Lady Killers é uma obra de não ficção sobre assassinas em série da autora Tori Telfer, publicado em 2019 pelo selo Crime Scene da editora Darkside.

SOBRE O LIVRO

É quase inacreditável para a população que mulheres possam ser assassinas. Mesmo que nos últimos 100 anos menos de 10% dos assassinos em série sejam mulheres, e que esta estatística se estende para, pelo menos nos Estados Unidos, uma em cada 90 milhões de mulheres são homicidas, elas ainda assim existem. O problema é que não recebem toda a atenção, assim como os homens. Um exemplo é Mary Ann Cotton, que matou 3 ou 4 vezes mais que Jack O Estripador e é pouco conhecida.

” Não é que a sociedade não reconheça a existência do mal nas mulheres, até porque as mulheres já foram retratadas como coniventes e malévolas, verdadeiras mensageiras do apocalipse, desde que Eva comeu a maçã. Mas nós parecemos preferir mulheres más como aquelas abrigadas apenas em nossas ficções. Elas podem atrair homens para o mar (sereias), enquadrá-los por assassinato ( Garota Exemplar) ou sugar sua respiração em um poema (“A Bela Dama Sem Piedade); é quando elas entram na vida real e começam a matar pessoas reais que nossa imaginação falha. Não podemos imaginar que elas fizeram, sabe como é, de propósito. Normalmente, mulheres são vistas como seres unicamente capazes de cometer homicídios reativos – homicídio em autodefesa, uma explosão de amor, um desiquilíbrio de hormônios, um momento de histeria-, e não homicídios instrumentais, que podem ser maturados, calculados e executados a sangue-frio.”

As informações são poucas. Durante muito tempo os casos não foram documentados, e as pequisas se tornaram escassas. Isso porque em tempos passados, as mulheres não recebiam a mesma atenção que os homens, até mesmo se tratando de crime. Quando suas maldades eram descobertas, muitas nem se quer eram punidas pelo simples fato de serem mulheres, ou serem bonitas. Em qualquer caso, até mesmo hoje, as assassinas recebem o reconhecimento pelo seus aspecto físico, e muitas vezes são comparadas a monstruosidades, mais uma vez, diferente dos homicidas homens.


MINHA OPINIÃO

Esse foi meu primeiro contato com livro sobre serial killers no geral, mas saber que existiram tantas mulheres malucas por maldade, que eu nem se quer tinha ouvido falar de alguma, me deixa assustada. E o pior foi saber que muitos desses crimes não foram punidos como devido, por terem sido cometidos por mulheres. Algumas eram até mesmo julgadas de acordo com sua beleza, ou seja, se linda era absolvida, se feia é condenada. O que convenhamos, é bastante absurdo.

São 14 casos de mulheres que ficaram marcadas na história por serem tão sangue frio. Por matarem por motivos que iam desde puro ódio, até mesmo dinheiro. Mas todas elas sentiam prazer em assassinar companheiros, empregados, filhos, familiares ou qualquer outra pessoa. Eram brutas e cruas em suas matanças, e raramente se arrependiam na hora da punição.

Uma forma muito comum de matar era o envenenamento com arsênico. Era de fácil acesso, e em um caso em particular ele era distribuído como se fosse um simples remédio para dor de cabeça. Mas os assassinatos através de violência e tortura sem fim, também existiam. E esses em particular, geram bastante desconforto e mal estar.

“Veneno: para sempre, a arma das mulheres. Infiltra-se facilmente no lar. É sutil, silencioso, limpo. Veneno não deixa sangue no assoalho nem buracos nas paredes. Despejar um pouco de líquido incolor na sopa ou no vinho é a coisa mais simples do mundo. E quem, historicamente, fica em casa, cozinha a sopa e serve o vinho? Mulheres, é claro.”

A melhor maneira de ler Lady killers é aos poucos. Um caso por dia, ou ir intercalando com outros livros. Não só por causa do descômodo que a leitura provoca, com casos bastante destrinchados, mas também porque algumas formas de matar se repetem bastante, e essa repetição pode ser um pouco cansativa se lida de uma vez só. É um livro de estudos, então vale ler com calma, sem medo de rabiscar e grifar.

Foi uma leitura enriquecedora para mim. Entender a mente dessas mulheres solitárias, e que tiveram um longo caminho de armazenamento de raiva na consciência para chegarem a se tornarem frias, a ponto de destruir vidas alheias, é de fato indispensável. Não que isso seja uma desculpa, mas é uma justificativa que vale ser explorada. E tudo isso só me fez querer conhecer mais desses psicopatas.

A autora fez um estudo aprofundado de todos os casos. Ou da melhor maneira que ela pode, já que como mencionado, eles não eram muito documentados, e toda essa bibliografia se encontra no final do livro, juntamente com alguns casos mais recentes de assassinas em série, e também uma enorme lista de filmes que inspiraram personagens fictícios.

 

LADY KILLERS

Autor: Tori Telfer

Tradução: Daniel Alves da Cruz e Marcus Santana

Editora: Darkside

Ano de publicação: 2019

Quando pensamos em assassinos em série, pensamos em homens. Mais precisamente, em homens matando mulheres inocentes, vítimas de um apetite atroz por sangue e uma vontade irrefreável de carnificina. As mulheres podem ser tão letais quanto os homens e deixar um rastro de corpos por onde passam ― então o que acontece quando as pessoas são confrontadas com uma assassina em série? Quando as ideias de “sexo frágil” se quebram e fitamos os desconcertantes olhos de uma mulher com sangue seco sob as unhas? Prepare-se para realizar mais uma investigação criminal ao lado da DarkSide® Books e sua divisão Crime Scene®. Esqueça tudo aquilo que você achava que sabia sobre assassinos letais ― perto de Mary Ann Cotton e Elizabeth Báthory, para citar apenas algumas, Jack, o Estripador ainda era um aprendiz. Inspirado na coluna homônima da escritora Tori Telfer no site Jezebel.com, Lady Killers: Assassinas em Série é um dossiê de histórias sobre assassinas em série e seus crimes ao longo dos últimos séculos, e o material perfeito para você mergulhar fundo em suas mentes.

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