Elizabeth quase esperava que o livrinho cintilasse na escuridão toda vez que espiava dentro da bolsa.”

Enquanto tenta colocar em prática toda a teoria que extrai do pequeno exemplar, Elizabeth precisa dar conta de cuidar dos irmãos, continuar entretendo Lady Danbury que, vamos combinar, está cada vez mais esquisita; e como se isso não fosse o suficiente ela ainda se vê  muito envolvida com James Siddons, um Masquês disfarçado de administrador de terras que promete ser tudo aquilo que Elizabeth mais precisa… E o que ela menos imagina.


Minha Opinião

Fazia tempo que eu não me divertia tanto com um romance de época. O primeiro livro desta duologia, Como Agarrar Uma Herdeira, deixou uma sensação de que podia ter sido melhor e confesso que esse sentimento me fez começar esta leitura sem grandes expectativas. Eu imaginava que iria encontrar mais um romance de época da Julia Quinn, ou seja, um livro leve e gostosinho de ler, mas eu não contava com a participação tão presente de uma de suas melhores personagens, sem dúvidas a que considero uma das mais queridas e especiais de todo o acervo da autora: Lady Danbury.

Claro, este livro não é sobre ela, é sobre Elizabeth. Uma jovem dama que após ficar órfã começou a sentir o peso de ser responsável por si e por mais três pessoinhas que dependem totalmente dela. Seu salário como dama de companhia ajuda de certa forma, mas não é suficiente nem mesmo para permitir que a família suporte as estações mais frias. Como era comum na época, o casamento entra como a opção mais viável para resolver problemas assim. Afinal, de que outra maneira uma mulher poderia ascender de maneira rápida se não sendo desposada por alguém com bens e prestígio? É claro que se houvesse um sentimento agradável nessa união ela poderia se considerar uma sortuda. Acontece que antes de começar a exigir demais, Elizabeth precisaria ao menos arrumar um pretendente.

É aí que o tal manual sobre como se casar com um Marquês entra em cena. Estrategicamente posicionado numa prateleira acessível no momento mais oportuno, o livro está repleto de dicas ‘preciosas’ sobre como conquistar um pretendente de qualidade. É claro que tal empreitada não é tarefa fácil, afinal, precisar esconder sua inteligência porque ela pode ser considerada ofensiva, flertar ora descaradamente ora de maneira quase imperceptível e saber o momento exato em que você precisa se tornar a criatura mais desejável aos olhos de alguém não é algo que se aprende do dia para a noite, principalmente se não há um espécime masculino com o qual praticar … É por isso que Elizabeth fica feliz ao descobrir que a partir de agora Lady Danbury terá a presença de um homem em sua casa.

Claro que não é qualquer homem, e sim o marquês de Riverdale, que já nos foi apresentado no livro anterior. Utilizando o sobrinho como investigador disfarçado afim de descobrir o responsável por uma terrível chantagem, a velhinha vê ali a oportunidade de unir duas pessoas que gosta muito: Um jovem Marquês que já sofreu demais por amor (ou pela falta dele) e uma dama de companhia que tem um coração enorme, mas que já não dá conta de carregá-lo sozinha. A história vai se desenrolando de maneira hilária, transformando os protagonistas em meros coadjuvantes quando estão na presença de uma personagem tão icônica nas obras de Quinn como é Danbury.

“Não estava encantado nem obcecado. Precisava dela. E sabia que não teria paz até que ela fosse dele, até que conhecesse cada centímetro daquele corpo, cada canto daquela alma. Se aquilo era amor, estava disposto a se entregar de boa vontade.”

Ela é seca, irritante, irônica e sarcástica de um jeito fofo, é perigosa porque está armada de uma mente brilhante e uma bengala que não hesita em pousar no pé de quem quer que seja. Ela enxerga o que ninguém mais vê e não mede esforços para ajudar aqueles que ama. Já vimos isso acontecendo em outros livros da autora, já que essa personagem transita em diversas séries, mas aqui sem dúvidas sua presença marcante ganhou mais foco, aqui ela foi a estrela. Isso nos faz querer devorar o livro para matar as saudades de suas trapalhadas, ao mesmo tempo em que aumenta a vontade de acompanhar a história e a relação entre os protagonistas, que vai se transformando de maneira gradual e presenteia o leitor com um encaixe perfeito.

E mesmo que desde o início a gente já imagine qual será o grande drama do livro; o clichê aqui não estraga a leitura, pelo contrário. A gente fica imaginando o que mais pode acontecer (de errado) até que o ‘viveram felizes para sempre’ finalmente chegue… E enquanto ele não vem, a gente se diverte com as trapaças da velhinha, o mau humor do gato, com uma investigação que promete mexer com todos os envolvidos e com o romance entre duas pessoas que merecem finalmente encontrar o amor. O livro é leve, é gostoso de ler, é divertido e uma oportunidade incrível para matar as saudades dessa senhorinha tão querida. Ter lido o primeiro livro não é mandatório, mas aconselho, tendo em vista que o protagonista já mostra um pouco de sua personalidade nele e que o casal anterior participa um pouco desta história.

COMO SE CASAR COM UM MARQUÊS

Autor: Julia Quinn

Editora: Arqueiro

Ano de publicação: A2017

Elizabeth Hotchkiss precisa se casar com um homem rico, e bem rápido. Com três irmãos mais novos para sustentar, ela sabe que não lhe resta outra alternativa. Então, quando encontra o livro Como se casar com um marquês na biblioteca de lady Danbury, para quem trabalha como dama de companhia, ela não pensa duas vezes: coloca o exemplar na bolsa e leva para casa. Incentivada por uma das irmãs, Elizabeth decide encontrar um homem qualquer para praticar as técnicas ensinadas no pequeno manual.
É quando surge James Siddons, marquês de Riverdale e sobrinho de lady Danbury, que o convocou para salvá-la de um chantagista. Para realizar a investigação, ele finge ser outra pessoa. E o primeiro nome na sua lista de suspeitos é justamente… Elizabeth Hotchkiss. Intrigado pela atraente jovem com o curioso livrinho de regras, James galantemente se oferece para ajudá-la a conseguir um marido, deixando-a praticar as técnicas com ele. Afinal, quanto mais tempo passar na companhia de Elizabeth, mais perto estará de descobrir se ela é culpada.
Mas quando o treinamento se torna perfeito demais, James decide que só há uma regra que vale a pena seguir: que Elizabeth se case com seu marquês.

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