A Mulher Enjaulada é do dinamarquês Jussi Adler-Olsen. Ele foi lançado em 2014 pela Record.

Sobre o livro

Em 2002, a jovem Merete Lynggaard está com a carreira política em ascensão. Em meio a cenários políticos de intrigas e mentiras, ela se destaca por ser inteligente, humana e muito diplomática. Por isso, quando ela some de maneira misteriosa em um cruzeiro, muitos suspeitos são cogitados. No entanto, apesar de diversas buscas, ela nunca foi encontrada – viva ou morta.

“Ela se distanciava das pessoas de sua vida, fechando-se em si mesma.”

Uma mulher que levava uma vida misteriosa, sem se envolver com ninguém, mantendo todos afastados. Enquanto sua carreira e vida pessoal são especuladas pelos jornais, sentimos que Merete esconde um segredo. Seria esse segredo o responsável pelo seu sumiço?

Alguns anos após esse caso ser arquivado, o detetive Carl Mørck – que possui diversos problemas familiares e com o trabalho – é designado como responsável pelo recém criado Departamento Q. Essa seção é responsável por reabrir casos não solucionados e descobrir o que de fato aconteceu. Um dos casos que caem em suas mãos é o de Merete, que permanece até o momento sem conclusão. Caberá a ele, com todas as limitações e falta de pistas, descobrir o que aconteceu. Contando com o auxílio de seu assistente Assad, eles descobrirão no passado dessa mulher a resposta para suas dúvidas.


Minha opinião

Como fã de livros de suspense policial, adoro uma investigação sem solução. Este livro foi indicação de uma amiga que também adora o gênero, por isso, já fui com a certeza que encontraria algo muito interessante. A trama é bem estruturada, escrita e amarrada. No entanto, em 40% do livro, eu já havia “desvendado o mistério”. Para aqueles que estão acostumados com esse tipo de narrativa, não será muito difícil matar a charada depois de algumas pistas. Mesmo assim, a história é uma ótima pedida para os fãs do gênero, principalmente para aqueles que estão começando a se aventurar nesse mundo.

Carl é uma pessoa peculiar. Não consegui me conectar com ele em nenhum momento. Um detetive que já teve muito sucesso e empatia, mas que com o tempo ficou “endurecido” com o trabalho e as situações encontradas. Ele não é bem visto pelos seus colegas e chefes, sua vida familiar é completamente conturbada e, recentemente, ele passou por problemas sérios em um dos seus últimos casos. Por isso, a construção do personagem, durante a narrativa, nos revela um pouquinho mais de humanidade. Embora eu não tenha criado simpatia por ele durante a jornada.

Do lado oposto, Merete é a queridinha da imprensa. Ela tinha um futuro glorioso, cheio de conquistas, mas também despertava inveja e raiva entre as pessoas. Só isso nos faz perceber que muitos poderiam desejar o seu desaparecimento. Desde o começo sabemos que ela esconde um segredo em sua vida pessoal, algo que nem os jornalistas mais empenhados conseguem desvendar. Conforme avançamos no livro, compreendemos seu passado e o que a levou até ali. Suas revelações são bem impactantes, embora não sejam tão originais.

“Seus músculos se contraíram e a pele ficou úmida. Ela teria apenas uma chance de escapar dali.”

O novo departamento criado, nos faz perceber que alguém quer Carl bem longe de certos casos. Além de já estar fadado ao fracasso, com pouca verba, apenas dois funcionários e uma centena de casos sem solução, nos mostrando que a influência de certos personagens pode ser perigosa. Política e polícia andam lado a lado para confundir algumas situações e manter a população alheia a certos fatos.

Esse é outro ponto muito importante. O jogo de poder. Percebemos pelos diálogos grandes críticas e alfinetadas nos políticos, na esquerda e na direita, no que eles fazem para conseguir votos. Salientando, como sempre, o quanto o dinheiro pode comprar tudo. Muitos nomes passarão durante a narrativa, por isso, não se surpreenda se ficar perdido em alguns momentos. Além disso, por serem nomes diferentes do que estamos acostumados, fica mais difícil guardar todas as descrições e fatos importantes.

“Ela sabia que um dia acabaria enlouquecendo. E essa seria a maneira de se libertas dos pensamentos sombrios que povoaram sua cabeça e contra os quais travava uma dura batalha. No entanto, ainda não se sentia preparada para essa realidade inevitável.”

Mas e a mulher enjaulada do título? Essa mulher misteriosa, que vive em condições desumanas e deploráveis aparecerá em diversos momentos da narrativa. Por que ela está lá? Quem ela é? Acho que você já imagina. Aos poucos você juntará os pedaços e entenderá pequenos detalhes que pareciam não fazer sentido até então.

Os capítulos são curtos, mas a narrativa é rápida. Ficamos indo e voltando de 2002 para 2007. Aos poucos juntamos os pedaços dessa estranha história, no entanto, algumas situações que levaram a descoberta do mistério me deixaram um pouco incomodada. É um livro ruim? Não. Poderia ser melhor? Sim. Entretanto, vale a leitura.

 

A MULHER ENJAULADA

Autor: Jussi Adler-Olsen

Tradução: João Ventura

Editora: Record

Ano de publicação: 2014

No auge da carreira política, a bela e reservada Merete Lynggaard desaparece. As investigações que se seguem não rendem muitas informações à polícia, levando ao arquivamento do caso. Passados alguns anos, o detetive Carl Mørck, responsável pelo recém-criado Departamento Q — uma seção para casos importantes não solucionados — é encarregado de descobrir o que, afinal, aconteceu a ela. Então, com seu assistente, Assad, ele inicia uma busca pelos rastros desse mistério e, para isso, Carl precisa vasculhar o passado de Merete, guardado a sete chaves, para descobrir a verdade.

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