O último volume da trilogia O Século foi publicado em 2014 pela Arqueiro.

Sobre o Livro

Década de 1950 e o mundo já passou por duas guerras mundiais que marcaram e devastaram a humanidade. Agora o que paira é o conflito ideológico entre duas potências: de um lado os Estados Unidos sobre as promessas de liberdade e direitos e do outro a União Soviética prometendo igualdade e oportunidades.

Porém nada é como dito em ambos os lados uma vez que o primeiro país passa por uma segregação racial onde negros não tem os mesmos direitos e liberdade que os brancos e na outra potência as pessoas nem tem oportunidades quanto mais liberdade.

“Será que ele cometera algum crime? Tinha um exemplar do livro A Revolução dos Bichos, alegoria anticomunista assinada por George Orwell, que era proibida no país.”

É assim que muitas famílias viveram ao longo da metade para o final do século XX. A história dará continuidade aos herdeiros das famílias que protagonizaram os primeiros dois livros da trilogia e contará como que cada família, desde na União Soviética, passando por Alemanha Oriental e Ocidental até Estados Unidos, sobreviveram aos inúmeros problemas sociais que cada país proporcionou.

Minha Opinião

Este livro conclui a maior série (em número de páginas) de Ken Follett, sendo este o maior livro escrito pelo autor até hoje. E posso dizer, sem dúvida, que foi um dos melhores que li dele devido a inúmeras coisas que irei citar agora. Primeiramente, Follett entrega inúmeras reflexões dentro de um espaço cronológico que mesmo eu passando por aulas de história na faculdade, nunca pensei que parte da nossa história enquanto humanidade fizesse sentido numa ótica específica. A isto me refiro à sucessão de acontecimentos nos Estados Unidos com os Kennedy e Luther King.

As reflexões ditas pelos personagens mas escritas pelo autor sobre comunismo e capitalismo são únicas e fazem muito sentido no contexto em que os personagens vivem. Esse livro se tornou aquela história que marca a gente e muda nossa concepção a cerca de um contexto histórico. É por isso que esse livro se tornou tão especial quanto os demais que li dele.

“- Curioso, não? Ele acredita na liberdade e na democracia para a população de Berlim Oriental, mas não para os negros americanos do Sul do próprio país.”

Outro ponto positivo se relaciona ao excelente trabalho que Follett trouxe em nos guiar pela quantidade gigantesca de personagens. Estamos falando de muitos personagens (tantos quanto os livros de As Crônicas de Gelo e Fogo, por exemplo). E confesso que demorei muito tempo para ler este último livro o que me fez lembrar que muitos nomes de personagens que acompanhamos que vem do primeiro e segundo livros já não me lembrava muito bem de seus feitos, o que de certa forma afetou aquele “afeto” que sentimos com eles quando algo acontece com eles.

Mais um ponto positivo para Follett é o quanto ele falou sobre racismo. Vários livros dele são de protagonistas brancos passando na Europa e raramente há um personagem negro que possa quebrar esse padrão. Com este livro foi o contrário: ele trouxe protagonistas negros e tratou seriamente sobre a segregação racial nos Estados Unidos. E confesso: o último capítulo do livro nos deixa uma mensagem muito interessante sobre isso. Vale a pena conferir!

“[…] Não podia entrar em uma loja de departamentos, sentar-se em um restaurante ou se candidatar a um emprego sem se perguntar se iriram ignorá-lo, pedir-lhe que saísse ou rejeitá-lo por causa da sua cor.”

Este é o veredito que dou para esse livro gigante: uma obra-prima do autor. E se você não leu os outros dois livros mas tem mais interesse em ler este, pois eu digo que não há problema. É raro os spoilers do segundo livro que estão no primeiro, não havendo a necessidade de ler os outros dois primeiro e depois este. Você pode fazer o inverso que está bem também. Mas é claro que é mil vezes mais interessante ler em ordem cronológica, até para que você possa sentir o quão obscuro foi o século XX.

ETERNIDADE POR UM FIO

Autor: Ken Follett

Tradução: Fernanda Abreu

Editora: Arqueiro

Ano de publicação: 2014

Durante toda a trilogia “O Século”, Ken Follett narrou a saga de cinco famílias – americana, alemã, russa, inglesa e galesa. Neste livro que encerra a série, o destino de seus personagens é selado pelas decisões dos governos, que deixam o mundo à beira do abismo durante a Guerra Fria. Esta inesquecível história de paixão e conflitos acontece numa das épocas mais tumultuadas da história: a enorme turbulência social, política e econômica entre as décadas de 1960 e 1980, com o Muro de Berlim, assassinatos, movimentos políticos de massa, a crise dos mísseis de Cuba, escândalos presidenciais e… rock ‘n’ roll! Na Alemanha Oriental, a professora Rebecca Hoffmann descobre que durante anos foi espionada pela polícia secreta e comete um ato impulsivo que afetará para sempre a vida de sua família, principalmente a de seu irmão Walli, que anseia atravessar o muro e fazer carreira como músico no Ocidente. Nos Estados Unidos, o jovem advogado George Jakes, filho de um casal mestiço, abre mão de uma carreira promissora para trabalhar no Departamento de Justiça do governo Kennedy e acaba se vendo no turbilhão pela luta em prol dos Direitos Civis. Na Rússia, Dimka Dvorkin, jovem assessor de Nikita Kruschev, torna-se um agente primordial no Kremlin, enquanto os atos subversivos de sua irmã gêmea, Tanya, a levarão de Moscou para Cuba, Praga, Varsóvia – e para a História. Do extremo sul dos Estados Unidos à vastidão da Sibéria, da isolada Cuba ao ritmo das ruas da Londres dos anos 1960, Eternidade por um fio encerra com maestria a história de pessoas que acreditaram em seus sonhos e, assim, mudaram o mundo.

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