A Volta ao Mundo em 80 Dias é um livro clássico de aventura do autor francês Jules Verne. Foi relançado pela Editora Zahar em 2017.

SOBRE O LIVRO

O gentleman Phileas Fogg se reúne todos as noites com seus amigos em um club londrino para boas horas de conversa e partidas de whist. Em uma dessas conversas, falando sobre as novas modernidades e transportes, rola a aposta de que seria impossível viajar pelo mundo em apenas 80 dias. Convicto de que é possível, Fogg logo se manifesta crente da ideia. Mas seus amigos discordam. Decidido a provar ser verdade, Fogg aposta com eles 20 mil libras, e que partiria na mesma noite a dar a volta ao mundo.

” A noite estava escura e estava garoando. Phileas Fogg, encostado em seu canto, não dizia nada. Passapartout ainda estava aturdido e, automaticamente, apertava contra si a mala de viagem com o dinheiro. “

Aposta feita, imediatamente o homem sai do club, chama seu novo empregado, Passapartout, pega uma mala de mão e parte em direção à sua inusitada aventura. Seu empregado acha que seu patrão endoidou, mas só lhe resta acompanhar e ver no que vai dar essa absurda aposta. E assim eles seguem tranquilos e decididos pelos quatro cantos do globo.

Mas no encalço de Fogg está o policial Fix, que após uma denúncia de um grande roubo de um banco, acredita que Fogg seja o ladrão que está a tentar fugir. Motivado pela denúncia e seguindo Fogg às escuras, os três personagens viverão as mais interessantes aventuras de suas vidas, conhecendo novas culturas, enfrentando diversos obstáculos e chegando a grandes conclusões ao final de tudo.


MINHA OPINIÃO

Algo que se destaca muito em Verne é a sua imaginação e dedicação em construir narrativas verossímeis e repleta de aventuras. Em cada obra sua, seus personagens viajam pelo mundo, descobrem novos animais, novas culturas, uma nova forma de ver e entender seu próprio mundo. E neste não é diferente.

No segundo livro mais curtinho que li do autor este ano (o primeiro foi Viagem ao Centro da Terra, que já tem resenha aqui) temos uma aventura muito bacana de se imaginar: como seria viajar pelo mundo em apenas alguns dias. Para isso, o autor se baseou em itinerários de navios, trens e outros meios de transportes comuns na época em que fora escrito. O mais bacana é que tal viagem só aconteceria por conta de uma aposta entre amigos.

” Phileas Fogg foi o sucessor de um dos maiores oradores que honraram a Inglaterra. Era um personagem enigmático, de quem nada se sabia, a não ser que era um homem muito galante e um dos cavalheiros mais bonitos da alta sociedade inglesa.”

O gentleman Phileas Fogg, renomado homem da sociedade londrina, acredita fielmente que é possível viajar pelo mundo em apenas 80 dias, enquanto seus amigos de clube não acreditam muito nisso. Fogg é convicto em tudo o que faz, bastante excêntrico e diante de tal desafio, não iria descansar até provar estar certo. Assim ele se mete nessa grandiosa aventura.

Junto com o personagem vai também o seu recém contratado empregado, o jovem francês Passapartout, que de início passa a duvidar da sanidade de seu patrão. Mas, já que a única coisa que lhe resta é acompanhar a jornada, assim ele o faz. É bem cômico alguns momentos onde Passapartout se manisfesta, pois ele é o mais desesperado e desacreditado da viagem. Para ele, qualquer vacilo pode representar um atraso gigante na viagem, uma perda de tempo, a ruína do patrão. Enquanto ele sofre por todas as possibilidades de algo dar errado, Fogg se mantém tranquilo, sereno e convencido de que tudo dará certo.

“A noite estava escura e estava garoando. Phileas Fogg, encostado em seu canto, não dizia nada. Passapartout ainda estava aturdido e, automaticamente, apertava contra si a mala de viagem com o dinheiro.”

A escrita de Verne neste livro é muito graciosa e nos faz viajar pelas páginas juntamente com seus personagens. A construção deles também é bem feita, dando um ar mais verdadeiro para a narrativa. A clareza com que as informações sobre a viagem, pontos de partida e chegada também são muito bem feitas. De fato, o autor se baseou no trajeto real que poderia ser feito na época de sua narrativa.

O livro não é bom somente por isso, mas também por nos introduzir outro personagem, o policial Fix que vai tentar atrapalhar a viagem de Fogg por um motivo bem peculiar. Enquanto ele segue Fogg crente de que vai poder prendê-lo, diversas coisas ao acaso vão acontecendo e atrasando-o, deixando o personagem sempre a mercê de um ataque de nervos. Ele e Passepartout oferecem o alívio cômico da narrativa, o que agrega ainda mais à leitura.

Se você ainda não conhece as histórias de Jules Verne, acredito que este livro é uma boa forma de começar. É uma leitura leve, inteligente e bem humorada, que ainda nos dá algumas lições bonitas e interessantes sobre alguns valores que a sociedade prega como certo. Espero poder em breve ler mais um livro deste grande autor, que já é sem dúvida um dos meus autores clássicos favoritos.

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A VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS

Autor: Jules Verne

Tradutor: André Telles

Editora: Zahar

Ano de publicação: 2017

Londres, 1872. Ao sentir-se desafiado por seus companheiros de clube, o gentleman inglês Phileas Fogg aposta que é capaz de dar a volta ao mundo em apenas 80 dias, arriscando todo o seu dinheiro. Homem misterioso, de poucas palavras e rotina inabalável, Fogg inicia a viagem no mesmo dia, levando consigo apenas seu empregado recém-contratado, o francês Jean Passepartout, e uma bolsa. A volta ao mundo em 80 dias é uma incrível aventura pelos mais diversos locais, culturas e situações. De Londres a Yokohama e de lá para Nova York, passando por Bombaim, Hong Kong, São Francisco e outras cidades, em barcos, trens, elefante e trenó a vela, Verne leva nossos heróis – aos quais se juntarão o inspetor Fix e a deslumbrante Ms. Alda – a enfrentar tempestades marítimas, fanáticos religiosos, sabotagens e ataques de índios e de lobos famintos.

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