Atenção!

Contém tema sensível ligado a suicídio.

Hipólito é uma peça trágica escrita por Eurípedes e encenada nas Dionísias em 428 a.C. A edição lida foi publicada em 2001 pela Zahar.

Sobre o livro

Hipólito é um jovem virtuoso e amante da caça. Educado por seu bisavô Piteu, longe do pai, que reina em Atenas, até que este precisa se exilar com a nova esposa em Trezena. Hipólito é devoto de Ártemis e pratica a castidade, pela qual a deusa é conhecida. Sua predileção por Ártemis, acaba enfurecendo Afrodite, que arma uma terrível vingança para destruí-lo.

Deuses e amigos, cada homem tem os seus.

Por interferência de Afrodite, Fedra se apaixona pelo enteado. Prevendo a desgraça que isso traria para seus filhos, marido e a casa paterna. Ela decide não sucumbir ao desejo desenfreado e atenta contra a própria vida, por medo de ser descoberta.

No entanto, com medo de Hipólito revelar o segredo, Fedra deixa um bilhete acusando o enteado e colocando a vida dele em risco.


Minha Opinião

Conheci a peça Hipólito por causa de uma leitura coletiva organizada no Instagram. Como sempre fui apaixonada pela cultura greco-romana, aproveitei a oportunidade de embarcar nessa aventura.

Hipólito é considerado o homem mais virtuoso, sua devoção por Ártemis faz com que se comporte de maneira diferente dos demais. Refletindo em seu estilo de vida. Mas algo que me perturbou bastante foi o modo que ele percebe as mulheres. Hipólito é extremamente misógino. Para mim, foi impossível criar uma conexão com ele.

Detesto a mulher pensante e faço votos para que em meu lar futuro, jamais haja mulher com mais inteligência que a meramente necessária ao próprio sexo!

Por outro lado, consegui entender Fedra. Naquela época os pecados dos pais recaíam sobre os filhos e ela temia que seu comportamento trouxesse malefícios aos seus. Seu ato desesperado além de servir para proteger a própria honra também visava não manchar a vida dos filhos que teve com Teseu.

Teseu acaba acreditando na esposa e profere imprecauções e maldições contra o filho, acarretando em outra tragédia. Restou, para mim, a reflexão que devemos ser mais precavidos com as palavras e julgamentos. Ouvir ambos os lados e agir com mais racionalidade em um mundo tão a flor da pele.

Na vida humana tudo é sofrimento e não há trégua para nossas penas, porém o que talvez seja melhor que esta existência está envolto em trevas e oculto em nuvens

A tradução de Mário da Gama Kury é uma das mais acessíveis, sem rebuscamento e fácil entendimento. Caso tenha interesse, aconselho adquirir as que ele tenha traduzido.

Eurípedes foi um célebre dramaturgo que produziu cerca de 74 obras entre tragédias e sátiras. Costumava participar das Dionísias, onde suas obras eram encenadas.

Infelizmente, da sua extensa obra, apenas dezenove restaram: MedéiaAs Troianas, Helena, Orestes, Ifigênia em Áulis, As Bacantes, Andrômaca, Os Heráclidas, Hécuba, As Suplicantes, Electra, Herácles Furioso, Ifigênia em Táuris, Íon, As Fenícias, O Ciclope e Resos.

HIPÓLITO

Autor: Eurípedes

Tradução: Mário da Gama Kury

Editora: Zahar

Ano de publicação: 2001

A consagrada tradução do especialista em grego, Mário da Gama Kury Hipólito, filho de Teseu, rei de Atenas, é um amante dos esportes e se dedica à devoção da deusa virgem, caçadora, Ártemis. Sendo assim, rejeita a paixão sexual e desdenha Afrodite, deusa do amor. Por vingança, Afrodite faz com que Fedra, esposa de Teseu, se apaixone perdidamente pelo enteado. Quando Hipólito a rejeita, Fedra, mortificada, e envergonhada por sua paixão ilegal, não resiste em forjar uma acusação de estupro contra ele, antes de se matar. Sua acusação provoca a maldição de Teseu sobre o filho, que acaba levando-o à morte.

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