A nova edição da DarkSide Books traz os dois livros da autora Ilana Casoy em um só: Serial Killers: Made in Brazil e Louco ou cruel?. A edição foi publicada em 2017.

Sobre o livro

O livro Arquivos Serial Killers traz em uma só edição dois sucessos da autora Ilana Casoy, um compilado de entrevistas, pesquisas e fatos sobre alguns dos serial killers mais conhecidos no Brasil e no mundo por terem cometido atrocidades durante o tempo que frequentavam as ruas em meio a cidadãos comuns.

Inicialmente a autora traz uma introdução onde explica alguns termos e nomenclaturas utilizadas para descrição de seus protagonistas, bem como faz uso de pesquisas para aproximar o leitor do mundo dos psicopatas como por exemplo os tópicos: quem é um serial killer?, cabeça de matador e tópicos sobre psicologia investigativa e métodos para traçar o perfil de cada criminoso.

“Nenhum sentido faz sentido” – Charles Manson

Após a introdução o livro é dividido em duas partes, que serial os dois livros aqui reunidos, cada um com seus respectivos casos. Entre eles existem fotos, cartas, facsimiles, entrevistas e é claro o perfil de cada criminoso assim como seus crimes e vítimas.

Minha opinião

Como uma boa curiosa que sou (pode até parecer morbidez), mas sempre me interessei por casos onde os personagens são pessoas reais, pessoas como eu, você e nossos vizinhos e familiares. É claro que existe uma explicação para tal curiosidade e ela se concentra no fato de que a mente humana é algo assustador, divinamente, assustador. É importante dizer que existe uma enorme diferença entre termos como: curiosidade, compreensão e empatia, e que cada um de nós deve ter isso em mente. Apesar de pessoas ruins existirem, talvez, exista uma explicação para isso afinal.

“A maldade é  a vingança do homem contra a sociedade pelas restrições que ela impõe. […] É o resultado do conflito entre nossos instintos e nossa cultura.” – Sigmund Freud

O que a autora faz nesta obra é mostrar ao leitor que existem mentes diabolicamente fascinantes, e que mentes extremamente inteligentes podem ser deturpadas por acontecimentos traumáticos e más influências. Ao decorrer da leitura podemos perceber alguns fatores incomum nas vidas de cada um de nossos agora tão íntimos assassinos, assim como abuso infantil, morte de entes próximos, abandono e uma série de outros.

Uma curiosidade sobre estas pessoas tão estranhas mas ao mesmo tempo tão comuns é que a maioria delas sofre de enurese noturna após a idade considerada “normal”, o que pode ser considerado o reflexo de seus medos e traumas. Apesar de alguns serial killers serem considerados psicopatas, psicóticos, neuróticos e até mesmo sofrerem de problemas mentais, alguns deles tem plena consciência do que fazem, ainda se subdividindo entre aqueles que sabem que estão fazendo algo errado e mesmo assim o fazem, e aqueles que sabem mas não conseguem controlar seus atos, geralmente desencadeados por forte impulso.

“Ninguém quer acreditar que eu sou apenas um cara comum, chegar a essa conclusão seria algo extraordinário e avassalador.” – Dennis Andrew Nilsen

Algumas características são essenciais para que se trace um perfil do criminoso procurado e para relacionar seus crimes, como o “modus operandi”  e a assinatura que cada um deles deixa no local de seus crimes. É curioso perceber como muitos deles montam uma cena onde se sintam confortáveis e dominadores, seguros de que nada sairá do controle. Uma subdivisão dada a eles também é a daqueles organizados, que agem de forma premeditada e jamais deixam pistas e aqueles desorganizados que agem ao acaso e são sempre muito aflitos.

Entre tantas infinitudes de pensamentos e fatos curiosos a autora nos relata que a maioria desses criminosos criam um chamado “perfil social” para que sejam aceitos e possam conviver em sociedade como pessoas comuns, tendo consciência de que jamais serial aceitos sendo quem realmente são. A frieza com que agem e a falta de culpa ou remorso é de longe o aspecto mais assustador em alguns casos, o que torna tudo ainda mais pesado quando se tratam de vítimas como mulheres e crianças indefesas que nem sequer tem a chance de lutar por suas vidas.

Após concluir a leitura com uma enxurrada de informações novas e pensamentos incômodos, cheguei a conclusão de que o verdadeiro propósito desta obra é soar exatamente desta forma, como um aprendizado. Uma forma de conhecermos mais de perto mentes intrigantes que por alguma razão se comportam de maneira tão cruel, mas que ainda sim são seres humanos como tantos outros, seres humanos que acenam para nós na fila de padarias, têm filhos, esposas e emprego.. Como dito inicialmente, jamais é imposto o sentimento de empatia por eles, mas talvez momentos de reflexão sobre vidas sofridas e decadentes.

Longe de ser uma leitura leve, é pelo contrário capaz de tirar noites de sono e causar espanto e indignação, mas afinal, todos nós precisamos de uma dose disso, algo que nos tire de nossa zona de conforto e nos faça enxergar que longe de alegorias, assuntos e pessoas como estas, bem… eles existem!

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ARQUIVOS SERIAL KILLERS

Autor: Ilana Casoy

Editora: DarkSide Books

Ano de publicação: 2017

Abrindo as comemorações de 5 anos da DarkSide, a editora relança os Arquivos Serial Killers de Ilana Casoy, agora em Limited Edition. Os dois livros, Serial Killers: Louco ou Cruel? E Serial Killers: Made In Brazil, reunidos num único volume de luxo, em mais de 700 páginas de investigação. Ilana Casoy é autoridade no que diz respeito a mentes criminosas e resolução de crimes no Brasil. Para escrever Louco ou Cruel? A escritora mergulhou em arquivos da polícia e da Justiça, do FBI e da Scotland Yard, além de ter feito uma pesquisa rigorosa em diversas outras fontes para compor um inquietante roteiro de como, por que razão e com que métodos os seriais killers agem. Em Made in Brazil, Casoy dedicou-se a investigar os seriais killers brasileiros, no que viria a ser o primeiro livro do gênero dedicado aos assassinos em série do Brasil. Foram cinco anos de pesquisas, visitas a arquivos públicos, manicômios e penitenciárias, além de entrevistas cara a cara com personificações do mal em terras tupiniquins, para produzir um dossiê sobre o lado mais sombrio do ser humano. Perturbador e por muitas vezes comovente, o relato de Casoy nos apresenta histórias que nem a ficção e o cinema conseguiram imaginar.

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