Noturno é do autor Scott Sigler. Ele foi lançado em 2017 pela DarkSide Books.

Sobre o livro

A cidade de San Francisco esconde muitos segredos. À noite estranhos eventos dão medo e levantam suspeitas. O detetive Bryan Clauser patrulha as ruas da cidade junto com seu parceiro Pookie Chang no turno da noite. Eles já viram muitos bandidos, assassinatos e crueldade entre os seres humanos e já estão acostumados com isso. Entretanto, após encontrarem o corpo deformado de um padre envolvido em escândalos, rodeado de estranhos símbolos pintados com o seu sangue, eles sentem que as coisas estão prestes a mudar.

“As pessoas falavam que ele era um ‘investigador de homicídios’, mas não era assim que Bryan se sentia em relação ao seu emprego. Ele não investigava, ele caçava. Caçava assassinos. Era a sua vida, a sua razão de ser. O que quer que estivesse faltando no seu mundo, aquelas coisas desvaneciam quando a caçada começava. Por mais brega que soasse, aquela cidade era o seu lar e ele era um dos seus protetores.”

Não demora para que o caso tome proporções gigantes e o detetive Clauser adota um estranho comportamento. Ele sonha que está cometendo terríveis assassinatos, mas ao acordar sente-se perdido e não tem certeza do que foi real ou inventado. Ao ir atrás de respostas, ele descobre que esses assassinatos realmente estão acontecendo. Seria algum tipo de premonição? Ou ele mesmo estaria envolvido nisso de alguma maneira? Ele partirá junto com o parceiro Chang e a ex Robin atrás de respostas.

Na mesma cidade, mas em outro lugar, o jovem Rex é um típico excluído. No auge dos seus 11 anos ele é um menino franzino, que sofre nas mãos dos valentões do colégio e tem uma mãe que não demonstra nenhum afeto por ele. Quando ele menos espera certos sonhos passam a atormentá-lo e a sensação de estar vivendo algo real é cada vez mais forte, ele e Clauser passam a dividir um segredo. Será que o detetive e esse jovem garoto têm algo em comum? O que pode estar por trás desses terríveis assassinatos que estão ocorrendo na escuridão da cidade?


Minha opinião

Misture uma história original, pegue estranhos assassinatos e mexa bem com algumas sacadas originais e com personagens carismáticos. Teríamos tudo para uma excelente história, não? Infelizmente, tudo isso não ajudou no momento de desenvolver a trama. É difícil explicar o meu sentimento com relação a este livro. Eu comecei com uma ideia, mas acabei descobrindo um mundo muito mais sombrio e complexo nos esgotos de San Francisco. Não que a premissa seja ruim, ela pega elementos de terror, completa com uma atmosfera enervante, mas peca demais no excesso de reviravoltas e explicações.

Certas coisas são melhores quando não são minuciosamente explicadas. Quando inventamos algo totalmente diferente do convencional, precisamos cuidar para o grau de explicação que damos. Exagerar nos detalhes sempre deixa uma sensação de falsidade. Ao mesmo tempo em que eu gostava dos diálogos e dos personagens, eu também me irritava com algumas repetições e situações desnecessárias apresentadas pelo autor. Faltou dosar a quantidade de detalhes que o autor trouxe para o livro.

“Ele gostava de matar pessoas? Não. Ele se sentia mal com isso? Nem um pouco. Sabia que devia sentir alguma coisa, mas, como nas últimas quatro vezes, não sentia nada.”

Rex e Bryan são personagens completamente diferentes, mas que possuem uma ligação totalmente clichê. Pensei que, já que a história estava seguindo um caminho diferente do restante, teríamos uma explicação mais interessante. Entretanto, consegui captar o final muito antes do esperado. Rex é aquele garoto estranho, que não revida quando intimidade e que parece o cara mais azarado do mundo. Ele não tem sossego na escola e nem em casa e isso faz com que ele seja muito solitário e rancoroso. Logo de início já vi que ele seria um problema, com o tempo acabei confirmando minha teoria. Bryan é aquele detetive mal encarado, sem sentimentos, mas muito leal aos amigos. Quando esses sonhos estranhos passam a tomar conta da sua vida, ele precisa correr contra o tempo para provar sua inocência. Mas, o que fazer quando até você duvida da sua sanidade? A realidade dos assassinatos, a sensação de prazer que ele sente com essa matança e o seu próprio histórico de matanças, o levam a questionar os seus atos.

“O dia era feito para dormir. A noite, para caçar. Havia uma palavra para criaturas que viviam de noite e dormiam durante o dia – noturnas.”

Algo que me incomodou foi que o autor não conseguia focar em um personagem principal, ele ficava passeando entre eles, por isso era difícil se acostumar e construir uma empatia. Por ser um livro extenso, a quantidade de personagens faz com que eles sejam mal explorados, os deixando sem profundidade alguma. Por ser uma história complicada e destoante das demais, seria importante o autor focar na narrativa e não perder tempo com enrolações, infelizmente isso não acontece e quando percebemos estamos cansados da leitura. Levei algum tempo lendo, não é uma leitura dinâmica. Até as cenas de ação passam em câmera lenta e ocorrem muitas repetições de cenas, diálogos e os personagens não conseguem nos cativar. A estrutura também é incomodativa, temos textos curtos e alguma espécies de títulos em cada um. Por isso, quando empolgamos na história já somos cortados para um novo lugar e perdemos o raciocínio. Parece uma série que fica protelando em mostrar as melhores partes.

Entre segredos esquecidos e um mal antigo e brutal, conheceremos a história escondida atrás dos cantos esquecidos da cidade de San Francisco. Desvendaremos segredos que parecem não ter respostas e aprenderemos sobre algo que ficou perdido no tempo. Apesar de original, o livro não funcionou comigo. Porém, creio que os fãs do gênero de suspense e terror podem gostar de conhecer algo fora do convencional. Quem sabe não funciona com você?

NOTURNO

Autor: Scott Sigler

Tradução: Eduardo Alves

Editora: DarkSide Books

Ano de publicação: 2017

Você já teve um sonho que jurou ser real? Ou até mesmo aquela sensação de déjà-vu ao passar por um lugar em que com certeza nunca esteve? Agora imagine se esse local for uma cena de crime e você, um detetive de homicídios? Para piorar: e se, nos sonhos, você fosse o próprio assassino para, num piscar de olhos, acordar e estar no mundo real com uma pessoa morta aos seus pés? É exatamente essa a situação em que Bryan Clauser, um policial de San Francisco, se encontra. Como aconteceria a qualquer um de nós, ele pensa que está perdendo a cabeça — mas os pesadelos, infelizmente, são muito reais. Junto com o parceiro Pookie Chang e a ex-namorada Robin, Bryan começa a investigar os crimes que, de alguma forma, ele vê em primeiríssima mão, no momento em que estão sendo cometidos. A questão que não quer calar é: quem está cometendo esses assassinatos? Quando as investigações levam Bryan e Pookie a um adolescente chamado Rex Deprovdechuck e ao fato de que todas as vítimas mortas faziam bullying com ele no colégio, os dois acham que o mistério está praticamente no fim — e que Bryan será inocentado. No entanto, quanto mais o detetive explora esse mistério, mais ele descobre sobre uma conspiração e um estranho culto que opera em San Francisco praticamente desde a sua fundação. Existe uma cidade viva e faminta nas sombras — e ela pode colocar todo o mundo em risco.

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